domingo, abril 26
Perguntas simples em tempo de internet de banda larga
Acontecerá com as universidades o mesmo que aconteceu com as enciclopédias?
Quanto tempo irão as universidades locais resistir às grandes universidades de renome mundial (Harvard, MIT, etc)?
Quanto tempo irão estas grandes universidades resistir à universidade global, construída por todos a partir dos conteúdos entretanto disponibilizados?
Quanto tempo irão as universidades locais resistir às grandes universidades de renome mundial (Harvard, MIT, etc)?
Quanto tempo irão estas grandes universidades resistir à universidade global, construída por todos a partir dos conteúdos entretanto disponibilizados?
sábado, abril 25
A demagogia barata que sai cara ao país
Quem critica a necessidade de uma 3ª auto-estrada Lisboa-Porto...
"...não sabe a história do plano rodoviário nacional. Não vive este país. Não sabe que essa tal 3ª auto-estrada é a auto-estrada que faz por exemplo Tomar, é a auto-estrada que faz Coimbra pelo interior e portanto é de uma pessoa que vive entre Porto e Lisboa de avião, que desconhece totalmente o país, que não sabe quais as necessidades do país e que fala de cor [...]"
Vital Moreira, Prós e Contras, 20/4/2009 (video aqui, ao minuto 26)
... e, já agora, desconhece que fazer Coimbra de auto-estrada pelo interior (futuro IC3) é da maior utilidade para o país pois evita usar as outras duas auto-estradas que passam paralelamente em Coimbra, a 3-4 km (futuro IC2) e a 7-8 km (A1) de distância.
... e não sabe que ao ritmo a que se constroem auto-estradas paralelas, por exemplo na zona de Estarreja/Oliveira de Azeméis (em 6 km, haverá 3: A1, A29 e A32), poderíamos ter cerca de 30 (trinta) auto-estradas paralelas no sentido norte-sul ao longo do país, para assim melhorarmos ainda mais as acessibilidades e a sinistralidade.
E assim sairíamos desta malfadada crise, que tanto rendimento disponível dá às famílias deste país.
"...não sabe a história do plano rodoviário nacional. Não vive este país. Não sabe que essa tal 3ª auto-estrada é a auto-estrada que faz por exemplo Tomar, é a auto-estrada que faz Coimbra pelo interior e portanto é de uma pessoa que vive entre Porto e Lisboa de avião, que desconhece totalmente o país, que não sabe quais as necessidades do país e que fala de cor [...]"
Vital Moreira, Prós e Contras, 20/4/2009 (video aqui, ao minuto 26)
... e, já agora, desconhece que fazer Coimbra de auto-estrada pelo interior (futuro IC3) é da maior utilidade para o país pois evita usar as outras duas auto-estradas que passam paralelamente em Coimbra, a 3-4 km (futuro IC2) e a 7-8 km (A1) de distância.
... e não sabe que ao ritmo a que se constroem auto-estradas paralelas, por exemplo na zona de Estarreja/Oliveira de Azeméis (em 6 km, haverá 3: A1, A29 e A32), poderíamos ter cerca de 30 (trinta) auto-estradas paralelas no sentido norte-sul ao longo do país, para assim melhorarmos ainda mais as acessibilidades e a sinistralidade.
E assim sairíamos desta malfadada crise, que tanto rendimento disponível dá às famílias deste país.
quarta-feira, abril 15
Serotonina, ou as coisas nunca são tão simples como esperamos, mas podem ser mais simples do que julgamos
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quinta-feira, abril 9
A ecologia do divórcio em tempos de crise económica e necessidade de sustentabilidade ambiental...
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É mesmo neste ponto que a as relações entre o divórcio e a sustentabilidade ecológica se tornam importantes. E não estou a falar de situações insuportáveis, claro, estou a falar de desperdício e tolice puras. Casamentos de desperdício absurdo, seguidos de divórcios de esbanjamento ridículo, acompanhados por novos casamentos com desperdício ainda maior, num ciclo vicioso interminável. E estes são os ricos e famosos, mas prestemos atenção aos outros que não são ricos nem famosos. A ideia de que o divórcio tem algo que ver com a sustentabilidade está analisada neste interessante texto de David Boyle que é um economista não alinhado, ecologista e comunalista. Com o divórcio são mais casas, mais carros, mais electrodomésticos, mais de tudo, embora, de facto, a família típica e consumista também não seja grande exemplo de sustentabilidade...
Um amigo gestor de hotéis dizia-me outro dia que ainda ninguém (no ramo da hotelaria, claro) arranjou maneira de ganhar dinheiro com o divórcio. Ganham com os casamentos, luas-de-mel, noivados e aniversários de tudo isto, mas com o divórcio, não. Penso que é uma pena, pois, mesmo sendo pouco sustentável ecologicamente, pelo menos não seria só desperdício: poderia também contribuir para o crescimento do ramo da hotelaria e do turismo!
terça-feira, abril 7
E a redundância das estradas pode redundar em mais engarrafamentos...
