sexta-feira, julho 29
Que lindo serviço, Público!
Antes, quando podia aceder ao conteúdo do jornal Público de graça, comprava-o e lia-o mais vezes do que agora. Dei conta disso hoje, quando reparei que há já vários meses não lia o Miguel Sousa Tavares na edição de 6a feira. Li-o hoje, porque não sei porquê deu-me para comprar o Público, algo que pelos vistos já não fazia há muito tempo. Antes comprava-o todas as 6as feiras, agora quase nunca, é o que constato.
Antes, podia comentar notícias ou artigos e deixar o link para o texto completo delas aqui no blogue. Assim as pessoas podiam ver ao que me estava a referir, o meu post ficava mais conciso e a leitura facilitada. Agora, que me apetecia comentar o infeliz artigo de Miguel Sousa Tavares de hoje, não o vou fazer pois sei que vou estar a falar de coisas a que as pessoas não têm acesso, o que me obriga a citar cortando partes do texto que cito, logo a deturpá-lo, para além de ter de resumir por palavras minhas o que está no artigo do MST.
Assim, gradualmente, os artigos do Público deixam de ser discutidos, citados, "linkados". Assim se vê um jornal de referência perder influência no espaço das ideias, ao mesmo tempo que se empobrece a discussão de temas da nossa sociedade, tornando mais opaca e enviesada a sua análise.
Para que conste, gostaria de ter comentado alguns argumentos de MST no seu mau artigo "Um aeroporto para Coimbra". O meu post de resposta até já tinha título, chamar-se-ia "Um aeroporto para Miguel Sousa Tavares". Mas não vale a pena o trabalho de o escrever, quando quase ninguém iria ter acesso ao texto completo que estava a ser críticado.
Aceito que um jornal tenha o direito de limitar o acesso ao seu conteúdo, mas é uma pena que assim seja, porque acaba por limitar muitas outras coisas, entre as quais a liberdade de expressão. (Desculpem o desabafo.)
Antes, podia comentar notícias ou artigos e deixar o link para o texto completo delas aqui no blogue. Assim as pessoas podiam ver ao que me estava a referir, o meu post ficava mais conciso e a leitura facilitada. Agora, que me apetecia comentar o infeliz artigo de Miguel Sousa Tavares de hoje, não o vou fazer pois sei que vou estar a falar de coisas a que as pessoas não têm acesso, o que me obriga a citar cortando partes do texto que cito, logo a deturpá-lo, para além de ter de resumir por palavras minhas o que está no artigo do MST.
Assim, gradualmente, os artigos do Público deixam de ser discutidos, citados, "linkados". Assim se vê um jornal de referência perder influência no espaço das ideias, ao mesmo tempo que se empobrece a discussão de temas da nossa sociedade, tornando mais opaca e enviesada a sua análise.
Para que conste, gostaria de ter comentado alguns argumentos de MST no seu mau artigo "Um aeroporto para Coimbra". O meu post de resposta até já tinha título, chamar-se-ia "Um aeroporto para Miguel Sousa Tavares". Mas não vale a pena o trabalho de o escrever, quando quase ninguém iria ter acesso ao texto completo que estava a ser críticado.
Aceito que um jornal tenha o direito de limitar o acesso ao seu conteúdo, mas é uma pena que assim seja, porque acaba por limitar muitas outras coisas, entre as quais a liberdade de expressão. (Desculpem o desabafo.)
E agora eu quero ir-me embora
quinta-feira, julho 28
I am a nice person, I know I am
You're a good person. You know how to be nice
without being OVERLY nice...You always try to
think of others and their needs, but you know
that it's impossible to please everyone and you
are willing to accept people as they are.
That's great!
Are you a Nice Person?? (Anime pics)
brought to you by Quizilla
As beldroegas invadiram a cidade
Estas foram vistas junto ao muro da Universidade Aberta...
quarta-feira, julho 27
Socorro, livrem-me da TVcabo...
A TVcabo e a NET cabo fornecem um serviço péssimo. Pelo menos pela minha experiência, que ainda não consegui ultrapassar. E não estou a falar da estupidez de pagar para ver televisão, ou de perder tempo com os blogues. Isso era o serviço que eu, na minha ingenuidade, esperava ter. Sem caixas mágicas e fantásticas, filmes a pagar, canais descodificados, descarregamentos colossais, etc. Não, só o básico (que afinal tenho descoberto ser demasiado).
