terça-feira, abril 26
Ir directo ao assunto
Conta-se que andava um merceeiro apaixonadíssimo por uma Dona lá da terra e que tendo a criada dessa Dona ido aviar-se lá à mercearia o merceeiro falou assim: “Ai de como ando apaixonado, Ai que já nem sou dono de mim, Ai rosas… e sol… e lua …. Ai!...”
A criada mal chegou a casa foi ter com a patroa “o merceeiro manda-te cumprimentos e diz que quer ir para a cama contigo”.
E a patroa com grande perturbação “e disse-o assim, com essa frieza?”
“Bom, ele contou muitas histórias, mas no essencial o que disse foi isso”.
Esta história, recontada por mim, li-a na Tertúlia de Mentirosos de Jean-Claude Carriérre, um livro que encerra tanta sabedoria que merecia ser levado para a tal ilha deserta.
Conta-se que andava um merceeiro apaixonadíssimo por uma Dona lá da terra e que tendo a criada dessa Dona ido aviar-se lá à mercearia o merceeiro falou assim: “Ai de como ando apaixonado, Ai que já nem sou dono de mim, Ai rosas… e sol… e lua …. Ai!...”
A criada mal chegou a casa foi ter com a patroa “o merceeiro manda-te cumprimentos e diz que quer ir para a cama contigo”.
E a patroa com grande perturbação “e disse-o assim, com essa frieza?”
“Bom, ele contou muitas histórias, mas no essencial o que disse foi isso”.
Esta história, recontada por mim, li-a na Tertúlia de Mentirosos de Jean-Claude Carriérre, um livro que encerra tanta sabedoria que merecia ser levado para a tal ilha deserta.
quinta-feira, abril 21
Postal
Estive agora a sobrevoar os glaciares islandeses. Parti da Nova Zelândia e antes dei um saltinho por Houston, onde vi este foguetão aproximar-se, mas era eu que vinha do espaço. Quem tiver o World Wind e quiser sobrevoar os glaciares da foto (que dá apenas uma pálida, pequena e plana imagem), só precisa de clicar aqui.
Qualquer dia, numa próxima versão, vou a Marte.
Qualquer dia, numa próxima versão, vou a Marte.
segunda-feira, abril 18
Ora nem mais!
Vindo daqui, a partir daqui. Mas vejam agora como são as coisas, a primeira vez que fiz o teste, escolhi 27 perguntas (o teste permite escolher o nº de perguntas a que queremos responder) e nem queria acreditar no resultado. Nem sei se o escreva aqui. Está bem, a bem da sinceridade e da transparência: you are Saddam Hussein!!!!!!!!!!!!!!!!!! Não pode ser. Repeti o teste com o nº máximo de perguntas e juro que não sofro de distúrbios de personalidade e que fui sinceríssima e verdadeira nas minhas respostas.
Vindo daqui, a partir daqui. Mas vejam agora como são as coisas, a primeira vez que fiz o teste, escolhi 27 perguntas (o teste permite escolher o nº de perguntas a que queremos responder) e nem queria acreditar no resultado. Nem sei se o escreva aqui. Está bem, a bem da sinceridade e da transparência: you are Saddam Hussein!!!!!!!!!!!!!!!!!! Não pode ser. Repeti o teste com o nº máximo de perguntas e juro que não sofro de distúrbios de personalidade e que fui sinceríssima e verdadeira nas minhas respostas.
domingo, abril 17
Melhor, sempre melhor, já!
Sou o último a saber, pelos vistos... Mal sabia eu que tudo aquilo de que falava no meu último post não só se faz neste momento, como é distribuído gratuitamente pela NASA (Open Source)! Não andava à procura de tal coisa, mas por acaso caí no sítio do World Wind e agora fico com a impressão de que na Internet tais ferramentas existem aos pontapés, ao virar da esquina... mas não pode ser. O World Wind é excelente [adenda: isto é um understatement] e este admirável mundo novo espanta-me cada vez mais. O que é que não cabe no meu portátil?
quinta-feira, abril 14
Répétez
The rain in Spain stays mainly on the plane.
Good, very good!
Good, very good!
