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terça-feira, junho 30

Pelos caminhos de Portugal 

A resistência é um conceito físico giro, aparentado com a inércia, que podemos aplicar no dia a dia nas mais variadas situações.

Nestes dias tenho pensado se a regra de associação de resistências em paralelo que se aprende no liceu não teria dado jeito para poupar uns cobres a este país. Por exemplo, é sabido que se temos duas resistências em paralelo num circuito eléctrico, a maior parte das cargas eléctricas vão pela menor resistência. O mesmo é verdade para dois tubos horizontais em paralelo por onde passa um líquido: a maior parte das moléculas de líquido vão pelo tubo que tem a menor resistência hidrodinâmica.

Algo de semelhante pode passar-se quando temos duas auto-estradas em paralelo: se houver duas que façam o mesmo percurso (por exemplo, Estarreja-Porto) e se uma tiver portagem (A1: €4.8 ida e volta) e a outra não (A29), então uma deve ter maior resistência do que a outra. Afinal de contas, as pessoas não têm resistência a pagar €4.8 desnecessariamente?

Pelos vistos não, muitas pessoas ainda usam a A1 nesta zona. Mas há ainda um outro dado a ter em conta: é que nem todas as pessoas que utilizam a A1 para se deslocar ao norte sabem do truque de se sair em Estarreja para em apenas 1500 metros mudarem para a auto-estrada gratuita...

Não deixa de ser estranho que alguém se tenha lembrado de fazer uma auto-estrada gratuita paralelamente a uma com portagens... e que durante anos ela tenha sido construída (de modo diferente de uma auto-estrada com portagens), sem que se questionasse se seria a melhor coisa a fazer... e que durante anos ela se tenha mantido sem portagens, roubando gradualmente tráfego à A1...

18/10/2006: Portagens nas Scut podem avançar em 2006
07/07/2007: Portagens nas Scut do Norte avançam até ao final do ano
27/02/2008: Brisa prevê portagens nas Scut no Verão
02/10/2008: Mário Lino garante portagens nas Scut avançam "o mais depressa possível"
21/03/2009: Portagens nas SCUT da região norte "a todo o vapor"


A informação ainda flui muito lentamente na era da informação...

O furacão que se aproxima 

"As of June 24 the Centers for Disease Control and Prevention (CDC) is predicting the pandemic will be "Category 2" in severity. A category 2 pandemic has a Case Fatality Ratio (CFR) between 0.1% and 0.5%, with between 90,000 and 450,000 deaths in the U.S. (compared with 36,000 deaths during a typical influenza season)." (da wikipédia, hoje)

sexta-feira, junho 26

A grande inauguração 

Em Setembro/Outubro de 2009, haverá uma inauguração que se prevê histórica. Será algo raro: uma inauguração que os governantes, em vésperas de eleições, vão certamente querer adiar para depois das eleições!

É uma verdadeira obra de arte e um recorde para o Guiness. Um monumento surrealista com 13 km: o troço de auto-estrada entre Angeja e Estarreja (A29). Corre paralelamente à A1, distando dela em média cerca de 900 metros (variando entre os 400m e os 1400m - ver mapa). Continuará os muitos outros km de auto-estrada-paralela-à-A1-e-a-cerca-de-900m já existentes. Ao mesmo tempo, a A1 está a ser alargada para 6 faixas precisamente em Estarreja, com possibilidade de alargamento futuro para 8. A inauguração em plena crise económica não podia ser mais apropriada, parece uma conjunção astronómica.

Nas palavras do presidente da Câmara de Estarreja, aqui e aqui:

"É fácil perceber da nossa histórica resistência a esse traçado: um terço do território do Município é ZPE (Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro); o restante é atravessado pela Linha do Norte, por Gasodutos, por Linhas de Alta Tensão, pela A1, agora pela A29, amanhã querem que pelo TGV."
[...]
"Em Estarreja, a A1 está a ser alargada de 4 para 6 faixas. A A29 ficará pronta dentro de um ano. Passamos de 4 para 10 faixas de auto-estrada…”."
[...]
"O próprio Secretário de Estado das Obras Públicas, admitindo que esta solução para a A29 não será a melhor possível, conclui que “às vezes, mais vale tomar, em determinados contextos, uma decisão que não é muito boa, do que não tomar nenhuma”(in Público, Junho 2006);"
[...]
"o Povo não entende."

Não é para entender. Mais 58 milhões de euros para o lixo. Acrescidos de mais 12 milhões para compensar a população local de tanta maldade. Compensar como? Com mais e melhores estradas, naturalmente.

