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quinta-feira, fevereiro 6

Filosofia de altifalantes 

Este texto estava aqui perdido há alguns anos como rascunho; parece que não perdeu actualidade...

Quem circula pela zona da Universidade de Coimbra nota nalguns dias, a diversas horas, um fenómeno curioso: um altifalante claramente audível que debita números, geralmente da ordem das centenas, 373, 231, 365, 128, 262,... Demorei algum tempo a perceber que deveria vir do complexo penitenciário que fica logo ali abaixo. Chamam os reclusos (ou deveremos dizer cidadãos privados de liberdade, já que presos parece estar fora de moda) para qualquer coisa e nós, devido a um qualquer processo de reflexão das ondas sonoras, ouvimos esse chamamento, como que a lembrar aqueles que por ali circulam, aparentemente livres, que se devem portar bem, ou, ainda, que a liberdade é um bem tangível. E é interessante notar que, nalguns casos, como o presente, ser chamado por um número até poderá ser uma forma de respeitar a privacidade.

Este fenómeno inopinado prova também que é possível haver altifalantes audíveis. Quem já foi ao médico de família ou a um hospital deve ter notado que há por lá altifalantes que, embora chamem pelos nomes das pessoas, dificilmente se consegue perceber alguma coisa, s...tz...nhor ..Jo...tzz...tz...ão ao gabi...tzz...nete ...tzzz... Será que tudo isto terá algum sentido?

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