segunda-feira, setembro 17
Os computadores nas escolas
comentários a um post de Rui Baptista no De Rerum Natura
E no entanto eles existem!
Evidentemente que os computadores, por si só, não vão resolver todos os problemas do ensino em Portugal, mas
1 É inegável o seu papel na aquisição de conhecimentos e quanto mais cedo os miúdos se habituarem a utiliza-los (supervisionados, obviamente) mais proveito retirarão na sua utilização.
2 Porque é que os seus filhos (se os tem) e os meus hão-de ter acesso à informática e outros, porque nascidos noutros meios não o hão-de ter, seria no mínimo uma grande injustiça.
3 No meu tempo de faculdade havia muito quem copiasse relatórios inteiros feitos por alunos dos anos anteriores (e até feitos pelos professores das cadeiras quando tinham sido alunos). Dava era mais trabalho.
4 No meu tempo de liceu copiavam-se páginas inteiras de enciclopédias. Dava era mais trabalho, mas o benefício para a aprendizagem não era seguramente maior.
5 Quando não se utilizavam folhas de cálculo, utilizavam-se calculadoras, e do mesmo modo os miúdos diziam que a área da sala que tinham calculado era de 5 km2 porque tinha sido esse resultado que tinha “dado” a calculadora. Sentido crítico sim, proteccionismo não, é como dizer acabe-se com os telefones porque quando se comunicava por carta as pessoas escreviam muito melhor.
6 Evidentemente que a existência de computadores nas escolas cria novos desafios aos professores. E o maior não será distinguirem um trabalho original de um plágio, quando ainda por cima os miúdos copiam sobretudo páginas brasileiras (pela abundância), mas o desenvolver do sentido crítico e do gosto de fazer as coisas bem feitas. Só pode distinguir o trigo do joio quem conhece o trigo e conhece o joio.
E no entanto eles existem!
Evidentemente que os computadores, por si só, não vão resolver todos os problemas do ensino em Portugal, mas
1 É inegável o seu papel na aquisição de conhecimentos e quanto mais cedo os miúdos se habituarem a utiliza-los (supervisionados, obviamente) mais proveito retirarão na sua utilização.
2 Porque é que os seus filhos (se os tem) e os meus hão-de ter acesso à informática e outros, porque nascidos noutros meios não o hão-de ter, seria no mínimo uma grande injustiça.
3 No meu tempo de faculdade havia muito quem copiasse relatórios inteiros feitos por alunos dos anos anteriores (e até feitos pelos professores das cadeiras quando tinham sido alunos). Dava era mais trabalho.
4 No meu tempo de liceu copiavam-se páginas inteiras de enciclopédias. Dava era mais trabalho, mas o benefício para a aprendizagem não era seguramente maior.
5 Quando não se utilizavam folhas de cálculo, utilizavam-se calculadoras, e do mesmo modo os miúdos diziam que a área da sala que tinham calculado era de 5 km2 porque tinha sido esse resultado que tinha “dado” a calculadora. Sentido crítico sim, proteccionismo não, é como dizer acabe-se com os telefones porque quando se comunicava por carta as pessoas escreviam muito melhor.
6 Evidentemente que a existência de computadores nas escolas cria novos desafios aos professores. E o maior não será distinguirem um trabalho original de um plágio, quando ainda por cima os miúdos copiam sobretudo páginas brasileiras (pela abundância), mas o desenvolver do sentido crítico e do gosto de fazer as coisas bem feitas. Só pode distinguir o trigo do joio quem conhece o trigo e conhece o joio.
Etiquetas: computadores, ensino
Comments:
Por pontos.
1. "inegável" - existe algum estudo que pode citar? Posso afirmar que provoca dores de cabeça, isso sim, isso é inegável.
2. Baseado numa noção errada de que uma consulta informática pode substituir o conhecimento. A única utilidade - é fazer "trabalhos" por copiar-colar, usados pelos professores para justificar notas positivas dados aos alunos sem conhecimetos nem capacidade de estudar.
3. Copiando a mão pelo menos decora alguma coisa do conteúdo e aprende como se escreve. Por copy-paste - nem isso.
4. Se não consegue ler, perceber, e memorizar sem copiar, então copia.
5. Antes de mais, tem que saber fazer o cálculo mental. Depois, pode usar qq ferramenta que facilita, desde que o uso da ferramenta não desvaloriza os objectivos pedagógicos.
6. Os "trabalhos" não servem coisa nenhuma; devemos é avaliar os conhecimentos pelos testes - ver a referencia acima. O gosto às coisas bem-feitas - para aulas de Arte, a Matemática não é Arte, e não deve ser avaliada como Arte. É uma fraude.
Em vez dos computadores, devemos, antes de mais, desenvolver a memória, ensinar a ler, e ensinar a contar.
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1. "inegável" - existe algum estudo que pode citar? Posso afirmar que provoca dores de cabeça, isso sim, isso é inegável.
2. Baseado numa noção errada de que uma consulta informática pode substituir o conhecimento. A única utilidade - é fazer "trabalhos" por copiar-colar, usados pelos professores para justificar notas positivas dados aos alunos sem conhecimetos nem capacidade de estudar.
3. Copiando a mão pelo menos decora alguma coisa do conteúdo e aprende como se escreve. Por copy-paste - nem isso.
4. Se não consegue ler, perceber, e memorizar sem copiar, então copia.
5. Antes de mais, tem que saber fazer o cálculo mental. Depois, pode usar qq ferramenta que facilita, desde que o uso da ferramenta não desvaloriza os objectivos pedagógicos.
6. Os "trabalhos" não servem coisa nenhuma; devemos é avaliar os conhecimentos pelos testes - ver a referencia acima. O gosto às coisas bem-feitas - para aulas de Arte, a Matemática não é Arte, e não deve ser avaliada como Arte. É uma fraude.
Em vez dos computadores, devemos, antes de mais, desenvolver a memória, ensinar a ler, e ensinar a contar.