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quinta-feira, junho 30

O desaparecimento do Homem a Lenha 

Hoje é um dia para comemorar e este post serve para mo lembrar. No último ano, muito ouvi eu falar das aventuras do Homem a Lenha: era Homem a Lenha para aqui, Homem a Lenha para acolá, compra-me aquilo do Homem a Lenha... Parecia que o Homem a Lenha me perseguia por todo o lado, mas hoje tudo acabou, finito. A boa notícia surgiu irrompendo pelo duche adentro, no auge da espuma: "Pai! Homem-aranha! Já sei dizer os 'R'!".

Manifesto pelo Emprego Científico 

O Blog de Esquerda lembra a apresentação pública do Manifesto pelo Emprego Científico, um tema que nos é paricularmente caro. HOJE.

Curvo-me perante…. 

Emídio Guerreiro 1899-2005



“Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício;” Kipling

Corpo de Baile 

Conheço-a há muitos anos. Há muito que lhe sei o corpo de bronze, a saia de tule, os pés em quarta. Vi-a, pela primeira vez no museu d’Orsay e não lhe notei a feiura, nem a cara de macaquinho atrevido. Achei-a, isso sim, delicada e determinada. Há dias oiço dizer que não é verdadeira. Que é apenas uma cópia autorizada pelos herdeiros de Degas da original. Uma cópia feita a partir do original, é certo, mas apenas uma cópia. Que o original, que Degas esculpiu em cera e que escandalizou, à época, pela feiura e aspecto grotesco (como pode uma bailarina ser feia e grotesca?) se encontra do outro lado do Atlântico.
Não volto ao museu d’Orsay.

sexta-feira, junho 24

Parabéns 



Tinha que ser alguém de fora a lembrar-nos do aniversário deste blog cada vez mais incerto. Um blog é feito de pessoas e às deste deu-lhes para serem de uma grande incerteza, levaram demasiado a sério o mote. Raio de feitio.
Anyway, PARABÉNS para nós.

Zeníssimo 

Conta-se que, um certo dia, um mestre zen, ao aperceber-se que um dos seus discípulos jejuava já há uma série de dias, o interrogou sobre as razões desse jejum. Ao que o discípulo lhe respondeu que lutava contra si mesmo.
- Pois é, deve ser difícil. Ainda para mais de estômago vazio! – retorquiu-lhe o mestre.

Esta é mais uma das histórias cheias de sabedoria desconcertante da “Tertúlia de Mentirosos”.

segunda-feira, junho 20

A garganta funda de Bush (Downing Street Memos) 

Primeiro decidiu-se, depois tentou-se justificar a guerra, já imaginávamos. Fomos aldrabados, como parecia ser claro. De qualquer modo, é sempre interessante quando se desenterra história que se tentou esconder. Mais informação aqui.

sexta-feira, junho 17

A Senhora 




“Usem a vossa liberdade para nos ajudar a conseguir a nossa.”

Aung San Suu Kyi

quinta-feira, junho 16

O sal da língua 

Chegou ontem com o correio da tarde

Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar,
para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.


Eugénio de Andrade

Da Solidão dos dias assim 

No blog da Vieira um texto, um conto, que se lê do princípio ao fim sustendo a respiração.

E ali, no meio da rua e a meio caminho um do outro, respirando-se boca-a-boca, pensaram poder de facto resgatar aquele amor naufragado, sem saberem que um Amor, quando se descostura e rompe, não há desfibrilhação nem manobra cardíaca que o valha, e que o deles há muito que estava morto e decomposto, a servir de alimento aos vermes dos dias iguais que, à espreita nas esquinas dos prédios que lhes lançavam sombra por sobre as línguas molhadas, aguardavam o momento em que, de novo, se banqueteariam num festim vampiresco.


sábado, junho 11

Ridicularias: o "3" do 6,83 

Quando ouvi falar da estimativa dos 6,83% do défice, não pude deixar de sorrir com o "rigor da treta" demonstrado por aquele "3", que aparecia depois de se ouvirem números tão díspares como 2,9% ou 5,2%. É um delicioso pormenor que nos lembra uma vez mais que somos um povo que se deixa impressionar (e enganar) facilmente pelos números, facto que é frequentemente utilizado para os mais diversos fins, sobretudo políticos, pois aí é útil exagerar nas certezas para convencer indecisos. Na altura não me lembro de ter ouvido críticas àquele ridículo "3", mas eu também não tenho ligado muito às notícias ultimamente.

Finalmente, leio hoje no Público, num artigo de Bagão Félix:

"Levar até às centésimas uma estimativa do défice (6,83 por cento) é ridículo. Tratando-se de uma previsão, só se entende como forma de 'impressionar'[...]".

Em cheio na mouche. Tudo isto é confirmado no esclarecimento de Constâncio, publicado na mesma edição, onde se evita a todo o custo mencionar o "3" (por exemplo, "A Comissão chegou à conclusão, condicional à manutenção das políticas orçamentais existentes, de um défice previsível de 6,8 por cento do PIB, número cuja validade técnica fundamental ninguém contestou.". Mas se ninguém contestou, porque é que Constâncio já não usa nem defende o número 6,83? Não serve?

terça-feira, junho 7

Onda de calor 

Hoje, passava das 19h00 e o carro ainda marcava 38º. Para início de Junho, é febril. O que vale é que amanhã em Coimbra vão estar 16º de máxima e 13º de mínima, segundo a previsão do portal do cidadão neste momento. Não esquecer a gabardine, vai chover em todo o país.

Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra 

O Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, formação coral de jovens de Coimbra, vai lançar um novo disco.

segunda-feira, junho 6

Bartleby está no parque dos retalhos mas não diz 

No parque dos retalhos de Taveiro até 19 de Junho está a festa do livro. É grande, grande, muito grande. Tem novos, velhos, assim-assim, e outros. Estavam lá o Bartleby do Melville (4 euros) e o do Vila-Matas (5 euros). Também estava Charles Peters, um português na corrida ao ouro (1.5 euros). Lá muito no fundo, enquanto esperam o seu lugar nos 5 e 10 euros, estavam os Dan Browns, os anjos e os demónios, as conspirações de Sião e as outras que também vendem, as Marias Madalenas, as namoradas de Cristo, os verdadeiros, os verdadeiros verdadeiros, os descodificados, enfim, esses todos. Por ali ao lado Eco com o pêndulo de Foucault ria-se, enquanto a misteriosa rainha Loana (20 euros) sorria.

sábado, junho 4

Vidas (em) embrulhadas 

Pois, é a vida
pois, pois, pois é, pá
não há melhor
é o melhor que há
deseja que embrulhe
ou é pra viver já?

Deseja que embrulhe
ou é pra viver já?

Sérgio Godinho, "Pois, É a Vida" (in Salão de Festas, 1984)

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