Estas entidades fantasmagóricas estão divididos em várias partes físicas e burocráticas que parecem não comunicar umas com as outras. Podem estar várias equipas de instalação com problemas num prédio que não sabem umas das outras. Os números de telefone 707 qualquer coisa demoram 15 minutos a ser atendidos e custam cerca de 8 euros por hora. Quando atendem, nunca sabem de nada. Vão ver e passado 5 minutos e o clássico "sr. Sérgio obrigado por ter aguardado" parece que vai acontecer alguma coisa, mas nada. Contratei um serviço de anti-virus, mas as passwords estavam erradas. Resposta aos mails, uma semana. Número 707 qualquer coisa, 20 minutos. E muito mais, que já não me lembro.
Farto do esgoto televisivo e do mau serviço pedi para desligar. Escrevi cartas registadas, falei para os números 707 qualquer coisa. Recebi uma carta de confirmação. Telefonei a reconfirmar. Escrevi nova carta registada com um cheque a fechar as contas. Voltei a telefonar para o 707 qualquer coisa. Passados três meses continuo a receber contas e não desligam o esgoto. Caro Luis Filipe Borges diga-me como conseguiu!? Invejo a sua sorte, embora passe bem sem os dvd e a estação de jogar...
Estas entidades fantasmagóricas estão divididos em várias partes físicas e burocráticas que parecem não comunicar umas com as outras. Podem estar várias equipas de instalação com problemas num prédio que não sabem umas das outras. Os números de telefone 707 qualquer coisa demoram 15 minutos a ser atendidos e custam cerca de 8 euros por hora. Quando atendem, nunca sabem de nada. Vão ver e passado 5 minutos e o clássico "sr. Sérgio obrigado por ter aguardado" parece que vai acontecer alguma coisa, mas nada. Contratei um serviço de anti-virus, mas as passwords estavam erradas. Resposta aos mails, uma semana. Número 707 qualquer coisa, 20 minutos. E muito mais, que já não me lembro.
Farto do esgoto televisivo e do mau serviço pedi para desligar. Escrevi cartas registadas, falei para os números 707 qualquer coisa. Recebi uma carta de confirmação. Telefonei a reconfirmar. Escrevi nova carta registada com um cheque a fechar as contas. Voltei a telefonar para o 707 qualquer coisa. Passados três meses continuo a receber contas e não desligam o esgoto. Caro Luis Filipe Borges diga-me como conseguiu!? Invejo a sua sorte, embora passe bem sem os dvd e a estação de jogar...
terça-feira, julho 26
Incerteza ao jantar
Uma carne de porco um bocado rosada levantou a polémica: ainda é inseguro comer-se carne de porco mal passada? Ou isso é uma ideia do passado que já não tem razão de ser hoje em dia? Quem nos ajuda a dissipar esta incerteza?
A internet como fonte de informação
A propósito do já clássico hoax de Maio de 2004 publicado pelo Expresso sobre a censura dos blogues, demasiado discutido na altura e logo desmentido pelo Expresso, que agora ressuscitou qual navio fantasma, acabando por ser visto em vários blogues e também por aqui, acho que vale a pena dizer alguma coisa mais. Primeiro, é óbvio lembrar que a internet como fonte de informação está cheia de armadilhas, das quais a pressa, a hiper-pressa e a febre das novidades não ajudam nada a escapar. E se o excesso de informação que há na internet pode ser problemático, o que não está lá também é relevante. De facto, continua a ser interessante ler este artigo de Mark LeVine, The Danger of Google History in a Time of War, de 2003, sobre os perigos de se confiar demasiado na internet como fonte de informação.
Todas as línguas
Se há aptidão que eu gostava de possuir era a de falar, ou pelo menos entender, muitas, mas mesmo muitas línguas. Tirando o esperanto que não me seduz nem um pouquinho, coisa sem graça, essa de uma língua universal, não me importava de saber arménio ou umbundo. Leio espanhol, inglês, francês e italiano, mas fico numa felicidade quando consigo decifrar um texto em romeno ou como foi agora o caso, em catalão. Se calhar, reminiscências dos tempos dos manuais dos escuteiros mirins e dos textos em código. Quando tive que passar uns tempos na Suiça que fala alemão (os alemães ficam horrorizados com esta de se dizer os suíços que falam alemão) sentia-me como que amputada por não perceber o que se dizia à minha volta, mas passei horas, dicionário na mão, a tentar desvendar jornais, avisos, rótulos de embalagens, com muitas dificuldades, diga-se, que o alemão não é fácil. Mas não é o desconhecimento da língua que me vai impedir de ler jornais em alemão ou em grego, em esloveno ou em polaco (o húngaro é muito difícil).
