quinta-feira, fevereiro 7
O shampô cancerígeno e as personagens de ficção
Ouvia na Antena 1 o programa Esplendor de Portugal. Juan Goldin, Ronaldo Bonnachi e Ana Djaimilia Almeida, simpátios estrangeiros a viver entre nós, comentam coisas de Portugal e do mundo. Foi por eles que soube do recente estudo da UKTV Gold sobre a dificuldade dos britânicos em distinguirem as personagens de ficção das personalidades reais. Sem ficha técnica, apenas sabendo que foram inquiridos 3000 britânicos, faltam-nos muitos dados. Foi um estudo de resposta voluntária ou um inquérito genuínamente aleatório? Nada disto foi discutido, mas os comentadores foram muito sensatos a analisarem o tal estudo. Gostei de os ouvir. O pior foi quando um deles se saiu com o já velho mito urbano do shampô cancerígeno. A ignorância e a suspensão do juizo crítico quando as matérias são vagamente científicas, num mundo cheio de informação é tão ou mais grave como a dificuldade de distinguir personagens reais ou de ficção. É que num mundo cheio de informação julga-se que se sabe uma coisa quando apenas se teve acesso a informação e acredita-se só porque alguém se deu ao trabalho de a difundir. Mas fará algum sentido muita da informação que nos enviam, ou a que temos acesso, que parece encaixar tão bem nas nossas visões do mundo cheias de conspirações e maldades ocultas? Fará mesmo algum sentido que os produtos estejam cheios de produtos concerígenos e ninguém os retire do mercado, ou pelo menos não ponha neles um aviso como os do tabaco? Estou à espera de um inquérito sobre isto. Entretanto recordo a campanha para banir o óxido de dihidrogénio.
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