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Os artigos científicos e de divulgação de Joel Cohen estão disponíves aqui.Veja-se em particular este. Tomei conhecimento destes trabalhos pelo programa de John Lienhard que referi abaixo.
Se só aprendemos o que esperamos aprender então não aprendemos nada...
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segunda-feira, abril 6
Jovem recém-licensida anuncia-se no jornal Público
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domingo, abril 5
Aquecimento em lume brando
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Fui procurar o que escrevi em Setembro de 2003, reencontrei os os comentários do Nuno e a minha resposta. Depois disso já li muito mais coisas, fui corrigindo algumas ideias e adquirindo novas ideias (talvez) erradas. Mas não mudei muito: aceito que está a ocorrer o aquecimento, aceito que há dióxido de carbono a mais de origem humana, aceito que poderão existir consequências desse aquecimento, aceito que poderemos e deveremos fazer algumas coisas. Continuo a ter dúvidas sobre a correlação entre o dióxido de carbono e o aumento de temperatura. Não me parece que o aquecimento seja uma catástrofe generalizada: uns vão ficar pior mas outros vão ficar melhor; quase todos terão tempo para se adaptar. Acho que podemos e devemos fazer coisas. Poupar e usar a energia de forma mais racional, consumir menos, mas não acho que tenhamos de fazer loucuras e gastar um excesso de recursos de forma inglória nisso. Aliás desperdiçar é uma coisa que adoramos. Parece que se está agora a gastar para salvar a economia mundial o mesmo que foi gasto em todas as guerras e planos de salvamento do Século XX (ver, e.g, aqui)... Talvez fosse tempo de nos deixarmos de salvamentos do planeta e da economia mundial e começar de vez a combater a fome, a sida, a malária, ter água potável para todos, evitar a poluição das águas, ter escola para todas as crianças, dar dignidade a todos os seres humanos, ajudar todos a usar os recursos de forma racional... E até poderá ser possível ajudar o urso, mesmo que ele não saiba que precisa de ajuda!
Aporias da Justiça: uma comparação paradoxal
Vou em seguida fazer um exercício de estilo. Mostrar algumas pontas de uma manta com demasiados retalhos. Não vale a pena argumentar contra o que vou escrever. Já sei que não tenho razão e que se trata de coisas que são diferentes. Certo, mas os factos falam por si...
Eu não gosto particularmente do futebol, mas com base nos processos que têm sido noticiados recentemente ocorreu-me que quase parece que a justiça desportiva é, e tem sido, mais eficaz que a outra, a que deveria ser visível, célere e justa. Se não vejamos: Qualquer jogador que falte ao respeito ao árbitro, mesmo se vítima de grande injustiça, recebe um castigo. Já uma autarca arguida pode fugir para o Brasil impunemente, outro pode dizer que é perseguido pelo Ministério Público, que parecem ser logo desculpados. Um dirigente desportivo é condenado pelas instituições desportivas, mas ilibado pelos tribunais. O testemunho e as provas são as mesmas, mas a testemunha foi desvalorizada por ser incoerente. No entanto, processos há que se arrastam há anos apenas com base em testemunhos e todas as incoerências parecem ser desculpadas. A justiça que deveria ser visível, célere e justa demora anos enquanto a outra é feita ali mesmo no jogo, quando muito alguns meses depois. Sei que não tem nada a ver, mas dá que pensar, ou talvez não. Melhor seria escrever um tratado com contenas de páginas e, sobretudo, citar em alemão...
Eu não gosto particularmente do futebol, mas com base nos processos que têm sido noticiados recentemente ocorreu-me que quase parece que a justiça desportiva é, e tem sido, mais eficaz que a outra, a que deveria ser visível, célere e justa. Se não vejamos: Qualquer jogador que falte ao respeito ao árbitro, mesmo se vítima de grande injustiça, recebe um castigo. Já uma autarca arguida pode fugir para o Brasil impunemente, outro pode dizer que é perseguido pelo Ministério Público, que parecem ser logo desculpados. Um dirigente desportivo é condenado pelas instituições desportivas, mas ilibado pelos tribunais. O testemunho e as provas são as mesmas, mas a testemunha foi desvalorizada por ser incoerente. No entanto, processos há que se arrastam há anos apenas com base em testemunhos e todas as incoerências parecem ser desculpadas. A justiça que deveria ser visível, célere e justa demora anos enquanto a outra é feita ali mesmo no jogo, quando muito alguns meses depois. Sei que não tem nada a ver, mas dá que pensar, ou talvez não. Melhor seria escrever um tratado com contenas de páginas e, sobretudo, citar em alemão...
