quarta-feira, março 24
Ilusão cognitiva sobre a degradação dos pneus

De onde vem esta ilusão cognitiva do aumento de durabilidade com o uso? A minha hipótese é que venham da observação acrítica, pois todas as pessoas já viram pneus não gastos em carros velhos com sulcos e quebras. No entanto estes pneus poderão ter muitas vezes mais do que uma dezena de anos, enquanto que em condições normais de utilização durariam no máximo dois ou três anos.
A degradação dos pneus, para além do uso que lhes retira a borracha no contacto com a estrada (a uma velocidade muito alta se contado em número de moléculas [1]), é essenciamente devida à oxidação causada pelo oxigénio e radiação solar [2,3]. Assim, mesmo os pneus que não são usados na estrada se vão degradando, mas a uma velocidade mais baixa que os outros (cerca de 70% da velocidade, de acordo com [3]).
Nos EUA o uso de pneus antigos é um problema sério. Aqui, na Europa, recomenda-se que não se usem pneus com mais de seis anos.
[1] Veja-se o problema ao estilo de Fermi referido nos Fundamentos de Física de Haliday e Resnick de estimar o número de moléculas arrancadas a um pneu por unidade de tempo.
[2] Bernard L. Johnson, Frank K. Cameron Mechanism of Rubber Aging Ind. Eng. Chem., 1933, 25 (10), pp 1151–1152.
[3]John M. Baldwin, David R. Bauer and Kevin R. Ellwood Rubber aging in tires. Part 1: Field results Polymer Degradation and Stability, 2007 92 (1) 103-109
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