Reflexos e refletores
Toda a gente se tem rido com os coletes refletores pendurados nos bancos dos carros. Eu também, até que comecei a ver os condutores velozes, colete vestido no banco, telemóvel no ouvido, enquanto rostos pequenos e soltos espreitam dos vidros de trás. Somos um povo muito inculto, bronco e infantil. Inculto porque consegue discutir se é melhor não ter colete a ter um que não obedece à NP-471. Bronco, porque não vê que não levar as crianças em bancos adequados, ou usar o telemóvel durante a condução é muito mais grave que não ter colete algum. Na Suiça, pelo menos em Basileia, são as crianças que usam colete laranja para ir para a escola. E os carros de bebé de atrelar nas bicicletas têm também refletores e bandeiras laranja. Os pais fazem as crianças usar colete por acharem ser necessário, não por folclore ou estúpido medo de coimas. Povo infantil, pois então! E agora vão-se lá rir das crianças...
segunda-feira, julho 25
Acordar cedo e cedo erguer a cabeça para o céu
No dia 3 de Outubro, teremos um eclipse anular no norte de Portugal.
Vi um eclipse total um pouco a norte de Paris em 1999 e pude constatar que é verdade o que se diz: "ver um eclipse total a 99% é perder 99% do eclipse". Este é anular, mas imagino que se passe algo parecido: tem de se ver a 100%.
Vi um eclipse total um pouco a norte de Paris em 1999 e pude constatar que é verdade o que se diz: "ver um eclipse total a 99% é perder 99% do eclipse". Este é anular, mas imagino que se passe algo parecido: tem de se ver a 100%.
Emigrantes
Quando eu era criança, se calhar já não tão criança, e vivia numa cidade raiana, tinha muitas amigas, filhas de emigrantes, que viviam em lares ou então com avós à espera que os pais chegassem um dia. Lembro-me de as invejar, porque já tinham estado em França ou na Alemanha, porque falavam francês ou alemão (nem tanto) e porque um dia os pais haviam de chegar, carro novo, carregadinhos de presentes. Simultaneamente, aquilo de viver com as freiras ou com os avós fazia-me um bocado de confusão. Hoje vejo as coisas um bocadinho mais claras, era mesmo assim 100nada.
Às vezes o mal vem de onde menos se espera
Solvstäg é maléfico:
Quase acaba com o mal;
espalha notícias velhas, requentadas, como se fossem novas e faz-nos acreditar nelas e indignarmo-nos com elas. Faz-nos fazer figuras ridículas e nós não gostamos.
Quase acaba com o mal;
espalha notícias velhas, requentadas, como se fossem novas e faz-nos acreditar nelas e indignarmo-nos com elas. Faz-nos fazer figuras ridículas e nós não gostamos.
sexta-feira, julho 22
Digam-me que é a brincar!
quinta-feira, julho 21
Parabéns para eles
Para o nosso amigo Rui, que até começou aqui em casa e para o António que vive no campo, o que me provoca sempre imensa inveja. Obrigada por 2 anos de companhia.
Para o nosso amigo Rui, que até começou aqui em casa e para o António que vive no campo, o que me provoca sempre imensa inveja. Obrigada por 2 anos de companhia.
E agora eu escrevia:
Ah sim, o Campos e Cunha e bla bla bla bla bla bla bla. Não, não, a OTA bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla. Quanto ao TGV, bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla. Pois Madrid, bla bla bla e bla. Claro que este governo bla bla bla bla bla. Penso que o novo ministro das finanças bla bla bla bla bla bla bla bla e ainda bla bla bla bla bla.
quarta-feira, julho 20
E sabemos que é Verão quando
O céu se cobre de um cinzento acastanhado, o sol enlouquece e as ruas têm o cheiro das lareiras do Inverno.
A campanha de que se falava
Uma campanha a seguir com muito interesse:
TRUST THE GREENS ON FOOD SAFETY
Food is essential. We need it for our lives, health and well being.
Good food is political. And as such we need a good food policy that includes the right of the poor to feed themselves; that reflects the sustainability and diversity of agriCultures and that shares responsibilities between farmers, fishers and consumers for fair prices and fair trade.
Food is essential. We need it for our lives, health and well being.
Good food is political. And as such we need a good food policy that includes the right of the poor to feed themselves; that reflects the sustainability and diversity of agriCultures and that shares responsibilities between farmers, fishers and consumers for fair prices and fair trade.
Sobre como se fortalece o carácter. Ou, diga não aos seus filhos. E isto continua a não ser um babyblog.
