sábado, março 20
Contagem da falta que fazem uns quinhentos médicos que se reformam
Por estes dias gerou-se o pânico nacional. O caso foi bastante falado na Rua dos Retroseiros: quinhentos médicos vão pedir a reforma. E, como fazem falta, a Pátria citando o orgulho nacional e o Camões, pede-lhes que voltem a ser contratados de novo, ficando a ganhar quase o dobro do que ganhavam antes, mantendo ainda o inalienável direito de queixar-se por serem maltratados...
Ora, se podem e querem reformar-se que o façam; não violentemos as suas vontades. Não, não! Contratemos antes médicos espanhóis ou de países onde há excesso destes profissionais. Os custos serão talvez idênticos e assim não ficarão a fazer falta na privada.
Esta novela portuguesa da falta de médicos é tanto ou mais ridícula quanto aqui em Portugal, em nome da qualidade, tudo parece ser feito para que não aumentem as vagas nas faculdades de medicina. E, como não aumentam as vagas, não se consegue acabar com esta crónica falta de médicos. E também não se tem uma saudável concorrência na qual os piores profissionais (que também os deve haver) deixariam de poder parecer fazer falta. Estranha coisa: em nome da qualidade talvez se estimulem as condições para a sua diminuição.
No entanto, a novela tem mais episódios; o número de médicos dividido pelo número de habitantes encontra-se a níveis médios europeus. Se calhar temos é falta de organização, não de médicos. Mas, ó miséria, como poderemos saber se assim é se somos mesmo desorganizados?
Esta contagem é ficção pura. Realidade são as paráfrases do Eça em alguns dos itálicos.
Ora, se podem e querem reformar-se que o façam; não violentemos as suas vontades. Não, não! Contratemos antes médicos espanhóis ou de países onde há excesso destes profissionais. Os custos serão talvez idênticos e assim não ficarão a fazer falta na privada.
Esta novela portuguesa da falta de médicos é tanto ou mais ridícula quanto aqui em Portugal, em nome da qualidade, tudo parece ser feito para que não aumentem as vagas nas faculdades de medicina. E, como não aumentam as vagas, não se consegue acabar com esta crónica falta de médicos. E também não se tem uma saudável concorrência na qual os piores profissionais (que também os deve haver) deixariam de poder parecer fazer falta. Estranha coisa: em nome da qualidade talvez se estimulem as condições para a sua diminuição.
No entanto, a novela tem mais episódios; o número de médicos dividido pelo número de habitantes encontra-se a níveis médios europeus. Se calhar temos é falta de organização, não de médicos. Mas, ó miséria, como poderemos saber se assim é se somos mesmo desorganizados?
Esta contagem é ficção pura. Realidade são as paráfrases do Eça em alguns dos itálicos.
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