Como se não bastasse, há ainda a auto-estrada A32 que vai ser ali construída paralelamente, a 3 km da A1.

quinta-feira, junho 25

Inércia(s) 

Provavelmente é porque me sinto com uma enorme inércia que me ocorreu que isto há conceitos físicos mesmo espantosos, versáteis, giros, fixes, porreiros (pá!?), bacanos ou até mesmo tchan (isto existe?). A inércia é um deles! Desconheço a origem do conceito: não sei se migrou do senso comum para a física (o mais natural), ou se nasceu de parto natural no seio da dita ciência. Sinceramente, no meu actual estado de espírito, essa é questão não me interessa nada, ou como diz o povo na sua alta sabedoria "não interessa nem ao Menino Jesus" - expressão, aliás que tem o seu quê que merecia ser reflectido. Mas bem, voltando à vaca fria, a inércia é um daqueles conceitos cuja aplicação transcende em muito a realidade meramente mecânica. Desde logo, a forma como inicio esta prosa. Mas também as inúmeras aplicações em áreas diversas. Por exemplo, no mercado de acções é usado para explicar/prever determinados comportamentos de preços. Mas a aplicação na dinâmica de sistemas sociais é uma das que continua a maravilhar-me. E, por isso, são também demasiadas as vezes que me espanto como é que é possível fazer equações (mentais) sobre processos humanos e sociais em que a inércia não é tida em conta. Seja para iniciar um processo, seja para o parar ou simplesmente modificar. Muitas vezes resume-se o conceito a resistências de classes, a interesses corporativos os quais podem ser alterados por via legislativa ou por regulamentação superior. Parece-me que pensar desta forma é desconhecer o conceito e as suas consequências. Ninguém ousaria parar um comboio em movimento mesmo em pequena velocidade, nem tampouco obrigá-lo a fazer uma curva. Com a ajuda de dispositivos apropriados tais tarefas seriam possíveis mas sempre com determinadas limitações: o espaço para parar o comboio não poderia ser extremamente reduzido nem as curvas poderiam ser tão "apertadas" quanto se desejasse.
Parece-me que a natureza social segue regras que não devem ser muito diferentes das que encontramos na física. E, se for assim é preciso que quem se proponha a alterar por via externa os processo humanos (e.g. a organização de um país) tenha em conta que inflexões demasiado bruscas exigem uma enorme quantidade de energia (outro conceito "fabulástico") e as consequências são muitas vezes imprevisíveis. Manter o comboio no trilho, obrigando-o a curvar quando deve e a parar nas estações só pode ser feito por quem sente o poder da inércia!

Poste inconsequente do soldado desaparecido 

Poderia pensar-se que o soldado desaparecido da foto ao lado tinha sido vítima de vandalismo, comportamento inconsequente, ou simples estupidez. Mas talvez não seja bem assim. Poderá, inicialmente, ter sido sequestrado, arrancado da sua posição contra a sua vontade, levado à força, mas agora tudo indica que terá desertado e está na companhia de algumas beldades unidimensionais (como ele).

Ou se calhar não. Esta foto obtida por cima de um muro algures em Coimbra pode ser só uma manobra de propaganda. Aliás, será que é o mesmo soldado? Será que afinal tudo se trata de uma mistificação, ou de uma lavagem ao cérebro? Será que o soldado desenvolveu o sindroma de Estocolmo? Será que quem o levou para ali tem afinal tanto cérebro como um soldado de cartão? Todas as perguntas são legítimas se todas as dúvidas forem possíveis. E este é afinal e apenas o simples poste inconsequente do soldado desaparecido.

O anúncio quinzenal de novas medidas no parlamento: um fiável indicador de falta de seriedade 

Não vou perder muito tempo a discutir as vantagens e desvantagens dos debates quinzenais no parlamento. Para abreviar, digo apenas que poderiam ser úteis se servissem para debater de uma forma civilizada questões que são importantes para o país, mas na prática são apenas mais uma plataforma de luta pela visibilidade nos media e de lançamento de sound bites. Parece-me que disso já temos que chegue todos os dias, não precisamos de usar o parlamento como mais um megafone. Acho particularmente esclarecedor e desagradável o desplante com que alguns participantes no debate não respondem às perguntas, como se o tempo perdido com manobras de retórica para evitar a discussão efectiva dos temas não estivesse ali a ser pago a peso de ouro pelo erário público.

Mas adiante. Este post pretende chamar atenção apenas para o que me parece ser o principal ponto de interesse destes debates: o de mostrarem, com uma clareza e regularidade assombrosas, a falta de seriedade de quem aproveita cada ida destas ao parlamento para anunciar novas medidas. Não consigo conceber estes anúncios senão como uma forma deliberada de tentar esvaziar o debate de ideias e retirar-lhe protagonismo. Debate esse que, lembre-se, seria a razão por que se vai ao parlamento num evento designado “debate quinzenal”.

