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quinta-feira, fevereiro 28

Outbreak! Epidemia Sob Investigação 

Sabe como se investigam surtos de doenças, contagiosas ou não, que assumem proporções de epidemia? Identificar os sintomas e os agentes patogénicos na sua origem é seguir pistas, descartar hipóteses. Assemelha-se ao trabalho de um detective que investiga um crime. Qual o modus operandi? Quais os principais suspeitos? Qual o autor do “crime”?

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segunda-feira, fevereiro 18

3 500 000 portugueses e o Hi5: Portugal e os números 

Li o post do FJV e, a bem do rigor, fui lá pôr um comentário duvidando daquela enormidade. E como de costume ninguém me ligou nenhuma. Já agora, ao cuidado da ministra da Educação, “sra ministra é alarmante o modo como os portugueses usam os números, pondo de lado qualquer juízo crítico em relação a essas coisas estranhas”. Sempre me lembro dos meus tempos de professora de liceu e os miúdos a justificarem-me, “pesos” negativos ou velocidades super-sónicas para um automóvel com “foi o que a calculadora deu”.

Valha-nos o Vasco Barreto que explica aqui tudo muito bem explicado. Leiam, Leiam!


"Imagine que 10 portugueses aderem ao Hi5 e que todos comunicam uns com os outros. Quantos portugueses se conheceram pelo Hi5? Eles são só 10, mas na verdade produziram 45 interacções diferentes - novos conhecimentos, se preferir. Há uma fórmula matemática para isto. Mas há também os dedos da mão. Abra as duas mãos com as palmas voltadas para si, comece no polegar esquerdo e conte em quantos dedos diferentes consegue tocar com esse polegar. Nove, certo? Use agora o dedo seguinte ( indicador da mão esquerda) e repita o mesmo exercício. Agora só já conta 8, pois o contacto entre o polegar e o indicador esquerdos seria repetir uma interacção prévia. Continuando a mudar de dedo, conta sucessivamente 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 novos contactos. Ao chegar ao polegar direito, são 0 as novas interacções, pois todos os outros dedos já haviam tomado a iniciativa de o conhecer. Somando tudo, temos 9+8+7+6+5+4+3+2+1=45. Ou seja, 10 portugueses no Hi5 geram 45 potenciais conhecimentos. E quanto mais popular for o site, maior será a disparidade entre o número de conhecimentos potenciais e o número de inscritos. Quantos portugueses são suficientes para produzir 3 500 000 interacções? Menos de 3000."

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domingo, fevereiro 17

O número de estórias é limitado 


No século XIV, a caminho de Santiago um peregrino é injustamente acusado de um crime em Santo Domingo de la Calzada.Uma galinha que ia ser comida cacareja e o peregrino é salvo. No século XVI acontece algo semelhante, mas agora quem canta é o galo de Barcelos. Um galináceo nunca canta só, mas o nosso cresceu e tornou-se a imagem do país para turistas. A rainha Santa Isabel da Hungria faz um milagre com rosas. Sua sobrinha, Rainha Santa Isabel de Portugal também. Pode ser que seja genético isto dos milagres das rosas, mas no nosso caso terá havido alguma ajuda secreta, conta-se. Por vezes as estórias foram primeiro nossas, como a de Pedro o Cruel de Portugal e de Inês de Castro rainha depois de morta. E só depois do seu sobrinho Pedro o Cruel de Castela, que também fez rainha depois de morta a sua amante Maria Padilha. Mas se a nossa história de amor e crueldade se tornou um mito romântico conhecido em todo o mundo, a de Maria Padilha ficou esquecida até renascer no Brasil como pomba-gira, uma nova estória. E se a Virgem apareceu em Lourdes no século XIX, e, se já havia aparecido como Virgem Negra no México no século XVI, foi mesmo em Portugal em Fátima que a estória foi mais longe. O número de estórias é limitado. A nossa capacidade de acreditar, de as reinventar e de nos maravilhar, não.

sexta-feira, fevereiro 15

Os incentivos, os transplantes e o Sporting 

Ontem era para escrever sobre isto, mas depois com os afazeres normais fui-me esquecendo. Hoje ao ler o Eduardo Pitta, voltou-me a indignação. Não propriamente em relação ao que o Eduardo escreve e que me parece importante, mas em relação a uma afirmação do Dr. Eduardo Barroso no jornal da 2 de quarta-feira, e que se calhar passou despercebida. Pois a páginas tantas o Dr. Eduardo Barroso, ex-director do serviço de cirurgia-geral e transplantação do Hospital Curry Cabral, de Lisboa, hoje presidente da Autoridade para os Serviços de Sangue e de Transplantação, proferiu esta afirmação espantosa, qualquer coisa como isto (cito de memória) “Veja,... (nome da jornalista), que eu para estar aqui estou a perder o jogo do Sporting, veja a importância que eu dou a este assunto”. Puta que pariu, haja desplante!

