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sábado, junho 2

A OTA do VPV 

Na sua crónica, no Público de hoje, VPV veste a pele de “O Lisboeta”. O Lisboeta chateado ante a perspectiva de o aeroporto já não lhe ficar ali ao pé da porta, de ter que se levantar cedo para apanhar o avião, que chatice, de ter que apanhar o táxi, que chatice, olhe VPV eu cá apanho os mal-cheirosos expressos da RN, que como a grande maioria dos portugueses não tenho orçamento para grandes viagens de táxi. VPV aborrece-se, mas VPV à boa maneira macrocéfala da capital, faz a figura de Mário Lino, considera que o resto do país é um deserto ou pior ainda, não existe. Quanto à bondade técnica da solução OTA deixo isso para os especialistas, para os técnicos, que é para isso que eles servem, que foi para isso que eles queimaram as pestanas. Que o aeroporto da Portela rebenta pelas costuras qualquer um o pode observar, e eu que também tenho direito a ter as minhas irritações por desconforto, olhe que as tenho mais vezes do que gostava, todas as vezes que tenho que ficar dentro do avião à espera que venha o bendito do autocarro, que mangas é coisa que quase não existe. Eu não sei onde é que o VPV mora em Lisboa, mas certamente não é ali para os lados do Campo Grande, com os aviõezinhos a roçarem-lhe o telhado… Se calhar até é, mas já se habituou. Mas olhe que eu que até acho graça a aterrar em Lisboa, a sobrevoá-la muito baixinho, fico sempre a pensar que pela cabeça do meu vizinho do lado, que não é de cá, deve estar a passar qualquer coisa como, mas a que país do terceiro mundo vim eu parar? Não me fale da dimensão do país, se já foi a Bruxelas, ou a Amesterdão, por exemplo, deve ter reparado que os aeroportos que servem estas capitais de países mais pequenos que o nosso, não ficam propriamente dentro da cidade, que o comum dos mortais tem que apanhar um comboio, e o VPV um táxi, se quiser aceder ao centro das cidades. E já agora se ainda tiver paciência e bondade para pensar nos 8 milhões de portugueses que vivem fora de Lisboa, veja por exemplo o meu caso, que vivo em Coimbra, que raramente faço viagens de avião que não sejam de trabalho e que por isso, são sempre curtas, não vou à Nova Zelândia, e que raramente saio por mais de 3 ou 4 dias. Para apanhar os primeiros aviões da manhã só me resta ir pernoitar a Lisboa, para um avião lá pelas nove horas, tenho um expresso da RN, desconfortável, perigoso e fedorento, pelo meio do dia já tenho os nossos modernos pendulares , mais táxi ou autocarro a partir do Oriente. Chegadas a partir das nove da noite dão de novo direito a autocarros da RN, que por acaso saem de Sete-Rios. E se chego, por exemplo às 22.30 tenho que esperar pelo autocarro da meia-noite e chegar a Coimbra às 3 da manha. Veja VPV, isto é Portugal.

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