Quando eu era criança, os meus pais tinham ideias bem definidas sobre as coisas, não me deixavam usar canetas de tinta permanente porque achavam que se tinham inventado as Bics tão práticas, não era para agora voltarmos não sei quantos anos para trás. E lá tinha eu que explicar isto à professora, que preferia as canetas porque faziam a letra mais bonita. Mandavam-me para os passeios da escola com frascos cheios de sumo de maçã feito em casa, alternativa muito mais saudável aos sumóis dos meus colegas, o que obviamente me punha numa posição de clara inferioridade. Quando as minhas colegas usavam lindas botas altas, nem que fossem de plástico, eu e os meus irmãos usávamos umas horrorosas (achávamos nós) de bom couro e que, ainda por cima, o meu pai ensebava para as impermeabilizar. Os exemplos, desta infância cruel, podiam continuar indefinidamente: dos guaches que eram dos melhores, mas eram só seis, da pasta que também era de couro para poder durar a escola toda… O discurso acabava sempre com “mas tu não és as tuas colegas…”.
Ironia do destino, hoje tento, mutatis mutandis e com muito menos sucesso, aplicar a mesma filosofia educativa aos meus filhos. Porque, apesar de tudo, considero que os meus pais não se saíram mal de todo.
Ironia do destino, hoje tento, mutatis mutandis e com muito menos sucesso, aplicar a mesma filosofia educativa aos meus filhos. Porque, apesar de tudo, considero que os meus pais não se saíram mal de todo.
Sabemos que é Verão quando
ouvimos “Olhá Bolacha Americana! Chora menino, chora que o papá dá!”
Isto não é um babyblog mas…
Sou muito pouco zen, mas acredito piamente no que cito a seguir. E o que se aplica ao parto, aplica-se à vida. Pense positivo!
Uma imagem positiva do nascimento é a pedra angular de uma experiência de parto segura e feliz. Se acreditares que o teu corpo está destinado a dar à luz eficientemente, naturalmente e sem complicações e que o nascimento é um evento de alegria, estarás com a maior parte do caminho feito para um parto natural e seguro. Convicções e atitudes positivas contribuem para uma experiência de parto feliz, permitindo à mãe um trabalho de parto mais eficiente e abrir passagem para o seu bebé com menor esforço.
in Carl Jones, "Mind Over Labor", 1987.
Veio daqui.
Uma imagem positiva do nascimento é a pedra angular de uma experiência de parto segura e feliz. Se acreditares que o teu corpo está destinado a dar à luz eficientemente, naturalmente e sem complicações e que o nascimento é um evento de alegria, estarás com a maior parte do caminho feito para um parto natural e seguro. Convicções e atitudes positivas contribuem para uma experiência de parto feliz, permitindo à mãe um trabalho de parto mais eficiente e abrir passagem para o seu bebé com menor esforço.
in Carl Jones, "Mind Over Labor", 1987.
Veio daqui.
terça-feira, julho 19
Wish you were here
A blog is born
Lusitanicus: a natureza, simplesmente. Tem tudo para ser um dos meus favoritos.
As horas dos dias
Todos os dias chega ao laboratório pela manhã, veste a bata, calça as luvas com gestos lentos, não põe a máscara porque não acredita no azar. Abre a porta da incubadora, procura o frasco que tem escrito a letras vermelhas HePG2 e uma qualquer data. Tira-o para fora, perscruta-lhe a cor, nem muito rosa, nem demasiado alaranjada, o vermelho de fenol cumpre a sua missão. Coloca o frasco cuidadosamente sobre o microscópio “olá meninas! Boa, cresceram, amanhã vou ter que as separar”. Não há bactérias à vista, se as houvesse convocaria a penicilina e a estreptomicina e dormiria menos bem. “Até amanhã, lindas”, coloca de novo o frasco dentro da incubadora, 37ºC, 5%CO2, abre-lhe ligeiramente a tampa para o ar poder circular. È um novo dia que começa.
segunda-feira, julho 18
OLD FRIENDS
Can you imagine us
Years from today,
Sharing a park bench quietly?
How terribly strange
To be seventy.
Old friends,
Memory brushes the same years
Silently sharing the same fears
paul simon
A imagem veio daqui
Pensamento do dia
Women will never be equal to men until they can walk down the street with a bald head and a beer gut, and still think they are sexy.
Diana
Foi pertença de Catarina II e morou até 1930 no Ermitage, ano em que a União Soviética teve que se desfazer de muitas das suas obras de arte para poder encher os seus cofres e o Sr. Gulbenkian a trouxe para Portugal. Visitámo-la em Maio, na sua residência na Av. de Berna. E garantimos: é lindíssima.