Como num mecanismo relojoeiro, sabe-se precisamente o que se irá passar: os jornais e telejornais irão dar ênfase às novas medidas anunciadas, precisamente por serem novidade. O público engolirá o bombom noticioso (as novas medidas são invariavelmente boas na aparência) com a regularidade de um comprimido às refeições e prestará menos atenção ao debate, pois a duração do seu interesse é limitada. Invariavelmente a oposição é apanhada desprevenida e fica sem capacidade de resposta: não houve tempo para avaliar e reagir devidamente às novidades, sobretudo quando não se conhecem os pormenores. Se tudo correr como se espera, os comentadores nesse dia elogiam as novas medidas e quem as apresentou. Se não, o ruído gerado pelos comentários e as notícias das reacções às novas medidas abafam qualquer coisa que tenha corrido menos bem.

Quem apresentou as novas medidas tinha a informação privilegiada. Com a faca e o queijo na mão, podia apresentar tudo de surpresa num belo embrulho para fazer um brilharete e desviar atenções ou, se quisesse realmente debater ideias, podia ter apresentado as medidas com antecedência para que a discussão fosse eficaz. Mas não: como sempre, apenas tivemos direito ao embrulho para português ver. Acabado mais um debate quinzenal, como sempre, apenas faltou o debate sério dos problemas do país.

terça-feira, junho 23

Matemática - pensamento estruturado 

Segui com atenção a intervenção do Prof. Nuno Crato na Sic Notícias sobre os exames do 9º e 12º anos de Matemática. Enquanto o via, e anuía com a cabeça em acordo no que se refere à importância da Matemática na formação dos nossos cidadãos (futuros decisores), lembrei-me de um Professor de Português que me dizia que tinha fugido da Matemática mas que tinha sido apanhado pelo Latim. Durante algum tempo achei estranho este pensamento mas nada como um bom exemplo de didáctica para perceber a profundidade do mesmo. E os alunos actuais são "apanhados" por alguma coisa?
Espero estar redondamente enganado, mas parece-me que os alunos estão já apanhados pelo "imediatismo", pela "vacuidade" e pela "ausência de rigor".
O que os Exames Nacionais (nas mais diversas áreas) nos têm apresentado quer na sua estrutura quer nos critérios de correcção (aliás classificação) é o desmantelar progressivo da necessidade de método, de pensamento analítico, crítico e quantitativo e, também de esforço. Não será apenas este o factor a contribuir para a superficialidade que se abate na sociedade e atinge os nossos jovens cidadãos, todavia a mensagem que os Exames transmitem é clara: o esforço não compensa!

sexta-feira, junho 19

Clonagem à portuguesa: por quem nos tomam? 

Duas semanas antes das eleições europeias...

"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz a SIC.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz a RTP.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz o Expresso.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz a Visão.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz o Diário de Notícias.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz o Jornal de Notícias.
"Gigantes mundiais vão imitar Magalhães", diz o Destak.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz o Diário Digital.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz o País Positivo.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz o Portal-jovem.
"Gigantes mundiais vão imitar portátil Magalhães", diz O Jornal Económico.
"Gigantes mundiais copiam Magalhães", diz a revista Bit.
"Magalhães inspira gigantes mundiais", diz a revista Portugal Diário.
"Magalhães inspira gigantes mundiais", diz a TVI24.
Etc Etc Etc Etc Etc Etc Etc Etc Etc Etc Etc Etc Etc.



Assim até quase parece que o portátil Magalhães não imita um gigante mundial... (Intel)


Para saber mais sobre o que é na realidade o Magalhães, clicar na imagem acima, ou então ver na wikipédia (em Classmate e Magalhães), ou ainda aqui ("Portátil Magalhães é baseado na Intel").

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quarta-feira, junho 10

Futurologia barata perfeitamente dispensável 

Apesar de hoje o tempo estar frescote, prevejo que o aquecimento global vá voltar em força este ano e nos próximos, com alarmantes recordes na extensão do gelo no Ártico e com a temperatura média global a aproximar-se dos máximos de que há registo.

terça-feira, junho 9

A miragem das percentagens 

      
Eleições europeias 2009, resultados finais:

Votos
INSCRITOS 9659882 100,00% **************************************************
PPD/PSD 1128672 11,68% ******
PS  946265 9,80% *****
BE   381939 3,95% **
PCP-PEV 379651 3,93% **
CDS-PP  297984 3,08% **
OUTROS 425899 4,41% **

quinta-feira, junho 4

Melhorar... sempre mais um pouco 

O óptimo é inimigo do bom!
Todos nós conhecemos o dito e sabemos o que significa. Por outro lado, também há muito que não nos iludimos com a perfeição e aprendemos a aceitar as imperfeições. Por isso, geralmente procuramos sempre melhorar corrigindo o que corre pior.
Parece-me um bom exemplo disto mesmo o NBME. Reconhecendo que não há forma de avaliar sem imperfeições e sem ambiguidades têm, desde 1915, procurado minorar esses efeitos tornando os seus exames cada vez mais eficientes e dentro de uma margem de "erro" perfeitamente controlada. Cada item (questão) é validada por diversas formas e analisada estatisticamente com base nos milhares de testes a que é sujeita; o número de questões de cada teste está estudado para que o teste mantenha um determinado grau de confiança; a dificuldade do teste encontra-se tipificada.
O resultado é a confiança superior que têm na avaliação que fornecem que é de tal forma fidedigna que outro países já os procuram (incluindo o nosso).
Algo também surpreendente, para os nossos padrões, é a "prestação de contas" que fazem no seu relatório anual onde se encontram também recomendações.
Quero crer que em breve adoptaremos estratégias do género, em diversos campos, abandonando o pensamento "se-não-consigo-pensar-numa-forma-melhor-então-é-porque-não-presta".

Votar num partido que não o PS 

É engraçado como se pode chegar a uma mesma conclusão por caminhos diferentes. Antes de ter visto este post do Luís, tinha chegado à mesma conclusão. E, tendo andado durante muito tempo seduzido pela ideia de votar em branco ou até de não votar (o que seria radicalmente contra o que eu pensava há uns anos atrás, mas apesar de tudo é uma ideia que estava a ganhar força), concluí que se estou descontente com o actual estado de coisas, o melhor mesmo é votar num partido que não o PS. A abstenção, o voto em branco, o voto nulo, podem representar melhor o meu estado de alma, mas só vão ajudar ao agravamento desta agonia. Só vão ajudar este PS e Sócrates, que possivelmente não passariam dos 20 ou 25% se muitos abstencionistas/descontentes votassem.

A democracia neste país está a definhar, vítima de doença prolongada. O maior tumor partidário, na minha modesta opinião, é o PS e, principalmente, o silêncio dos grandes senhores do PS que estão acomodados e satisfeitos com este poder. O tumor do PSD também não ajuda nada, mas o do PS é pior. Por isso, embora ainda não saiba em quem vou votar, tenho já várias certezas: vou votar, não será em branco nem nulo, e claro, não votarei PS.

terça-feira, junho 2

Valores - que mais haveria de ser? 

A propósito deste post surgem-me algumas questões. Não duvido que quem defende a inexistência dos exames o faça depois de ter reflectido aturadamente sobre o assunto e consiga dirimir excelentes argumentos. Não me compete ajuizar da bondade do pensamento. Pelo contrário prefiro assumir de forma axiomática que o pensamento é em si mesmo justo e valoroso. Poderemos então procurar especular sobre eventuais sistemas onde fosse válido tal argumento. Podemos pensar num sistema em que houvesse avaliação mas sem recurso a exames ou outro tipo de instrumentos de avaliação similares? Na verdade sim, podemos pensar num sistema em que a seriação fosse efectuada por azar, ou seja, ao acaso como numa roleta. As vantagens neste caso é que todos os indivíduos estariam à partida em igualdade de circunstâncias de obter numa determinada posição e haveria confiança absoluta de que este tipo de seriação apenas tinha relação com a sorte! As desvantagens é que a sua utilidade seria questionável e não promoveria, de todo, o esforço. A excentricidade deste raciocínio é evidente mas é estranhamente ambíguo pois alguém pode sempre afirmar que o instrumento de avaliação é de tal forma inexacto, impreciso e falível que seria o mesmo que uma lotaria ou que os enviesamentos introduzidos seriam de tal forma injustos que seria melhor acabar de vez com esses terríveis instrumentos.
Outro sistema possível é aquele que preconiza não haver seriação nenhuma. E então? Resolvia-se de vez a questão do insucesso escolar na medida em que se eliminava o conceito. Todos os alunos passariam pela escola e chegariam ao mercado de trabalho em igualdade de circunstâncias (?). E o mercado, como faria? Não haveria qualquer problema uma vez que o conceito seria uma vez mais transportado para a sociedade em geral eliminando-se qualquer tipo de seriação. E seria mau ou bom? A questão é descabida já que numa sociedade dessas esses conceitos não existiriam.
Por mim, prefiro viver da forma actual com todos os enviesamentos e injustiças mas sempre acreditando que a mudar que seja para melhor (enquanto o conceito faz sentido)!

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