Melhor, sempre melhor
Há dois meses atrás falei aqui do Google Maps. Agora noto que já se pode fazer o mesmo com imagens de satélite, no mesmo link. Para quando a visualização 3D da superfície da Terra a partir de qualquer ponto do espaço, como se fossemos num balão ou num avião, com capacidade de teletransporte instantâneo para qualquer ponto do Mundo (e, já agora, simulando as condições meteorológicas naquele instante)? Bem, aparentemente há quem esteja a tratar disso. Balão, sobrevoa os templos de Madurai se fazes favor...
[Adenda: Para quando? Para já.]
[Adenda: Para quando? Para já.]
quarta-feira, abril 13
Um colo para cada criança
A Rosa
Não conheço a Rosa mas há-de ser linda. A Rosa faz lindos bonecos (bonecas?) de pano. A Rosa envia os bonecos que vende pelo correio dentro de embalagens que ela própria recicla e que são também à sua maneira obras de arte. Quando eu for grande quero ser como a Rosa.
segunda-feira, abril 11
A mais bela cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos
A ideia era brilhante, mas...
domingo, abril 10
Eu não teria dito melhor
Ganda Mulher!
A B-on
A B-on foi uma das coisas muito boas que me aconteceram nos últimos tempos. Para quem não sabe B-on significa biblioteca do conhecimento online, é um serviço ao dispor das comunidades univesitárias (têm acesso computadores registados numa universidade portuguesa) e para quem tem que recorrer todos os dias à leitura de artigos científicos é uma das mais maravilhosas invenções.Quase todos os artigos à distância de um clique.
Até agora uma das tarefas mais ingratas a que tinha que me dedicar era a pesquisa bibliográfica, principalmente se não sabia bem onde encontrar o que procurava. No meu caso passei muitas horas debruçada sobre uns livros imensos chamados Chemical Abstracts, muitas vezes sem saber bem o que procurava. No Chemical Abstracts, cuja assinatura é tão cara que poucas bibliotecas os podem ter (lembro-me de ter colegas de Vila Real que vinham a Coimbra para fazer pesquisa bibliográfica) é suposto encontrar-se índices e resumos de tudo o que é publicado em Química em todo o mundo e ao longo de todo um ano. São livros de milhares de páginas, começa-se pelos índices, que podem ser de autores, de substâncias químicas, de assuntos. Fica-se com os olhos em bico porque as letras são minúsculas. Se o autor é produtivo, á frente do nome vão encontrar-se as referências aos assuntos que tratou seguidas de um conjunto de letras e números ainda mais pequeninos. Depois de se decidir se o assunto interessa, há que anotar esses conjuntos de letras e números, fechar o volume que pesa arrobas e guardá-lo na estante, de preferência no lugar correcto. E começa a procura dovolume que contém os números que se copiaram, mais uma arroba de química e muitos olhos em bico depois chega-se ao resumo pretendido, lê-se, era isto que procurávamos? Optimo! Mas agora queremos ter acesso ao artigo inteiro. Com sorte até pertence a uma revista que a biblioteca assina, chega-se á estante em questão onde estão arrumados todos os números da referida revista, 1988, 1988, nº 21, nº 21... Azar estão lá o nº 20 e o nº 22, o nº 21 alguém pouco escrupuloso ou distraído o levou e não devolveu. Volta-se no dia seguinte e passados dois dias, nada! Pede-se o artigo a um amigo que está a fazer o doutoramento no estrangeiro, ou aos autores que poderão ser simpáticos e até enviar uma cópia. Cansados?
Mas isto pertence ao passado, agora sentada na minha cadeirinha, escrevo num motor de busca o nome do autor, ou do assunto e em alguns segundos tenho o pdf que é só imprimir ou então dar uma olhadela rápida no monitor para ver se era mesmo aquilo que procurava.Digam lá se não tenho razões para andar contente.
