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domingo, fevereiro 17

O número de estórias é limitado 


No século XIV, a caminho de Santiago um peregrino é injustamente acusado de um crime em Santo Domingo de la Calzada.Uma galinha que ia ser comida cacareja e o peregrino é salvo. No século XVI acontece algo semelhante, mas agora quem canta é o galo de Barcelos. Um galináceo nunca canta só, mas o nosso cresceu e tornou-se a imagem do país para turistas. A rainha Santa Isabel da Hungria faz um milagre com rosas. Sua sobrinha, Rainha Santa Isabel de Portugal também. Pode ser que seja genético isto dos milagres das rosas, mas no nosso caso terá havido alguma ajuda secreta, conta-se. Por vezes as estórias foram primeiro nossas, como a de Pedro o Cruel de Portugal e de Inês de Castro rainha depois de morta. E só depois do seu sobrinho Pedro o Cruel de Castela, que também fez rainha depois de morta a sua amante Maria Padilha. Mas se a nossa história de amor e crueldade se tornou um mito romântico conhecido em todo o mundo, a de Maria Padilha ficou esquecida até renascer no Brasil como pomba-gira, uma nova estória. E se a Virgem apareceu em Lourdes no século XIX, e, se já havia aparecido como Virgem Negra no México no século XVI, foi mesmo em Portugal em Fátima que a estória foi mais longe. O número de estórias é limitado. A nossa capacidade de acreditar, de as reinventar e de nos maravilhar, não.

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