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quarta-feira, julho 20

Sobre como se fortalece o carácter. Ou, diga não aos seus filhos. E isto continua a não ser um babyblog. 

Quando eu era criança, os meus pais tinham ideias bem definidas sobre as coisas, não me deixavam usar canetas de tinta permanente porque achavam que se tinham inventado as Bics tão práticas, não era para agora voltarmos não sei quantos anos para trás. E lá tinha eu que explicar isto à professora, que preferia as canetas porque faziam a letra mais bonita. Mandavam-me para os passeios da escola com frascos cheios de sumo de maçã feito em casa, alternativa muito mais saudável aos sumóis dos meus colegas, o que obviamente me punha numa posição de clara inferioridade. Quando as minhas colegas usavam lindas botas altas, nem que fossem de plástico, eu e os meus irmãos usávamos umas horrorosas (achávamos nós) de bom couro e que, ainda por cima, o meu pai ensebava para as impermeabilizar. Os exemplos, desta infância cruel, podiam continuar indefinidamente: dos guaches que eram dos melhores, mas eram só seis, da pasta que também era de couro para poder durar a escola toda… O discurso acabava sempre com “mas tu não és as tuas colegas…”.
Ironia do destino, hoje tento, mutatis mutandis e com muito menos sucesso, aplicar a mesma filosofia educativa aos meus filhos. Porque, apesar de tudo, considero que os meus pais não se saíram mal de todo.

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