Até agora uma das tarefas mais ingratas a que tinha que me dedicar era a pesquisa bibliográfica, principalmente se não sabia bem onde encontrar o que procurava. No meu caso passei muitas horas debruçada sobre uns livros imensos chamados Chemical Abstracts, muitas vezes sem saber bem o que procurava. No Chemical Abstracts, cuja assinatura é tão cara que poucas bibliotecas os podem ter (lembro-me de ter colegas de Vila Real que vinham a Coimbra para fazer pesquisa bibliográfica) é suposto encontrar-se índices e resumos de tudo o que é publicado em Química em todo o mundo e ao longo de todo um ano. São livros de milhares de páginas, começa-se pelos índices, que podem ser de autores, de substâncias químicas, de assuntos. Fica-se com os olhos em bico porque as letras são minúsculas. Se o autor é produtivo, á frente do nome vão encontrar-se as referências aos assuntos que tratou seguidas de um conjunto de letras e números ainda mais pequeninos. Depois de se decidir se o assunto interessa, há que anotar esses conjuntos de letras e números, fechar o volume que pesa arrobas e guardá-lo na estante, de preferência no lugar correcto. E começa a procura dovolume que contém os números que se copiaram, mais uma arroba de química e muitos olhos em bico depois chega-se ao resumo pretendido, lê-se, era isto que procurávamos? Optimo! Mas agora queremos ter acesso ao artigo inteiro. Com sorte até pertence a uma revista que a biblioteca assina, chega-se á estante em questão onde estão arrumados todos os números da referida revista, 1988, 1988, nº 21, nº 21... Azar estão lá o nº 20 e o nº 22, o nº 21 alguém pouco escrupuloso ou distraído o levou e não devolveu. Volta-se no dia seguinte e passados dois dias, nada! Pede-se o artigo a um amigo que está a fazer o doutoramento no estrangeiro, ou aos autores que poderão ser simpáticos e até enviar uma cópia. Cansados?
Mas isto pertence ao passado, agora sentada na minha cadeirinha, escrevo num motor de busca o nome do autor, ou do assunto e em alguns segundos tenho o pdf que é só imprimir ou então dar uma olhadela rápida no monitor para ver se era mesmo aquilo que procurava.Digam lá se não tenho razões para andar contente.
Os novos exploradores
Interessante, este artigo sobre análise da informação na Internet.
“There is a relationship between Internet words and leading events, people and products of cultures. More specifically, there is a relationship between Internet words in specific cultures and leading events and things in those cultures.”
[…]
“Today, the Internet offers a vast unexplored territory of social and cultural insight ready to be mapped and mined by a new generation of Internet explorers. Members of this new generation will be observers of information more than producers of it. Their efforts will help reduce information rather than produce information. As Web inventor Tim Berners-Lee notes in Weaving The Web, "The Web is more a social creation than a technical one."
Relacionado: o Google Zeitgeist.
“There is a relationship between Internet words and leading events, people and products of cultures. More specifically, there is a relationship between Internet words in specific cultures and leading events and things in those cultures.”
[…]
“Today, the Internet offers a vast unexplored territory of social and cultural insight ready to be mapped and mined by a new generation of Internet explorers. Members of this new generation will be observers of information more than producers of it. Their efforts will help reduce information rather than produce information. As Web inventor Tim Berners-Lee notes in Weaving The Web, "The Web is more a social creation than a technical one."
Relacionado: o Google Zeitgeist.
quinta-feira, abril 7
O futuro já era: a 3D TV
Bolas. Desde que entrámos no século XXI que ando com a impressão que fui ultrapassado pelo futuro. Os intercomunicadores de séries como o "Espaço 1999" ou os videofones dos "Jetsons" parecem obsoletos quando comparados com os telemóveis actuais, os robots entram pelas casas adentro ao colo dos nossos filhos ou simplesmente para aspirar e eu podia estar na casa de banho a analisar a informação acabada de chegar de um planeta distante ou a escrever este post (não estou!).
Agora é a 3D TV que quer imitar o filme da princesa Leia na "Guerra das Estrelas". Era suposto isso ser ficção científica, mas parece que já não é. Os écrans volumétricos são ainda muito caros mas podem funcionar com programas de gráficos 3D convencionais, são a cores e não nos obrigam a revirar os olhos ou a usar óculos especiais. Este artigo apresenta muito bem a tecnologia que brevemente poderá estar num volume perto de si.
Mais informação sobre alguns sistemas aqui: 1, 2, 3, 4, 5.
quarta-feira, abril 6
Da arte de ensinar - As Pitangas
Li recentemente estes escritos de um pedagogo brasileiro, Rubem Alves*. Uma reflexão sábia sobre o ensinar e o aprender.
“....
Eu era menino. Ao lado da casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas. Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. Pitangas. A simples visão daquelas frutinhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las. Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar.
...
Se eu não tivesse visto e desejado as frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine que a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, me tivesse dado um punhado de pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar.