Jean-Antoine Houdon (1741-1828)
Paris, 1780
Tondela – Música do Mundo: Modo de Usar
Composição:
Tondela, interior descomplexado de Portugal, música viva e ao vivo, gente-feliz-sem-lágrimas, luz-cor-alegria (como nos bailes de antigamente que bem falta continuam a fazer hoje), livros, vinhos, petiscos e afins, ar livre, línguas estrangeiras, palavra e autores, pessoas com aspecto diferente do consagrado no Diário da República e outras que nem por isso, tambores, violas estranhas, pífaros, solidariedades, trombetas, pacotes de açúcar, jogos onde o azar não conta, celibatários, dança, meninas em idade casadoira, crianças sob rigorosa vigilância e outras nem tanto, ácido cítrico, água purificada, sorrisos sem mentol, gás (a todo o), alumínios & magnésios, teatro, instrumentistas loiros e culturas de muitas raças, cores e identidades, melodias de largo espectro de acção fungicida e demais correlativos.
…
Indicações:
TOM DE FESTA / MÚSICAS DO MUNDO é especialmente indicado para casos de prolongada rotinite, stressalgia, mesmacoisice, neuroquotidiania, fibroamargurismos, hipossensibilidade, adições consumistas e uso excessivo de TVrasca.
Contra-indicações:
TOM DE FESTA / MÚSICAS DO MUNDO não deve ser administrado em impacientes portadores de manifesta e confessa surdez mental, cassetes piratas e outras alergias derivadas da lã do camelo e/ou fibra de vidro amarelo. A sintomatologia localizada no bater de palmas mecânico, género sem-pensar (tipo ‘Natal dos Hospitais’) pode ser contraproducente. Geralmente, é.
Efeitos secundários:
Nas experiências havidas com este produto nas anteriores tomas, não foram detectados sinais deformativos da consciência, da visão, audição, olfacto, gosto e (principalmente) tacto. Existem mesmo sinais de anteriores utilizadores que, anualmente e chegados de vários pontos do globo, recorrem à aplicação deste genérico de olhos fechados sem ficar minimamente arrependidos.
Interacções:
Interacções é exactamente o que se deseja. Uma festa não é unilateral, pelo que se prescreve, entre balcões e plateias, um toma-lá-dá-cá constante. Os testes efectuados nas 14 anteriores do TOM DE FESTA / MÚSICAS DO MUNDO deram sempre poema, nunca eczema. O que não é nada, mas sossega.
Precauções especiais de utilização:
Na posologia recomendada (uma noite de cada vez, muitas horas cada noite), não estamos a ver particulares precauções especiais. Em caso de sobreposição de horários, escolher a(o) legítima(o) esposa(o). Sempre dá um ar de família.
Advertências:
Ver Precauções especiais de utilização: Adverte-se que foram já detectadas paixões e casamentos com origem na toma deste produto, não havendo reclamações a registar pelo efeito colateral causado entre os tomadores deste genérico.
Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas:
É como diz o povo nos azulejos dos estabelecimentos:
O cliente beba à vontade.
Se ficar com o grão na asa,
Nós guardamos segredo
E vamos levá-lo a casa.
Apela-se contudo a que os utilizadores não usem tractores, retroescavadoras ou empilhadoras nas suas deslocações, ainda que seja compreensível o seu desejo de armazenamento cultural do programa para consumo fora de estação.
Crianças:
É trazê-las. O bom-gosto é de pepino, como o pequenino.
Posologia e modo de usar:
Cada um é que sabe, mas, como o futuro morreu de velho, uma vez por ano nunca fez mal a ninguém. Genérico com elementos de culturodependência activos com efeitos saudáveis no cérebro e na forma de olhar a vida.
Dose excessiva ou intoxicação:
Disso já tem o suficiente na sua vidinha. Não queremos entrar na concorrência para perdermos.
Avisos:
O preço dos bilhetes ajuda a combater o défice. Sobretudo o nosso. Genérico cultural infelizmente não deduzível no IRS, mas na má disposição causada por ter de o pagar.
Apresentação:
Desde que venha limpinho/a, ninguém vai reparar no botão que falta ou no laçarote despropositado. Venha trajado com o melhor fato de boa disposição que tiver à mão.
Tondela, interior descomplexado de Portugal, música viva e ao vivo, gente-feliz-sem-lágrimas, luz-cor-alegria (como nos bailes de antigamente que bem falta continuam a fazer hoje), livros, vinhos, petiscos e afins, ar livre, línguas estrangeiras, palavra e autores, pessoas com aspecto diferente do consagrado no Diário da República e outras que nem por isso, tambores, violas estranhas, pífaros, solidariedades, trombetas, pacotes de açúcar, jogos onde o azar não conta, celibatários, dança, meninas em idade casadoira, crianças sob rigorosa vigilância e outras nem tanto, ácido cítrico, água purificada, sorrisos sem mentol, gás (a todo o), alumínios & magnésios, teatro, instrumentistas loiros e culturas de muitas raças, cores e identidades, melodias de largo espectro de acção fungicida e demais correlativos.
