sábado, outubro 3
Acesso ao Ensino Superior 2009 (parte 2)
Para além das escolhas dos cursos que referi no texto anterior há que considerar a dança dos estudantes e a sangria anual dos cursos. Muitos alunos que entraram em bioquímica, biologia, enfermagem ou farmácia queriam na realidade ir para medicina. Andam uns meses por lá, mas depois vão estudar para os exames do secundário para voltarem a tentar entrar na Universidade, mas desta vez em medicina! Em seguida, alguns dos alunos que entraram em química ou engenharia química queriam na realidade ir para bioquímica ou farmácia. É uma pena que tanto recurso seja desperdiçado e tanta frustração seja sentida com esta loucura nacional com a medicina. Conheço casos de alunos que abandonaram medicina para se dedicarem à bioquímica, ou outras ciências, mas são raros, menos que os dedos de uma mão. Alguns nem por isso lá muito contentes...
Se calhar poderia haver alguma esperança para os obcecados com a medicina e para a sociedade, agora que os cursos de medicina têm obrigação legal de recrutar licenciados em cursos de áreas científicas para um número cada vez maior das suas vagas, mas não sei se será mesmo assim, como mostra esta notícia já com uns meses!
E quanto aos números da empregabilidade? As percentagens da OCDE publicadas recentemente são negras, mas quem dá a notícia não nos diz quais os cursos com piores resultados. Suspeitamos que sejam as carradas de licenciados em psicologia, direito, e outros mas não temos a certeza. Os números dos centros de emprego não dizem nada: todos os cursos têm gente lá. Só não há de medicina porque deve ser considerado demasiado humilhante ou absurdo. Nos curso de química e química industrial, que tenho responsabilidades, temos inquéritos aos ex-alunos que indicam uma empregabilidade de 100% no primeiro ano com 40% logo à saída do curso. Deveríamos ter divulgado esses inquéritos para os media; ainda há uns dias vinha referido no Diário Económico em letras gordas um curso com índices idênticos. Mas será que podemos confiar nos jornais? Num diário em que fazia uma lista de cursos com saída na capa aparecia o curso de biologia, mas no miolo do artigo nem uma referência! As universidade privadas há muito que fazem uma publicidade acirrada.Os cursos do Politécnico enchem os centros comerciais na altura das candidaturas. A minha Universidade orgulha-se de preencher as vagas quase todas com uma maioria de primeiras escolhas. Ninguém quer perder a dignidade, mas ter alunos é fundamental.
Mas as Universidades não são só os alunos. As universidade são polos de saber, cultura e inovação. Um excessivo centramento da universidade nos alunos não é bom para ninguém, embora, claro, a razão de ser das universidades seja o estudo e os que estudam: os estudantes.
Se calhar poderia haver alguma esperança para os obcecados com a medicina e para a sociedade, agora que os cursos de medicina têm obrigação legal de recrutar licenciados em cursos de áreas científicas para um número cada vez maior das suas vagas, mas não sei se será mesmo assim, como mostra esta notícia já com uns meses!
E quanto aos números da empregabilidade? As percentagens da OCDE publicadas recentemente são negras, mas quem dá a notícia não nos diz quais os cursos com piores resultados. Suspeitamos que sejam as carradas de licenciados em psicologia, direito, e outros mas não temos a certeza. Os números dos centros de emprego não dizem nada: todos os cursos têm gente lá. Só não há de medicina porque deve ser considerado demasiado humilhante ou absurdo. Nos curso de química e química industrial, que tenho responsabilidades, temos inquéritos aos ex-alunos que indicam uma empregabilidade de 100% no primeiro ano com 40% logo à saída do curso. Deveríamos ter divulgado esses inquéritos para os media; ainda há uns dias vinha referido no Diário Económico em letras gordas um curso com índices idênticos. Mas será que podemos confiar nos jornais? Num diário em que fazia uma lista de cursos com saída na capa aparecia o curso de biologia, mas no miolo do artigo nem uma referência! As universidade privadas há muito que fazem uma publicidade acirrada.Os cursos do Politécnico enchem os centros comerciais na altura das candidaturas. A minha Universidade orgulha-se de preencher as vagas quase todas com uma maioria de primeiras escolhas. Ninguém quer perder a dignidade, mas ter alunos é fundamental.
Mas as Universidades não são só os alunos. As universidade são polos de saber, cultura e inovação. Um excessivo centramento da universidade nos alunos não é bom para ninguém, embora, claro, a razão de ser das universidades seja o estudo e os que estudam: os estudantes.
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