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terça-feira, março 28

Gripe das Aves (II) 


segunda-feira, março 27

Esta semana 


(Clicar nas imagens)

sexta-feira, março 24

Ainda sobre erros em publicações 


O Público de hoje vinha com o suplemento “Guia de autarcas e autarquias 2006”, que comecei a desfolhar sem grande interesse enquanto esperava por alguém. Comecei a ver que até continha bastante informação útil que nos diz respeito: deputados da assembleia da república, elementos do governo, da presidência, autarcas, concelhos, freguesias, contactos, etc. Uma das primeiras páginas que vi foi a do distrito de Aveiro, que tem uma tabela com factos sobre os seus concelhos. Fiquei admirado com a quantidade de erros que consegui descobrir na tabela da figura (clicar para ampliar), apesar de não conhecer bem o distrito nem ter ali à mão outras fontes de informação:

- o nº de eleitores e/ou de residentes de Castelo de Paiva está errado (o nº de eleitores é mais do dobro do nº de residentes)
- idem para o concelho de Oliveira de Azeméis (o nº de eleitores é muito pequeno relativamente ao do nº de residentes, quando comparado com os outros concelhos; além disso, o nº de eleitores é exactamente igual ao da Mealhada)
- a área do concelho de Ovar está errada (na tabela é ~3x maior do que a área do concelho de Águeda, mas no mapa é muito menor)
- este erro na área parece ter-se propagado à linha do fundo, que tem os totais. Possivelmente o mesmo se passou com o total de residentes e de eleitores.
- as áreas estão expressas em km, o que não faz sentido nenhum, devia ser km2 (as tabelas dos restantes distritos também tinham este erro)

Se estes erros todos ocorrem numa única tabela e se são facilmente encontrados por alguém que não está por dentro do assunto... quantos mais haverá em toda a publicação?
Eu sei que todas as pessoas erram e eu não sou excepção, obviamente (se calhar estou a errar ao escrever este post). Mas, a julgar por esta pequena amostra, não posso deixar de pensar na falta de cuidado com que publicações em princípio úteis como esta parecem ter sido feitas e na falta de qualidade da informação que nos rodeia. Confiar em que informação, eis a questão...

Wikipedia versus Britannica: uma investigação da Nature 

Jimmy Wales' Wikipedia comes close to Britannica in terms of the accuracy of its science entries, a Nature investigation finds.

One of the extraordinary stories of the Internet age is that of Wikipedia, a free online encyclopaedia that anyone can edit. This radical and rapidly growing publication, which includes close to 4 million entries, is now a much-used resource. But it is also controversial: if anyone can edit entries, how do users know if Wikipedia is as accurate as established sources such as Encyclopaedia Britannica?

Several recent cases have highlighted the potential problems. One article was revealed as falsely suggesting that a former assistant to US Senator Robert Kennedy may have been involved in his assassination. And podcasting pioneer Adam Curry has been accused of editing the entry on podcasting to remove references to competitors' work. Curry says he merely thought he was making the entry more accurate.

However, an expert-led investigation carried out by Nature — the first to use peer review to compare Wikipedia and Britannica's coverage of science — suggests that such high-profile examples are the exception rather than the rule.

The exercise revealed numerous errors in both encyclopaedias, but among 42 entries tested, the difference in accuracy was not particularly great: the average science entry in Wikipedia contained around four inaccuracies; Britannica, about three.

Considering how Wikipedia articles are written, that result might seem surprising.
A solar physicist could, for example, work on the entry on the Sun, but would have the same status as a contributor without an academic background. Disputes about content are usually resolved by discussion among users.

But Jimmy Wales, co-founder of Wikipedia and president of the encyclopaedia's parent organization, the Wikimedia Foundation of St Petersburg, Florida, says the finding shows the potential of Wikipedia. "I'm pleased," he says. "Our goal is to get to Britannica quality, or better."

Wikipedia is growing fast. The encyclopaedia has added 3.7 million articles in 200 languages since it was founded in 2001. The English version has more than 45,000 registered users, and added about 1,500 new articles every day of October 2005. Wikipedia has become the 37th most visited website, according to Alexa, a web ranking service.

But critics have raised concerns about the site's increasing influence, questioning whether multiple, unpaid editors can match paid professionals for accuracy. Writing in the online magazine TCS last year, former Britannica editor Robert McHenry declared one Wikipedia entry — on US founding father Alexander Hamilton — as "what might be expected of a high-school student". Opening up the editing process to all, regardless of expertise, means that reliability can never be ensured, he concluded.

