quinta-feira, maio 31
Deve de ser
Ontem, no Público on-line, nas notícias de última hora, li qualquer coisa como isto:´Correia de Campos disse que o Hospital de Santa Maria está a trabalhar como deve de ser. A sério, fiquei preocupada, um nosso ministro a dizer tamanha bacorada!
Fui ler o corpo da notícia. Afinal Correia de Campos disse que o Hospital de Santa Maria estava a trabalhar dentro da normalidade.
Fui ler o corpo da notícia. Afinal Correia de Campos disse que o Hospital de Santa Maria estava a trabalhar dentro da normalidade.
Etiquetas: língua portuguesa
terça-feira, maio 29
As coisas que se ouvem de manhã
Uma professora de português a justificar o injustificável: nas provas globais de português, no capítulo em que se avalia a capacidade de compreensão de um texto, os erros ortográficos não são considerados. Mais abaixo, quando se avalia a ortografia, aí sim … sem se darem conta da mensagem esquizofrénica que passam às crianças, só às vezes é que é preciso escrever sem erros. O que até vai de acordo ao que elas, crianças e adolescentes fazem todos os dias nos messengers, sms, etc. E assim se cuida da língua.
Etiquetas: ensino, língua portuguesa
segunda-feira, maio 28
A ler
"Enfim, só!" (António Barreto no Público, 27.05.2007, encontrado no Aspirina B) e as crónicas de Vasco Pulido Valente sobre o regime de Sócrates (link não disponível). Ver a realidade escondida por aparências e cortinas de fumo é difícil, mas parece-me que sim, que eles conseguem.
quinta-feira, maio 24
Vulgar? de Lineu
segunda-feira, maio 21
Caixa de Música
sexta-feira, maio 18
D. Afonso Henriques, é a cultura estúpido.
Tacanhice do MC?
No mínimo.
Universidade de Coimbra vai contestar recusa da abertura túmulo Afonso Henriques 18.05.2007 - 12h02 Lusa
A antropóloga forense Eugénia Cunha anunciou hoje que a Universidade de Coimbra (UC) vai contestar o despacho da ministra da Cultura que rejeita a abertura do túmulo de D. Afonso Henriques para fins científicos.
"Vamos reagir e contra-argumentar, rebatendo, ponto por ponto, todos os pareceres", disse a investigadora à Lusa. A 11 de Maio, a ministra da Cultura assinou o despacho em que ratifica o parecer do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), que recomendava a recusa da abertura do túmulo de D. Afonso Henriques.
...
A recusa] invalida uma oportunidade única de fazer um projecto interdisciplinar, que extravasava o interesse da comunidade científica e em que o grande público estava interessado", frisou Eugénia Cunha
...
O pedido de exumação, para fins científicos, dos restos de D. Afonso Henriques, cujo túmulo se encontra na Igreja de Santa Cruz, em Coimbra, foi apresentado pela Reitoria da UC, dando seguimento ao projecto da antropóloga forense. O projecto da equipa luso-espanhola liderada por Eugénia Cunha Cunha prevê o estudo das ossadas do fundador da nacionalidade e a reconstituição do seu rosto em imagens tridimensionais. "Pretende-se reconstituir o perfil biológico do primeiro rei de Portugal, a sua estrutura física, a sua estatura, a idade que tinha quando morreu, bem como tentar deslindar algumas patologias que o afligiram e que deixaram vestígios nos seus ossos", afirmava Eugénia Cunha, numa nota divulgada em meados de 2006, quando a equipa foi impedida, pela direcção nacional do IPPAR, de abrir o túmulo, operação que fora autorizada pela direcção regional do mesmo instituto. A datação do esqueleto, pelo método de radiocarbono, o perfil genético, a dieta do rei (através da análise química dos ossos) e a sua reconstrução facial são também abrangidos pelo projecto de investigação. Segundo Eugénia Cunha, estes métodos têm sido utilizados em vários países em figuras como Cristóvão Colombo, Napoleão ou Mozart.
No Público on-line
Etiquetas: D. Afonso Henriques, Política
quinta-feira, maio 17
Urgente
Não tenho qualquer ligação à candidatura de Helena Roseta, mas neste momento não tenho dúvidas que seria nela que votaria se vivesse em Lisboa. Acho que seria muito mau se ela fosse impedida de ir a votos por um truque muito pouco democrático. Por isso, aqui fica o link para a recolha de assinaturas.
