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quarta-feira, abril 13

Passeio aleatório pela tolice nacional: (1) finanças e IRS 

Lá juntei todos os papelinhos e uma destas noites iniciei a saga de submeter a declaração de IRS. A coisa começa mal com os códigos que tinham expirado, mas lá se compôs. A seguir foi a aplicação que não funcionava no sistema Linux do meu computador. Provavelmente terá sido desenvolvida por um grupo numeroso de informáticos que que, ó tolice nacional, tiraram um curso informático de Java e Facebook e são chefiados por lideres que nem isso sabem, mas recebem muitos prémios de produtividade que o FMI nem vai notar que existem.

Passo seguinte, retrocesso cultural e informático, ligar com o Windows Vista no computador dos meus filhos. Não correu grande coisa mas lá foi avançando até que só faltavam os números de contribuinte deles. Quanto ao mais novo, que pediu cartão de cidadão há uns dias, eu sabia que tinha de ir à Loja do Cidadão, mas dos outros, que sei terem número de contribuinte, também nada encontrei. Os papéis em que pediram número de contribuinte, em 2008, só falavam de números provisórios. É que, por esse altura, veio o cartão de cidadão e o número ficou perdido até que termine a validade dos seus bilhetes de identidade. Sobre essa tolice muito haveria a dizer, desde o que aconteceu há pouco tempo com os números de eleitor até esta tolice de as pessoas não conseguirem um documento válido com o seu número de contribuinte se não tiverem cartão de cidadão. A equipa numerosa de gente que tal tolice fez foi provavelmente premiada por boas práticas, mas quem nos protege de gente tão eficiente a mudar tudo sem melhorar nada?

A saga continua no dia seguinte na Loja do Cidadão. Disposto a aceitar perder algum do meu tempo, lá fui. Começou mal, o painel com as senhas tinha mais de duas dezenas de siglas, a maior parte delas eu nem sabia que existiam nem para que servirão. E se eu tive dificuldades, imagino como será com as pessoas menos habituadas a coisas daquelas. Enfim, mais uma tolice. Lá consegui encontrar uma que me pareceu adequada, DGCI, e tirei a senha. Sorte! Fui logo chamado. Azar, começou a tolice...

"Bom dia, para o IRS, eu precisava de saber qual o NIF dos meus filhos, não encontro os números em lado nenhum." "São muitos? Precisa de tirar uma senha por cada um." "Como?" "São as ordens que tenho" "Está bem" e fui tirar mais duas senhas. "Trouxe a identificação dos seus filhos?" "Não, só trouxe o pedido de Cartão do meu filho mais novo e tenho aqui a minha identificação. Não percebo para que precisa das identificações!" "É que tem havido fraudes. Tenho ordens..." Nessa altura eu já estava farto e comecei a resmungar sobre o FMI, as fraudes, os chefes, o IRS, etc. "Não? Então quero o Livro Amarelo!" "Está ali na outra secção." Por sorte disse: "Bem, pelo menos pode dar-me o NIF do meu filho mais pequeno, que tenho aqui um papel..." Começa a escarafunchar no computador e passado uns minutos "Mas o seu filho já tem número de contribuinte!" "Sim, eu sei, mas eu precisava de saber os números de contribuinte deles para o IRS!" "Ah! nesse caso posso dar-lhe os números. O senhor tinha-me dito que queria tirar os NIF dos seus filhos... Quais são os nomes e datas de nascimento?" " Não, eu disse-lhe que queria saber os números de contribuinte dos meus filhos" "Mas olhe que eles estão no papel de pedido no canto superior direito..." Não insisti, todo o processo demorou pouco mais de 15 minutos e consegui pagar só 25 cêntimos de parque... Claro que poderia ter estacionado de qualquer maneira como fazem dezenas de outros e nunca são multados, mas, ó tolice, eu tento cumprir as regras. Neste caso até fui recompensado e lá trouxe os números. É preciso dizer que quando pude ver os tais papéis os números continuavam a não estar lá. Que tolice, como poderiam estar lá se mudaram as regras e estamos sempre a esquecer o passado. Ó país de tolos...

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