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sábado, outubro 3

A invenção do conceito de oxigénio 

Hoje toda a gente sabe que há um gás que representa um quinto da atmosfera que se chama oxigénio e que é fundamental para a respiração dos seres vivos. E que o oxigénio do ar reage com os materiais que são queimados. Mas nem sempre foi assim. Os químicos do século dezoito achavam que as coisas que eram queimadas emitiam uma substância a que chamavam flogisto que aquecia o ar. Ninguém pensava que a combustão tivesse algo que ver com o ar. Priestley, Lavoisier, Scheele e Dalton mudaram tudo, mas devagar e ao longo de vários anos...

Quando Priestley primeiro isolou o oxigénio julgou que tinha obtido gás hilariante. Um ano depois concluiu que tinha removido o flogisto do ar. Ao mesmo tempo Lavoisier também isolou o oxigénio e julgou tratar-se de ar num estado muito puro. Dois anos depois concluiu que era afinal uma parte do ar, mas que só existia quando este era aquecido. Acompanhando o trabalho de Priestley e Lavoisier, Scheele, depois destes, conclui finalmente que o oxigénio é uma parte do ar. Com Dalton, 30 anos depois, o oxigénio é integrado na teoria atómica da matéria. Em termos de conceito o oxigénio foi sendo inventado ao mesmo tempo que o gás foi sendo descoberto. Aquilo que nos parece hoje conhecimento comum já foi um lamaçal de conceitos confusos que demoraram muito tempo a ficar na forma límpida e por vezes aborrecida como os encontramos hoje nos livros da escola.

[adaptação livre do texto de Jonh Lienhard que refere a descoberta do oxigénio em The engines of Our Ingenuity, Oxford, 2000, p. 206-207]

Para saber mais:
Thomas S. Kuhn The Structure of Scientific Revolutions, 1962. (Acabou de ter uma edição em português pela editora Guerra e Paz)

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