sábado, junho 11
Ridicularias: o "3" do 6,83
Quando ouvi falar da estimativa dos 6,83% do défice, não pude deixar de sorrir com o "rigor da treta" demonstrado por aquele "3", que aparecia depois de se ouvirem números tão díspares como 2,9% ou 5,2%. É um delicioso pormenor que nos lembra uma vez mais que somos um povo que se deixa impressionar (e enganar) facilmente pelos números, facto que é frequentemente utilizado para os mais diversos fins, sobretudo políticos, pois aí é útil exagerar nas certezas para convencer indecisos. Na altura não me lembro de ter ouvido críticas àquele ridículo "3", mas eu também não tenho ligado muito às notícias ultimamente.
Finalmente, leio hoje no Público, num artigo de Bagão Félix:
"Levar até às centésimas uma estimativa do défice (6,83 por cento) é ridículo. Tratando-se de uma previsão, só se entende como forma de 'impressionar'[...]".
Em cheio na mouche. Tudo isto é confirmado no esclarecimento de Constâncio, publicado na mesma edição, onde se evita a todo o custo mencionar o "3" (por exemplo, "A Comissão chegou à conclusão, condicional à manutenção das políticas orçamentais existentes, de um défice previsível de 6,8 por cento do PIB, número cuja validade técnica fundamental ninguém contestou.". Mas se ninguém contestou, porque é que Constâncio já não usa nem defende o número 6,83? Não serve?
Finalmente, leio hoje no Público, num artigo de Bagão Félix:
"Levar até às centésimas uma estimativa do défice (6,83 por cento) é ridículo. Tratando-se de uma previsão, só se entende como forma de 'impressionar'[...]".
Em cheio na mouche. Tudo isto é confirmado no esclarecimento de Constâncio, publicado na mesma edição, onde se evita a todo o custo mencionar o "3" (por exemplo, "A Comissão chegou à conclusão, condicional à manutenção das políticas orçamentais existentes, de um défice previsível de 6,8 por cento do PIB, número cuja validade técnica fundamental ninguém contestou.". Mas se ninguém contestou, porque é que Constâncio já não usa nem defende o número 6,83? Não serve?
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