…
Indicações:
TOM DE FESTA / MÚSICAS DO MUNDO é especialmente indicado para casos de prolongada rotinite, stressalgia, mesmacoisice, neuroquotidiania, fibroamargurismos, hipossensibilidade, adições consumistas e uso excessivo de TVrasca.
Contra-indicações:
TOM DE FESTA / MÚSICAS DO MUNDO não deve ser administrado em impacientes portadores de manifesta e confessa surdez mental, cassetes piratas e outras alergias derivadas da lã do camelo e/ou fibra de vidro amarelo. A sintomatologia localizada no bater de palmas mecânico, género sem-pensar (tipo ‘Natal dos Hospitais’) pode ser contraproducente. Geralmente, é.
Efeitos secundários:
Nas experiências havidas com este produto nas anteriores tomas, não foram detectados sinais deformativos da consciência, da visão, audição, olfacto, gosto e (principalmente) tacto. Existem mesmo sinais de anteriores utilizadores que, anualmente e chegados de vários pontos do globo, recorrem à aplicação deste genérico de olhos fechados sem ficar minimamente arrependidos.
Interacções:
Interacções é exactamente o que se deseja. Uma festa não é unilateral, pelo que se prescreve, entre balcões e plateias, um toma-lá-dá-cá constante. Os testes efectuados nas 14 anteriores do TOM DE FESTA / MÚSICAS DO MUNDO deram sempre poema, nunca eczema. O que não é nada, mas sossega.
Precauções especiais de utilização:
Na posologia recomendada (uma noite de cada vez, muitas horas cada noite), não estamos a ver particulares precauções especiais. Em caso de sobreposição de horários, escolher a(o) legítima(o) esposa(o). Sempre dá um ar de família.
Advertências:
Ver Precauções especiais de utilização: Adverte-se que foram já detectadas paixões e casamentos com origem na toma deste produto, não havendo reclamações a registar pelo efeito colateral causado entre os tomadores deste genérico.
Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas:
É como diz o povo nos azulejos dos estabelecimentos:
O cliente beba à vontade.
Se ficar com o grão na asa,
Nós guardamos segredo
E vamos levá-lo a casa.
Apela-se contudo a que os utilizadores não usem tractores, retroescavadoras ou empilhadoras nas suas deslocações, ainda que seja compreensível o seu desejo de armazenamento cultural do programa para consumo fora de estação.
Crianças:
É trazê-las. O bom-gosto é de pepino, como o pequenino.
Posologia e modo de usar:
Cada um é que sabe, mas, como o futuro morreu de velho, uma vez por ano nunca fez mal a ninguém. Genérico com elementos de culturodependência activos com efeitos saudáveis no cérebro e na forma de olhar a vida.
Dose excessiva ou intoxicação:
Disso já tem o suficiente na sua vidinha. Não queremos entrar na concorrência para perdermos.
Avisos:
O preço dos bilhetes ajuda a combater o défice. Sobretudo o nosso. Genérico cultural infelizmente não deduzível no IRS, mas na má disposição causada por ter de o pagar.
Apresentação:
Desde que venha limpinho/a, ninguém vai reparar no botão que falta ou no laçarote despropositado. Venha trajado com o melhor fato de boa disposição que tiver à mão.
A dívida à África
O combate à pobreza africana é ainda uma dívida moral que os países ricos têm para com o continente negro. Primeiro, depauperaram-no das suas gentes através da escravatura. Depois roubaram-lhe as riquezas naturais através da colonização. Agora estão a levar-lhe os melhores cérebros. Mas a reparação é também em proveito próprio, pois traduz-se num investimento na segurança global. A pobreza gera migrações ilegais, violência e terrorismo.
Leia o artigo completo aqui
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A Geografia da Pobreza
Actualmente, mais de oito milhões de pessoas espalhados pelo mundo morrem todos os anos porque são demasiado pobres para se manterem vivas. A nossa geração pode optar por pôr fim a uma tão extrema pobreza até 2025.» Quem o afirma categoricamente é Jeffrey D. Sachs, consultor de líderes mundiais, director do Instituto da Terra da Universidade de Columbia e conselheiro pessoal do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. O The New York Times admite que seja «o mais importante economista» vivo, a Time incluiu-o na lista das cem mais influentes figuras do planeta. Quem diz – e demonstra como, no seu recente livro, O Fim da Pobreza – que é possível, no nosso tempo, deter este genocídio silencioso não é daqueles que se descartam facilmente colando-lhos na testa o rótulo de sonhador.
