domingo, outubro 10
Um submarino chamado sardinha da classe assada
Temos agora quase a certeza de que tudo foi espoletado pelos submarinos, talvez com o apoio do buraco criado pelo BPN. Dadas as circunstâncias seria algo novo que no nosso sistema judicial caro e pouco eficaz surgisse um Baltazar Garzón com eles no sítio (os códigos morais e legais, claro) e fizesse qualquer coisa. Podia começar por mandar investigar todos responsáveis políticos relacionados com o negócio dos submarinos. E não estou a falar de crime ou corrupção, que não precisamos de ir por aí. Poderia ser gestão danosa e grosseira dos dinheiros públicos, seguido de aplicação de pesadas multas pessoais e pedidos de indeminização. Há que estudar as leis, pedir os levantamentos das imunidades várias e actuar. Acresce que parece muito estranho que no caso do BPN só haja uma pessoa responsável...
A entrevista do ministro ao Expresso é verdadeiramente desencorajante. O objectivo não parece ser estratégico e aproveitar a crise para racionalizar e preparar o futuro. Antes será só uma questão de encontrar umas coisas grandes e caras onde poupar. Poderiam ter começado pelos submarinos, claro!
E já que é certo que vão cortar nos salários, que se aplique o princípio do tecto: ninguém receberia mais do que, por exemplo, dez mil euros mensais do Estado, independentemente de onde viesse (salários, despesas de representação, subsídios, prémios, etc). Isso poderia ser feito logo no pagamento se viesse de uma só entidade, ou na aplicação do IRS. Já sabemos que os gestores públicos e outros servidores do estado (deveria ser essa a sua função) iriam para o privado ou para o estrangeiro. Na minha opinião, podemos bem com isso, até porque, na realidade, nem sabemos se são assim tão bons...
Andamos, como país a gastar demais, parece certo. E poderíamos aproveitar a crise para ter um país mais saudável e verdadeiro em termos económicos. É que falar-se de crise e ver os carros novos e enormes que se engarrafam nas nossas ruas e habitam os nossos passeios; ouvir comentar as férias intercontinentais; verificar que as casas mais caras, estranhamente, se vendem demasiado bem; todos este quadros parecem indicar que as coisas não estão nada bem. E se a isso juntarmos as multidões que se arrastam aos fins de semana nos outlets e hipermercados a comprar gadgets inúteis; pode ser só uma migalha do problema, mas é também um sintoma de que a nossa sociedade não está nada bem...
A imagem acima é do primeiro submarino português: o "Espadarte" que foi encomendado pelo rei D. Carlos em 1907 e entrou ao serviço em 1913. Durante o espaço de tempo em que foi construído este submarino, Portugal mudou de regime; e pouco depois de entrar ao serviço este submarino, Portugal, um dos países mais pobres e com maior índice de analfabetismo da Europa, participava na Primeira Guerra Mundial, na qual gastou o que não tinha e dispôs da sua juventude da forma mais indigna. Parece que os submarinos só nos levam para o fundo, e, parafraseando Miguel Portas: ir para o fundo do buraco não nos ajuda a sair dele...
A entrevista do ministro ao Expresso é verdadeiramente desencorajante. O objectivo não parece ser estratégico e aproveitar a crise para racionalizar e preparar o futuro. Antes será só uma questão de encontrar umas coisas grandes e caras onde poupar. Poderiam ter começado pelos submarinos, claro!
E já que é certo que vão cortar nos salários, que se aplique o princípio do tecto: ninguém receberia mais do que, por exemplo, dez mil euros mensais do Estado, independentemente de onde viesse (salários, despesas de representação, subsídios, prémios, etc). Isso poderia ser feito logo no pagamento se viesse de uma só entidade, ou na aplicação do IRS. Já sabemos que os gestores públicos e outros servidores do estado (deveria ser essa a sua função) iriam para o privado ou para o estrangeiro. Na minha opinião, podemos bem com isso, até porque, na realidade, nem sabemos se são assim tão bons...
Andamos, como país a gastar demais, parece certo. E poderíamos aproveitar a crise para ter um país mais saudável e verdadeiro em termos económicos. É que falar-se de crise e ver os carros novos e enormes que se engarrafam nas nossas ruas e habitam os nossos passeios; ouvir comentar as férias intercontinentais; verificar que as casas mais caras, estranhamente, se vendem demasiado bem; todos este quadros parecem indicar que as coisas não estão nada bem. E se a isso juntarmos as multidões que se arrastam aos fins de semana nos outlets e hipermercados a comprar gadgets inúteis; pode ser só uma migalha do problema, mas é também um sintoma de que a nossa sociedade não está nada bem...
A imagem acima é do primeiro submarino português: o "Espadarte" que foi encomendado pelo rei D. Carlos em 1907 e entrou ao serviço em 1913. Durante o espaço de tempo em que foi construído este submarino, Portugal mudou de regime; e pouco depois de entrar ao serviço este submarino, Portugal, um dos países mais pobres e com maior índice de analfabetismo da Europa, participava na Primeira Guerra Mundial, na qual gastou o que não tinha e dispôs da sua juventude da forma mais indigna. Parece que os submarinos só nos levam para o fundo, e, parafraseando Miguel Portas: ir para o fundo do buraco não nos ajuda a sair dele...
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