sábado, janeiro 8
Uma outra perspectiva sobre as mais valias de Cavaco no BPN
É preciso ver as mais-valias que Cavaco Silva e a sua filha tiveram de 356,9 mil euros livres de impostos com a venda de acções do BPN numa outra perspectiva. A transacção até poderá ser lícita e ter sido realizada de boa-fé (assim como quem ganha no casino num passeio à Figueira da Foz). O que interessa realmente neste caso é a questão da moral e da razoabilidade, dadas as circunstâncias posteriores. Quem ganhou dinheiro com as actividades de um banqueiro irresponsável que está a ser julgado por ter criado um buraco financeiro enorme, deveria, atempadamente, ter considerado seriamente devolver de forma voluntária esses lucros para ajudar a minorar os prejuízos reais de inocentes. Nos Estados Unidos, muitas pessoas que ganharam dinheiro com os esquemas de Madoff, devolveram-no voluntariamente. E os que não o fizeram foram processados até que decidiram voluntariamente fazê-lo.
Os livros de boas maneiras diziam antigamente que um homem honesto e honrado não aceita ganhar dinheiro em circunstâncias duvidosas ou à custa dos mais fracos. Deve ser por estarmos tão habituados ao salve-se quem puder, à chico-espertice e à hipocrisia que estamos dispostos a aceitar que se possa ganhar dinheiro sem ligar às circunstâncias morais desse lucro. E deve ser também por isso que o Estado se esquece que tem a obrigação moral de procurar minimizar os prejuízos que está a ter com o BPN junto daqueles que ganharam dinheiro com o banco de forma desproporcionada.
Só mais uma coisa: é uma falácia invocar que o caso só aparece agora, quando ele tem estado bem vivo desde há algum tempo, mesmo com todas as tentativas para o abafar e circunscrever.
E uma ratoeira: não referir a comparação desproporcionada entre as centenas de milhar e o milhar e meio poderá servir para apanhar comentadores que se recusem a ver o que é evidente.
Os livros de boas maneiras diziam antigamente que um homem honesto e honrado não aceita ganhar dinheiro em circunstâncias duvidosas ou à custa dos mais fracos. Deve ser por estarmos tão habituados ao salve-se quem puder, à chico-espertice e à hipocrisia que estamos dispostos a aceitar que se possa ganhar dinheiro sem ligar às circunstâncias morais desse lucro. E deve ser também por isso que o Estado se esquece que tem a obrigação moral de procurar minimizar os prejuízos que está a ter com o BPN junto daqueles que ganharam dinheiro com o banco de forma desproporcionada.
Só mais uma coisa: é uma falácia invocar que o caso só aparece agora, quando ele tem estado bem vivo desde há algum tempo, mesmo com todas as tentativas para o abafar e circunscrever.
E uma ratoeira: não referir a comparação desproporcionada entre as centenas de milhar e o milhar e meio poderá servir para apanhar comentadores que se recusem a ver o que é evidente.
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