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quarta-feira, agosto 6

Lavoisier e complexidade: um de cada vez 

Estava a guardar o texto abaixo para o fim da tarde quando o Nuno trouxe o texto da Gó. Porque se trata de um texto bonito e bem escrito,com o qual sou completamente solidário, embora não seja tão optimista, não vou enfiar-lhe em cima o tal texto sem dizer nada. Aproveito também para recomendar o que tem sido escrito sobre as árvores no Aviz.

Podermos vir a transformar toda a natureza em parques recreativos, ou num reservatório controlado de recursos, para usarmos quando quisermos, é capaz de ser menos mau que destruir o mundo que nos rodeia de forma irresponsável. Mas faço uma pergunta que já alguém fez: o que será menos natural, uma civilização que caça baleias ou uma que as observa em parques? Eu não tenho respostas na manga. [1]

Quanto ao que devemos fazer para melhorar o mundo, o grande problema é que não basta cada um fazer o que deve. O colectivo tem de fazer mais do que a soma das partes. Ilustro isso com uma estória pitoresca de quando vivi numa república de estudantes. Havia por lá um teórico que dizia não ser necessário ninguém limpar a casa de banho porque, se cada um a deixasse como a havia encontrado, esta nunca ficaria suja. Ou, ainda, que cada um podia limpar o seu prato e ficava resolvido o problema da loiça. E então a panela quem a limpa?

Um pouco mais de complexidade e serei simples
Na bela e complexa imagem que o Nuno nos trouxe da hemoglobina, os conjuntos de átomos pontuais ou redondinhos, unidos por ligações, como as que vemos na figura, são apenas representações pictóricas de uma realidade que nunca poderemos ver, mas que aprendemos a modelar e a transformar com sucesso em tecnologia. E a bela imagem do universo poderá ser apenas uma interpretação computacional dos complexos padrões luminosos que são recebida pelos telescópios. Assim, parece-me que não estarão, ambas as imagens, muito longe da poesia posta pelos antigos no desenho das constelações.

E voltando ao terreno ainda mais complexo do que nos move, gostaria de acrescentar uma coisa que li algures: que os sentimentos seriam máquinas virtuais criadas pela evolução. Na ciência há sempre lugar para a poesia.

Desculpem-me escrever tanto, mas para a semana estarei noutros mares e provavelmente escreverei menos.

[1] Alterei este parágrafo depois de o ter publicado porque a pergunta era dirigida e falaciosa e não correspondia ao que eu tinha lido nem ao que queria dizer.

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