Sachs é, sim, um visionário. Mas o que vê, viu-o primeiro, bem acordado, ao longo dos 30 anos em que calcorreou o mundo como uma espécie de João Semana da economia. Aliás, foi em 1985, ao ser chamado pelo Governo da Bolívia para ajudar a controlar uma hiperinflação de 24 mil por cento – conseguiu, claro –, que percebeu pela primeira vez que, embora na altura fosse professor em Harvard, os conhecimentos que tinha eram livrescos e teóricos. Quando teve de meter a mão na massa da realidade, rapidamente descobriu que precisava de novos métodos de análise e de novas formas de abordar as questões.
Ter estudado de perto o caso boliviano, levou-o a pensar na necessidade de uma verdadeira economia do desenvolvimento, construída a partir dos princípios de algo a que chamou uma economia clínica. Ou seja, de uma ciência que deixe a distância fria dos gabinetes e, tal como a medicina, se aproxime do «corpo económico» que se propõe tratar. Casado com uma médica, Sachs sabe bem quanto depende de uma boa observação, de bons exames e de um bom diagnóstico; e tudo a tempo e horas, num timing adequado à gravidade da doença que urge tratar.
Por isso, no caso da Bolívia, quando olhou em volta reparou em várias coisas: que a baixa do preço do estanho no mercado internacional lançara cinco sextos dos trabalhadores das minas no desemprego; que a intervenção militar dos EUA contra a produção e o tráfico de coca deixara muitos camponeses na miséria; e, numa percepção que iria afectar toda a sua visão futura, que o país, sem acesso ao mar, tem uma boa parte do seu território, onde se concentra cerca de 75 por cento da população, no topo da cordilheira dos Andes, a altitudes médias de quatro mil metros.
Este «simples» facto determinou boa parte da história económica boliviana: os custos de transporte e de escoamento para o mercado internacional são de tal modo altos, que só bens com uma elevada cotação no mercado internacional aguentavam a «sobretaxa»: no tempo colonial, o ouro e a prata; depois da independência, e por períodos mais ou menos breves, a borracha, o estanho, os hidrocarbonetos e, finalmente, a coca.
Leia o artigo completo aqui
Sachs é, sim, um visionário. Mas o que vê, viu-o primeiro, bem acordado, ao longo dos 30 anos em que calcorreou o mundo como uma espécie de João Semana da economia. Aliás, foi em 1985, ao ser chamado pelo Governo da Bolívia para ajudar a controlar uma hiperinflação de 24 mil por cento – conseguiu, claro –, que percebeu pela primeira vez que, embora na altura fosse professor em Harvard, os conhecimentos que tinha eram livrescos e teóricos. Quando teve de meter a mão na massa da realidade, rapidamente descobriu que precisava de novos métodos de análise e de novas formas de abordar as questões.
Ter estudado de perto o caso boliviano, levou-o a pensar na necessidade de uma verdadeira economia do desenvolvimento, construída a partir dos princípios de algo a que chamou uma economia clínica. Ou seja, de uma ciência que deixe a distância fria dos gabinetes e, tal como a medicina, se aproxime do «corpo económico» que se propõe tratar. Casado com uma médica, Sachs sabe bem quanto depende de uma boa observação, de bons exames e de um bom diagnóstico; e tudo a tempo e horas, num timing adequado à gravidade da doença que urge tratar.
Por isso, no caso da Bolívia, quando olhou em volta reparou em várias coisas: que a baixa do preço do estanho no mercado internacional lançara cinco sextos dos trabalhadores das minas no desemprego; que a intervenção militar dos EUA contra a produção e o tráfico de coca deixara muitos camponeses na miséria; e, numa percepção que iria afectar toda a sua visão futura, que o país, sem acesso ao mar, tem uma boa parte do seu território, onde se concentra cerca de 75 por cento da população, no topo da cordilheira dos Andes, a altitudes médias de quatro mil metros.
Este «simples» facto determinou boa parte da história económica boliviana: os custos de transporte e de escoamento para o mercado internacional são de tal modo altos, que só bens com uma elevada cotação no mercado internacional aguentavam a «sobretaxa»: no tempo colonial, o ouro e a prata; depois da independência, e por períodos mais ou menos breves, a borracha, o estanho, os hidrocarbonetos e, finalmente, a coca.
Leia o artigo completo aqui
domingo, julho 17
A indiferença (suspiro...)
O Iraque é uma palavrinha tão pequenina na lista dos 250 termos mais falados do Technorati, baseada em mais de 13 milhões de blogs...
A indiferença
Não encontro nada relativo ao Iraque na lista dos 50 termos mais falados na lista de blogs do Frescos. O "Top 6" neste momento é: Benfica, governo, liberdade, Londres, medo, terrorismo.
A normalidade
Um curto espaço separa anormalidade da normalidade.