....
Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. ...
Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu sem uma mão seria
Inútil: as pitangas cairiam. Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente que funcionasse como um dedo que segura. Feita a máquina apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz o meu desejo.
...
Imagine agora que eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas para roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa naquilo que o coração não pede. Anote isso: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia.
... “
*excertos ... na “Pais & Filhos”
sábado, abril 2
A circulação nas rotundas
Contrariamente ao que se poderia pensar, o novo Código da Estrada não vem clarificar os problemas da circulação nas rotundas. Isso só o bom senso poderá fazer. Mas como todos achamos que temos muito...
Parece-me que as regras de trânsito mais importantes nas rotundas são a obrigação de ter uma velocidade especialmente moderada e a perda de prioridade de quem entra numa rotunda. Mas é mesmo aqui que começam os problemas. Muitas vezes quem entra primeiro é quem entra mais depressa e, embora isso contrarie a regra da velocidade, esta violação é infelizmente difícil de quantificar. E neste caso só o bom senso e a condução defensiva nos valem...
Quanto à circulação nas filas de trânsito mais interiores, vejamos o que diz o Código. Diz, como aliás já dizia antes, que, nas rotundas, se deve circular dando o lado esquerdo às placas. Isto não significa, no entanto, que se deva circular nas filas mais à esquerda, junto às placas, pois esta disposição também é cumprida circulado na fila mais à direita. Diz também (e isso é novo) que, dentro das localidades, se existirem várias filas de trânsito, os condutores devem utilizar a fila de trânsito que for mais conveniente ao seu destino (seja lá o que é isso!). Mas diz também que só é permitido mudar para outra fila de trânsito (nas rotunda) depois de tomadas as devidas precauções, para mudar de direcção e ultrapassar. Ou seja o novo Código da Estrada permite a circulação nas filas de trânsito mais interiores, se for conveniente ao destino do condutor (embora isso seja subjectivo) e a ultrapassagem nas rotundas, mas não diz que os condutores devam seguir a trajectória mais curta para o seu destino, atravessando todas as filas de trânsito a grande velocidade.
Finalmente, note-se que os ciclistas, os animais (com condutor) e os veículos de tracção animal têm agora também prioridade quando circulam nas rotundas.
Parece-me que as regras de trânsito mais importantes nas rotundas são a obrigação de ter uma velocidade especialmente moderada e a perda de prioridade de quem entra numa rotunda. Mas é mesmo aqui que começam os problemas. Muitas vezes quem entra primeiro é quem entra mais depressa e, embora isso contrarie a regra da velocidade, esta violação é infelizmente difícil de quantificar. E neste caso só o bom senso e a condução defensiva nos valem...
Quanto à circulação nas filas de trânsito mais interiores, vejamos o que diz o Código. Diz, como aliás já dizia antes, que, nas rotundas, se deve circular dando o lado esquerdo às placas. Isto não significa, no entanto, que se deva circular nas filas mais à esquerda, junto às placas, pois esta disposição também é cumprida circulado na fila mais à direita. Diz também (e isso é novo) que, dentro das localidades, se existirem várias filas de trânsito, os condutores devem utilizar a fila de trânsito que for mais conveniente ao seu destino (seja lá o que é isso!). Mas diz também que só é permitido mudar para outra fila de trânsito (nas rotunda) depois de tomadas as devidas precauções, para mudar de direcção e ultrapassar. Ou seja o novo Código da Estrada permite a circulação nas filas de trânsito mais interiores, se for conveniente ao destino do condutor (embora isso seja subjectivo) e a ultrapassagem nas rotundas, mas não diz que os condutores devam seguir a trajectória mais curta para o seu destino, atravessando todas as filas de trânsito a grande velocidade.
Finalmente, note-se que os ciclistas, os animais (com condutor) e os veículos de tracção animal têm agora também prioridade quando circulam nas rotundas.
sexta-feira, abril 1
Factos que nunca quis saber
Uma pesquisa com "cadeira alimentar" dá cerca de 48 resultados no Google. A expressão "Comité Permanente da Cadeira Alimentar" aparece 7 vezes, vinda de fontes como o Público, a TSF ou a RTP. Neste 1º de Abril, isto é verdade verdadinha, juro. Paradoxalmente, de amanhã em diante já não será.