Yet Nature's investigation suggests that Britannica's advantage may not be great, at least when it comes to science entries. In the study, entries were chosen from the websites of Wikipedia and Encyclopaedia Britannica on a broad range of scientific disciplines and sent to a relevant expert for peer review. Each reviewer examined the entry on a single subject from the two encyclopaedias; they were not told which article came from which encyclopaedia. A total of 42 usable reviews were returned out of 50 sent out, and were then examined by Nature's news team.

Only eight serious errors, such as misinterpretations of important concepts, were detected in the pairs of articles reviewed, four from each encyclopaedia. But reviewers also found many factual errors, omissions or misleading statements: 162 and 123 in Wikipedia and Britannica, respectively.

Na news@nature.com (sublinhados meus)

Porquê a baixa transmissibilidade do vírus H5N1 entre humanos? 















Duas equipas de investigadores, uma norte americana e a outra holandesa, sugerem em artigos publicados nas revistas Nature e Science, respectivamente, que a baixa transmissibilidade do vírus H5N1 entre humanos se deve ao facto de que as células mais facilmente infectáveis se localizam na parte inferior do sistema respiratório (especialmente os alvéolos - figura 1). Em contraste, a gripe humana contamina as células localizadas na zona superior do sistema respiratório (como o nariz e a faringe - figura 2). Todos sabemos que os espirros e tosse são fortes meios de transmissão da gripe humana. Isto deve-se ao facto de as células da parte superior do sistema respiratório produzirem um muco característico dessa zona (por exemplo muco nasal) que serve como bom veículo para contágio. O que este estudo implica é que os espirros e a tosse deixam de ter um peso acentuado como meio de transmissão dado que as células contaminadas pelo vírus H5N1 não estão relacionadas com a produção desse muco.



Sempre em www.gripept.net

Somos todos fundamentais 

É suposto a Finlândia ser o nosso modelo, não é? ;-) ("Finland said it had ordered 5.2 million vaccine prototypes against bird flu, enough to cover its entire population".)

segunda-feira, março 20

A frase do dia (à atenção dos fumadores) 

A existência de salas para fumadores nos restaurantes tem tanto sentido como haver um canto na piscina para os que gostam de fazer chichi na água.

Um californiano na Antena 1.

terça-feira, março 14

Então BOM DIA 


segunda-feira, março 13

Um outro Pi 

A música perfeita para o dia de amanhã é "π" (Pi), de Kate Bush, do último album "Aerial". É um prazer ouvir aqueles 118 dígitos do número cantados assim, mesmo com erros. Arte é arte.

Um olhar sobre a investigação na Universidade de Coimbra 

A partir de hoje no Teatro Gil Vicente.

sexta-feira, março 3

Parabéns Alexandre! 

3 anos de 1bsk.

quinta-feira, março 2

Fantástico Cérebro 

Que com a maior facilidade lê mensagens “absurdas” como esta.


M473M471C0 (53N54C10N4L):

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M4T3M471C0
D31X0 T0D4 4 4857R4Ç40 N4TUR4L D3 L4D0
3 P0NH0-M3 A P3N54R 3M NUM3R05
M4S L060 C410 N4 R34L
3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505 D3 4M0R
C0M R1M4 0U 4T3 53M R1M4 N3NHUM4

Gripe das aves II 

Hoje de manhã, cerca das 08:00, encontrei uma ave morta na estrada, quando ia levar os miúdos à escola, em Coimbra. Era pequena e como passei de carro não a vi bem, parecia do tamanho de um melro ou de uma rola. Como um bom cidadão, sem alarme, quando cheguei a casa procurei o site da gripe aviária (é fácil: www.gripedasaves.pt) e telefonei para o nº verde de informação (800 207 275) a dar conta da ocorrência. Por sorte, o atendimento tinha acabado de abrir ("Dias úteis das 8h00 às 20h00", diz o site), senão não saberia como fazer e no site não vi nenhuma alternativa. Ficaram com o meu contacto para me telefonar se fosse preciso mais alguma informação.