7 Julho, 55 mortos, Londres
10 Julho: 20 mortos, Iraque
13 Julho: 26 mortos, Iraque
15 July: 16 mortos, Iraque
16 Julho: 98 mortos, Iraque
17 Julho (hoje): 20 mortos (tinha escrito 8, mas o dia ainda não tinha acabado), Iraque
Da normalidade à indiferença vai um passo.
[Fontes: 1, 2]
7 Julho, 55 mortos, Londres
10 Julho: 20 mortos, Iraque
13 Julho: 26 mortos, Iraque
15 July: 16 mortos, Iraque
16 Julho: 98 mortos, Iraque
17 Julho (hoje): 20 mortos (tinha escrito 8, mas o dia ainda não tinha acabado), Iraque
Da normalidade à indiferença vai um passo.
[Fontes: 1, 2]
sábado, julho 16
60 anos
segunda-feira, julho 11
De novo em Portugal
Salt Lake City, terra de mórmones
quinta-feira, julho 7
Solvstäg
Gostámos* do Na morte de Solvstäg. Logo que tenhamos um pouquichinho de tempo há-de ir para a barra ali ao lado.
*Sim que a mim o plural majestático também me fica lindamente.
*Sim que a mim o plural majestático também me fica lindamente.
quarta-feira, julho 6
Os livros que ando a ler:
“Histórias de Mulheres”, Rosa Montero- Edições ASA
Um muito interessante conjunto de retratos de mulheres ainda mais interessantes. Mulheres fabulosas, excessivas, a seu modo todas geniais:
De Agatha Christie “Agatha desapareceu na noite de 3 de Dezembro de 1926. Saiu da velha mansão ao volante do seu automóvel por volta das onze horas, a viatura foi encontrada horas depois no meio de um terreiro, não muito longe de casa, com as portas abertas e o casaco e a mala de Agatha. Mas ela tinha desaparecido completamente.”
a Simone de Beauvoir “Nada, nem tu, nem a minha vida, nem a minha própria obra, está acima de Sartre, disse então Simone ao estupefacto Algren”
De Laura Riding “Deixemos as coisas claras desde o primeiro momento: Laura Riding era uma bruxa. E digo-o em todos os seus sentidos, desde o mais metafórico ao mais literal: porque ela acreditava que tinha poderes.
a Isabelle Eberhardt “Quando as águas baixaram, os soldados da guarnição francesa descobriram, entre as ruínas de uma pobre cabana, duas pernas de mulher espetadas na lama. Pertenciam ao cadáver de Isabelle Eberhardt, também chamada Nicolau Padolinski, também chamada Mahmoud Saadi, uma escritora suiça de vinte e sete anos, que se fazia passar por um rapaz muçulmano, falava e escrevia árabe perfeitamente, convertera-se ao islamismo e pertencera a uma irmandade sufi”
Um muito interessante conjunto de retratos de mulheres ainda mais interessantes. Mulheres fabulosas, excessivas, a seu modo todas geniais:
De Agatha Christie “Agatha desapareceu na noite de 3 de Dezembro de 1926. Saiu da velha mansão ao volante do seu automóvel por volta das onze horas, a viatura foi encontrada horas depois no meio de um terreiro, não muito longe de casa, com as portas abertas e o casaco e a mala de Agatha. Mas ela tinha desaparecido completamente.”
a Simone de Beauvoir “Nada, nem tu, nem a minha vida, nem a minha própria obra, está acima de Sartre, disse então Simone ao estupefacto Algren”
De Laura Riding “Deixemos as coisas claras desde o primeiro momento: Laura Riding era uma bruxa. E digo-o em todos os seus sentidos, desde o mais metafórico ao mais literal: porque ela acreditava que tinha poderes.
a Isabelle Eberhardt “Quando as águas baixaram, os soldados da guarnição francesa descobriram, entre as ruínas de uma pobre cabana, duas pernas de mulher espetadas na lama. Pertenciam ao cadáver de Isabelle Eberhardt, também chamada Nicolau Padolinski, também chamada Mahmoud Saadi, uma escritora suiça de vinte e sete anos, que se fazia passar por um rapaz muçulmano, falava e escrevia árabe perfeitamente, convertera-se ao islamismo e pertencera a uma irmandade sufi”
E assim vai este país
Um vendedor de material de alta tecnologia, rapaz novo:
E a Sôtôra chama-se…?
-
-Isabel Barata?
-Não, Isabel Prata.
-Ah! E desculpe-me a pergunta, Isabel é com zê ou com esse? Sabe, eu antigamente lia muito, mas agora não tenho tempo…
-Ah!
E a Sôtôra chama-se…?
-
-Isabel Barata?
-Não, Isabel Prata.
-Ah! E desculpe-me a pergunta, Isabel é com zê ou com esse? Sabe, eu antigamente lia muito, mas agora não tenho tempo…
-Ah!