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Debate público "Cidade, arte e política: o valor estratégico da cultura!" 

Quarta-feira, 20 de Fevereiro, pelas 17:00h., no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra.

Moderado por Abílio Hernandez, o debate contará com as intervenções iniciais de António Pedro Pita, José António Bandeirinha, José Reis, Manuel Maria Carrilho e Paula Abreu, sendo aberto a todos os presentes na sala.

Tal como anunciado anteriormente, pretendemos que este seja um momento de encontro e de discussão entre as largas centenas de pessoas que se juntaram e continuam ainda a juntar ao movimento, defendendo a importância da cultura no desenvolvimento das cidades e reflectindo sobre o papel fundamental das autarquias na concepção e na concretização de políticas culturais consistentes.

Amigos da Cultura

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terça-feira, fevereiro 12

Do ensino da música 

Concordar com o que escreve, Fernando Sobral, seria demasiado optimista. Era acreditar que temos, agora, uma nação com alma crítica... era acreditar, entre outras coisas, na bondade do sistema que temos para o ensino da música às nossas crianças. Nada mais falso. O maestro Virgílio Caseiro, que tem ao longo da vida lutado pela primordial importância da música na educação, diz com graça e ironia, quando pede aos adultos que acompanhem com la, la, las as músicas que os seus alunos executam, “porque o la foi a única nota que o sistema educativo português nos ensinou”.
Mas o que os meninos de hoje têm é pouco mais . No ano em que o meu filho entrou no primeiro grau de violoncelo havia no conservatório de Coimbra duas vagas para esse instrumento, em duzentos mil habitantes de Coimbra e arredores 2 crianças tiveram, nesse ano, possibilidade de começar a estudar violoncelo no conservatório. Com os miúdos do primeiro ciclo acontece a mesma coisa, por cada um que entra, centenas ficam de fora. E quantas escolas públicas de música há em Portugal? Uma dúzia?
Se eu acho que por ser para poucos deve acabar? Claro que não, como me dizia um professora do conservatório, começar um instrumento no 1º grau, é como começar a escolaridade obrigatória no 5º ano, sem ter feito a primária. Se acredito no ensino da música que se faz actualmente nas escolas do 1º ciclo? Claro que não, as aulas de enriquecimento qualquer coisa, ao que sei, não servem nem para atirar areia para os olhos. Todos os miúdos têm que ter um ensino da música de qualidade, independentemente da vocação, independentemente de virem a ingressar ou não no conservatório. Isso, para mim, é que é óbvio e essencial.


adenda

Há 6 escolas públicas de ensino especializado da música.

Para quem quiser aí está o polémico relatório. Ao contrário de muita gente eu não acho que este relatório tenha sido elaborado por um bando de malfeitores a soldo de outro bando de malfeitores. Se as soluções que preconizam para os problemas do ensino artístico em Portugal (e que numa leitura hiper-transversal me parecem correctamente identificados) são as melhores é que já não sei.

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quinta-feira, fevereiro 7

O shampô cancerígeno e as personagens de ficção 


Ouvia na Antena 1 o programa Esplendor de Portugal. Juan Goldin, Ronaldo Bonnachi e Ana Djaimilia Almeida, simpátios estrangeiros a viver entre nós, comentam coisas de Portugal e do mundo. Foi por eles que soube do recente estudo da UKTV Gold sobre a dificuldade dos britânicos em distinguirem as personagens de ficção das personalidades reais. Sem ficha técnica, apenas sabendo que foram inquiridos 3000 britânicos, faltam-nos muitos dados. Foi um estudo de resposta voluntária ou um inquérito genuínamente aleatório? Nada disto foi discutido, mas os comentadores foram muito sensatos a analisarem o tal estudo. Gostei de os ouvir. O pior foi quando um deles se saiu com o já velho mito urbano do shampô cancerígeno. A ignorância e a suspensão do juizo crítico quando as matérias são vagamente científicas, num mundo cheio de informação é tão ou mais grave como a dificuldade de distinguir personagens reais ou de ficção. É que num mundo cheio de informação julga-se que se sabe uma coisa quando apenas se teve acesso a informação e acredita-se só porque alguém se deu ao trabalho de a difundir. Mas fará algum sentido muita da informação que nos enviam, ou a que temos acesso, que parece encaixar tão bem nas nossas visões do mundo cheias de conspirações e maldades ocultas? Fará mesmo algum sentido que os produtos estejam cheios de produtos concerígenos e ninguém os retire do mercado, ou pelo menos não ponha neles um aviso como os do tabaco? Estou à espera de um inquérito sobre isto. Entretanto recordo a campanha para banir o óxido de dihidrogénio.

domingo, fevereiro 3

Subscrevo 

Contra o Fim do Ensino Especializado da Música em Portugal

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