quarta-feira, junho 1
Estacionamento em Coimbra: cenas tristes e actos falhados
Estas eleições não me interessam absolutamente nada. O neo-rotativismo que nos querem impor gasta muito dinheiro em perfumes, mas cheira mal dos pés. Já as coisas concretas e os problemas que me rodeiam interessam-me muitíssimo. Estarei a ficar um municipalista libertário?
Embora se note um saudável esforço da Câmara de Coimbra para ordenar o estacionamento, nomeadamente na zona de Celas, continua a haver em Coimbra zonas verdadeiramente surrealistas como sejam a dos Hospitais e Polo III da Universidade. Mas não é desta última zona, para qual terá de ser criado uma estratégia e sistema de parques que funcione de forma eficaz, mas sim das pequenas misérias que se vão consentido, as quais acabam por prejudicar toda a gente até os espertos que delas vão beneficiando, que vou falar.
Comecemos pela via em frente ao Parque verde junto à antiga linha da Lousã. Os carros que por ali estacionam para não pagar o parque em frente, cuja mensalidade não é nada de especial, - eu lá vou pagar para trabalhar dizem os espertos, "mas nós temos de pagar para que vocês andem de carro," digo eu - são uma aberração e um perigo. Já várias vezes ia atropelando as pessoas que saiam desses carros, tratando a estrada como se de um passeio se tratasse. Veja-se a fotografia ao lado e a pessoa que se prepara para atravessar. Note-se ainda o sinal circular com um xis vermelho sobre um fundo azul.
Se os carros que estacionam de forma irregular na via acima para poupar uns trocos estão muito mal, passemos agora a outro nível: o comodismo e o abuso inaceitável. Em frente à padaria da moda estão sempre parados grandes carrões dos senhores doutores, os quais não podem fazer umas dezenas de metros a pé. E de novo lá está o tal sinal com o xis vermelho. Na fotografia (tirada já há algum tempo) podemos ver um elemento da polícia municipal do outro lado da rua e, quem sabe, uns doutores a tentar dissuadir a sua acção. Talvez tenham conseguido, não fiquei para ver. Mas a verdade é que todos os dias há ali carros.
E continuando nos carrões. Veja-se este friso junto à parede do Departamento de Física, numa rua apenas para transportes públicos e peões. A fotografia foi tirada logo após uma senhora cega ter ficado presa entre o carro mais à esquerda e uma árvore e ter caído. Aqueles senhores, se tinham alguma autorização deveriam ter segurança no local para evitar tais situações. Se não tinham autorização, deveriam ter sido multados e, sobretudo, se são reincidentes, condenados a trabalho comunitário de apoio a deficientes.
A tolerância zero é, na minha opinião, a melhor forma de acabar com todas estas formas de comodismo e falta de civismo, ao mesmo tempo que se deveria incentivar a utilização dos parques exteriores e dos transportes urbanos. Poder-se-ia, inclusive, declarar, usando cartazes e outras formas de divulgação, essa tolerância zero de forma a que os prevaricadores tivessem a noção clara de que se não foram apanhados foi por terem tido sorte e não que, se foram apanhados, foi por terem tido azar.
Municipalismo libertário? Não queiramos cair na falácia cínica do Banqueiro Anarquista de Fernando Pessoa. A liberdade não pode ser abuso. A liberdade de cada um termina onde começa a dos outros. E os ricos, poderosos e cultos, ao serem já privilegiados por essas condições, têm mais obrigações e não mais direitos.
Embora se note um saudável esforço da Câmara de Coimbra para ordenar o estacionamento, nomeadamente na zona de Celas, continua a haver em Coimbra zonas verdadeiramente surrealistas como sejam a dos Hospitais e Polo III da Universidade. Mas não é desta última zona, para qual terá de ser criado uma estratégia e sistema de parques que funcione de forma eficaz, mas sim das pequenas misérias que se vão consentido, as quais acabam por prejudicar toda a gente até os espertos que delas vão beneficiando, que vou falar.
Comecemos pela via em frente ao Parque verde junto à antiga linha da Lousã. Os carros que por ali estacionam para não pagar o parque em frente, cuja mensalidade não é nada de especial, - eu lá vou pagar para trabalhar dizem os espertos, "mas nós temos de pagar para que vocês andem de carro," digo eu - são uma aberração e um perigo. Já várias vezes ia atropelando as pessoas que saiam desses carros, tratando a estrada como se de um passeio se tratasse. Veja-se a fotografia ao lado e a pessoa que se prepara para atravessar. Note-se ainda o sinal circular com um xis vermelho sobre um fundo azul.
Se os carros que estacionam de forma irregular na via acima para poupar uns trocos estão muito mal, passemos agora a outro nível: o comodismo e o abuso inaceitável. Em frente à padaria da moda estão sempre parados grandes carrões dos senhores doutores, os quais não podem fazer umas dezenas de metros a pé. E de novo lá está o tal sinal com o xis vermelho. Na fotografia (tirada já há algum tempo) podemos ver um elemento da polícia municipal do outro lado da rua e, quem sabe, uns doutores a tentar dissuadir a sua acção. Talvez tenham conseguido, não fiquei para ver. Mas a verdade é que todos os dias há ali carros.
E continuando nos carrões. Veja-se este friso junto à parede do Departamento de Física, numa rua apenas para transportes públicos e peões. A fotografia foi tirada logo após uma senhora cega ter ficado presa entre o carro mais à esquerda e uma árvore e ter caído. Aqueles senhores, se tinham alguma autorização deveriam ter segurança no local para evitar tais situações. Se não tinham autorização, deveriam ter sido multados e, sobretudo, se são reincidentes, condenados a trabalho comunitário de apoio a deficientes.
A tolerância zero é, na minha opinião, a melhor forma de acabar com todas estas formas de comodismo e falta de civismo, ao mesmo tempo que se deveria incentivar a utilização dos parques exteriores e dos transportes urbanos. Poder-se-ia, inclusive, declarar, usando cartazes e outras formas de divulgação, essa tolerância zero de forma a que os prevaricadores tivessem a noção clara de que se não foram apanhados foi por terem tido sorte e não que, se foram apanhados, foi por terem tido azar.
Municipalismo libertário? Não queiramos cair na falácia cínica do Banqueiro Anarquista de Fernando Pessoa. A liberdade não pode ser abuso. A liberdade de cada um termina onde começa a dos outros. E os ricos, poderosos e cultos, ao serem já privilegiados por essas condições, têm mais obrigações e não mais direitos.
Comments:
Enviar um comentário