Por volta das 16:00, oito horas depois, o dito pássaro ainda lá estava, consideravelmente espalmado dos carros que entretanto lhe passaram por cima. Voltei a telefonar, disseram-me que têm tido muitas solicitações. Habituado a estas coisas, encolho os ombros, embora me pareça que é importante um serviço destes agir rapidamente para minimizar a possibilidade de uma eventual contaminação. Não que eu ache que a ave tem gripe (apenas há a remota hipótese de ter), mas se o serviço é lento em Coimbra, como será em sítios mais recônditos?

Aproveitei para perguntar como fazíamos para avisar uma ocorrência fora do horário de funcionamento. A simpática senhora não sabia, sugeriu o canil. Informou-me que agora já se pode telefonar aos fins de semana, o que ainda não é mencionado no site. De resto, pareceu-me que ele poderia estar mais actualizado: ainda se considera "muito remota" a hipótese da gripe das aves chegar a Portugal?

[Adenda, 3/3/2006, 9:50] Um dia depois, os restos do pássaro continuam na estrada, agora espalhados um pouco por todo o lado (a chuva ajudou). A sua remoção vai ser muito complicada, se alguma vez vier a acontecer. O contacto que dei não foi utilizado. Se os restos estivessem infectados (o que duvido, mas deve-se considerar o pior cenário), estariam nesta altura a ser espalhados pelos muitos pneus e sapatos que lhe devem ter passado por cima, já para não falar da água.

Gripe das Aves 


quarta-feira, março 1

A quem possa interessar 

Uma vez que nos jornais locais não encontrei nenhuma referência ao assunto, aqui fica a notícia: um golfinho morto deu ontem à costa na Figueira da Foz, em frente ao aquaparque "Teimoso" (~15h00). Esta animação aponta uma causa provável.

Os Desastres de Sofia e as Estruturas do Acaso 


A Sofia dos Desastres, da Condessa de Ségur, faz muitas asneiras, é castigada, arrepende-se, faz outras asneiras, e o ciclo recomeça. Naturalmente, com as amarguras das Meninas Exemplares e das Férias, aprende o suficiente para romper esse ciclo, ganhar juízo, não sendo consequentemente imoral terminar num happy end de felicidade reencontrada, um padrão inevitável num livro infantil, que tem que transmitir optimismo e fé nos valores estabelecidos.

Os desastres são próprios do mundo da infância, uma fase necessária porque nascemos imaturos (muitos sê-lo-ão — ou sê-lo-emos? — pela vida for a …), e é necessário um período largo de treino, de lições da vida, para aprendermos a reconhecer os padrões prováveis, eventualmente a modificá-los, a alargar a nossa compreensão do que nos rodeia e a tomar decisões.E uma parte importante das lições da vida é que a maior parte das decisões importantes são tomadas sob incerteza, sem domínio completo da informação que seria relevante para poder decidir bem. Crescer é, também, aprender que a incerteza está presente em tudo aquilo que nos rodeia. É, sobretudo, aprender que essa incerteza pode ser domada, delimitada, que podemos abstrair os padrões mais prováveis, pressupor a verdade antes de a conhecer, e consequentemente desenvolver métodos para decidir racionalmente mesmo em condições adversas.

O desenvolvimento da Probabilidade e da Estatística respondem a essa necessidade de
dominar o que é incerto e efémero, transformando a informação em Sofia, no sentido original de conhecimento. Os antigos alquimistas procuravam a pedra filosofal capaz de transformar o chumbo em ouro. Os construtores da Ciência de hoje sabem que os dados de que dispõem são uma ténue poeira que se agita na superfície da realidade — e que a tarefa é não só evitar que essa poeira encubra a essência das coisas, como, pelo contrário, que a revele; a pedra fisosofal é apenas uma metáfora deste nosso empreendimento, individual e colectivo, de transformar a poeira dos dados no ouro do conhecimento.

Mas para isso é preciso saber ler os dados, e a montante disso, ainda, saber que nem todos os dados prestam, e por isso aprender como obter os que prestam. A Estatística é uma espécie de canivete suisso, a que vamos sempre acrescentando novas ferramentas para abordar um mundo cada vez mais complexo. Todos lidamos com a incerteza, e em menor ou maior quota todos precisamos de saber utilizar, ao menos parcialmente, esse canivete. Porque se não soubermos, como procuraremos exemplificar nesta conversa, vamos contribuir para que ocorram mais alguns desastres à Sofia.


Abstract da conferência a proferir pelo Prof Dinis Pestana no Ciclo Despertar para a Ciência, 16 Março, 15 h Auditório da Reitoria UC.

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