O termo overdose descreve a ingestão ou aplicação de uma droga ou outra substância em quantidades maiores do que as recomendadas ou geralmente praticadas. Uma overdose é considerada nociva e perigosa, podendo resultar em morte.
(tradução livre, wikipédia)
(tradução livre, wikipédia)
sábado, abril 4
A overdose, III
Ainda que mal pergunte: precisamos mesmo de 3 travessias do Mondego, todas por auto-estrada, todas em Coimbra, a 3,5 km umas das outras (distanciadas de 7 km no total)? Isto não custa dinheiro? O país ainda tem dinheiro para isto? E quando tudo isto ficar definitivamente marcado no mapa, não será motivo de risota em toda a Europa?
A Overdose II
Então não é que logo depois de ter escrito este post descobri que vou ter uma auto-estrada mesmo nas traseiras do meu prédio? Que vai dar cabo de todo o verde que tenho a sorte de ver diariamente e que considerava que iria ser muito difícil destruir, dada a sua enorme extensão? Confesso que nunca me tinha lembrado da possibilidade de uma auto-estrada...
Aquela mancha verde já tinha sido destruída pelo grande incêndio florestal que entrou em Coimbra em Agosto de 2005, mas estava a recuperar bem. Agora, com a auto-estrada, é definitivo: acaba-se de vez, total e rapidamente, com todo o verde, a beleza, a calma, a qualidade de vida. Não há recuperação possível. Esta parece ser a inglória história de muitas manchas verdes deste país: o fogo, depois a construção.
É em nome do progresso e da coesão nacional que fazem isto às pessoas, aprendo no site das Estradas de Portugal. "É a estrada que nos liga", diz o slogan.
Talvez tenha sido assim, no início. Mas eu pensava que a última auto-estrada já nos tinha ligado... e penso que uma auto-estrada a mais só divide... e que muitas auto-estradas a mais apenas esquartejam e empobrecem o país, "trazendo custos mas não benefícios".
Enquanto as auto-estradas renderem votos e tivermos políticos que prefiram os votos ao país, teremos novas auto-estradas, mesmo que não precisemos delas.
A ler:
- "O caso das auto-estradas portuguesas: a evidência do excesso de vias", de Avelino de Jesus, com interessantes indicadores económicos sobre as autoestradas portuguesas.
- "Portugal é dos países com mais auto-estradas na Europa"
- "Portugal tem nove autoestradas a mais" (Expresso de hoje, 4/4/2009 - "650 km de AEs não têm tráfego suficiente para justificar a sua existência" - vêm mais 881 km a caminho...)
Aquela mancha verde já tinha sido destruída pelo grande incêndio florestal que entrou em Coimbra em Agosto de 2005, mas estava a recuperar bem. Agora, com a auto-estrada, é definitivo: acaba-se de vez, total e rapidamente, com todo o verde, a beleza, a calma, a qualidade de vida. Não há recuperação possível. Esta parece ser a inglória história de muitas manchas verdes deste país: o fogo, depois a construção.
É em nome do progresso e da coesão nacional que fazem isto às pessoas, aprendo no site das Estradas de Portugal. "É a estrada que nos liga", diz o slogan.
Talvez tenha sido assim, no início. Mas eu pensava que a última auto-estrada já nos tinha ligado... e penso que uma auto-estrada a mais só divide... e que muitas auto-estradas a mais apenas esquartejam e empobrecem o país, "trazendo custos mas não benefícios".
Enquanto as auto-estradas renderem votos e tivermos políticos que prefiram os votos ao país, teremos novas auto-estradas, mesmo que não precisemos delas.
A ler:
- "O caso das auto-estradas portuguesas: a evidência do excesso de vias", de Avelino de Jesus, com interessantes indicadores económicos sobre as autoestradas portuguesas.
- "Portugal é dos países com mais auto-estradas na Europa"
- "Portugal tem nove autoestradas a mais" (Expresso de hoje, 4/4/2009 - "650 km de AEs não têm tráfego suficiente para justificar a sua existência" - vêm mais 881 km a caminho...)
Mais um
J Coelho: "Quem se mete com o PS, leva."
Augusto Santos Silva: "Eu cá gosto é de malhar na direita e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam de facto à direita do PS e são das forças mais conservadoras e reaccionárias que eu conheço e que gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chic"
Sócrates: "SLAPP" (desta vez, a propósito deste artigo)
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A Strategic Lawsuit Against Public Participation ("SLAPP") is a form of litigation filed by a large organization or in some cases an individual plaintiff, to intimidate and silence a less powerful critic by so severely burdening them with the cost of a legal defense that they abandon their criticism (in wikipedia).
Augusto Santos Silva: "Eu cá gosto é de malhar na direita e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam de facto à direita do PS e são das forças mais conservadoras e reaccionárias que eu conheço e que gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chic"
Sócrates: "SLAPP" (desta vez, a propósito deste artigo)
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