sexta-feira, janeiro 18
Precisas que te faça de um desenho?
A explicação de uma coisa que é muito evidente vem muitas vezes acompanhada de “percebeste ou queres que te faça um desenho”, quando, apesar da evidência, o nosso interlocutor parece duvidar. A expressão, a maioria das vezes produzida num tom jocoso ou ligeiro, é antipática porque põe em causa as capacidades do interlocutor. Mas é isto que a comunicação social faz todos os dias, se não lhe pomos um desenho por trás o gajo é capaz de não compreender, de não se aperceber da relevância da notícia. Num programa da BBC Prime, sobre a comunicação social de hoje, de que o Sérgio falou ali em baixo, os comentadores punham a tónica no ridículo de muitas “reportagens de exterior”: uma notícia sobre o primeiro-ministro inglês, tem que ser dada com o jornalista chapado em frente da porta fechada do nº 10 de Downing Street, a debitar o seu discurso enquanto que pela porta não sai nem entra ninguém nem nada de relevante acontece. Que valor acrescenta à notícia? Nenhum! Ou de um repórter que se sujeita a uma intempérie, e sujeita o operador de câmara e todo o resto da equipa, para uma reportagem sobre o mau tempo, como se a notícia não fosse credível se ele estivesse sentado no conforto do estúdio.
Mas estes exemplos, ridículos que sejam, são inócuos quando comparados com o mau gosto de fotos e reportagens com que somos bombardeados diariamente.
Hoje, Pedro Malaquias, comentador da Antena 2, chamava a atenção exactamente para isso mesmo a propósito da notícia, dada pelo Jornal de Notícias, do atropelamento de uma jovem por um comboio num apeadeiro de Gaia. A notícia, que infelizmente não é rara, não mereceria grande comentário se não viesse acompanhada de uma fotografia “demasiado explícita” do acontecimento. Que levou o comentador a dizer, e muito bem, qualquer coisa como isto “no dia em que eu precisar de ver fotografias destas num jornal para acreditar nas notícias, deixo de ler jornais”.
Mas estes exemplos, ridículos que sejam, são inócuos quando comparados com o mau gosto de fotos e reportagens com que somos bombardeados diariamente.
Hoje, Pedro Malaquias, comentador da Antena 2, chamava a atenção exactamente para isso mesmo a propósito da notícia, dada pelo Jornal de Notícias, do atropelamento de uma jovem por um comboio num apeadeiro de Gaia. A notícia, que infelizmente não é rara, não mereceria grande comentário se não viesse acompanhada de uma fotografia “demasiado explícita” do acontecimento. Que levou o comentador a dizer, e muito bem, qualquer coisa como isto “no dia em que eu precisar de ver fotografias destas num jornal para acreditar nas notícias, deixo de ler jornais”.
Etiquetas: comunicação social
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