"As eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa foram marcadas para o dia 1 de Julho proximo, o que significa que o prazo de recolha de assinaturas tem de ser antecipado.
Precisamos de recolher, até 18 de Maio (Sexta-Feira) 4000 assinaturas de eleitores recenseados em Lisboa."
"As eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa foram marcadas para o dia 1 de Julho proximo, o que significa que o prazo de recolha de assinaturas tem de ser antecipado.
Precisamos de recolher, até 18 de Maio (Sexta-Feira) 4000 assinaturas de eleitores recenseados em Lisboa."
sábado, maio 5
Liberdade de imprensa, internet e tagarelice
Há cerca de 3 anos escrevi aqui o texto abaixo. Penso que não perdeu actualidade, só acrescentaria mais preocupação sobre a suposta informação disponível na internet. Basta tentar saber o que se passa com o processo Casa Pia para notar que a internet é muitas vezes mais uma lixeira que uma fonte de informação.
Aldous Huxley chama a atenção, no Regresso ao Admirável Mundo Novo (1957), para o facto de nos anos cinquenta do século XX já não haver a liberdade de expressão que havia no início do século. Nessa altura, segundo Huxley, todos os países democráticos se podiam orgulhar de ter um grande número de pequenos jornais, nos quais milhares de editores exprimiam milhares de opiniões diferentes. Nos anos ciquenta, embora a imprensa fosse legalmente livre, os custos do papel e da impressão eram demasiado grandes para os pequenos.
Chegámos ao final do século XX com o mesmo problema, muito embora com algumas variações. De facto, embora actualmente os elevados custos de impressão dos anos cinquenta sejam parcialmente evitados com os novos meios de edição, num mundo massificado e controlado pela publicidade, como é o de hoje, o que é difícil de obter é visibilidade. Usando uma imagem, antigamente os barcos pequenos não podiam navegar devido aos elevados custos de manutenção, hoje podem navegar, sim senhor, mas ninguém os vê no meio de enormes paquetes cheios de luzes e apitos.
Agora, com a Internet, este problema parece ter deixado existir. Os custos são quase nulos, a visibilidade consegue-se via mail e motores de busca, pelas citações, de boca em boca, de link em link, e nisso os blogues são paradigmáticos. O principal problema, da Internet, do qual Aldous Huxley também falou, embora a propósito dos media, é o grande potencial de distracção e alienação do homem. As notícias, a informação, a propaganda, já não são necessariamente falsas ou verdadeiras, podem ser também irreais e irrelevantes. As opiniões e as análises já não são apenas boas ou más, lógicas ou falaciosas, são também, muitas vezes, apenas tagarelice.
fotografia da escultura "Barco da Mariquinhas" da Joana Vasconcelos
Aldous Huxley chama a atenção, no Regresso ao Admirável Mundo Novo (1957), para o facto de nos anos cinquenta do século XX já não haver a liberdade de expressão que havia no início do século. Nessa altura, segundo Huxley, todos os países democráticos se podiam orgulhar de ter um grande número de pequenos jornais, nos quais milhares de editores exprimiam milhares de opiniões diferentes. Nos anos ciquenta, embora a imprensa fosse legalmente livre, os custos do papel e da impressão eram demasiado grandes para os pequenos.
Chegámos ao final do século XX com o mesmo problema, muito embora com algumas variações. De facto, embora actualmente os elevados custos de impressão dos anos cinquenta sejam parcialmente evitados com os novos meios de edição, num mundo massificado e controlado pela publicidade, como é o de hoje, o que é difícil de obter é visibilidade. Usando uma imagem, antigamente os barcos pequenos não podiam navegar devido aos elevados custos de manutenção, hoje podem navegar, sim senhor, mas ninguém os vê no meio de enormes paquetes cheios de luzes e apitos.
Agora, com a Internet, este problema parece ter deixado existir. Os custos são quase nulos, a visibilidade consegue-se via mail e motores de busca, pelas citações, de boca em boca, de link em link, e nisso os blogues são paradigmáticos. O principal problema, da Internet, do qual Aldous Huxley também falou, embora a propósito dos media, é o grande potencial de distracção e alienação do homem. As notícias, a informação, a propaganda, já não são necessariamente falsas ou verdadeiras, podem ser também irreais e irrelevantes. As opiniões e as análises já não são apenas boas ou más, lógicas ou falaciosas, são também, muitas vezes, apenas tagarelice.
fotografia da escultura "Barco da Mariquinhas" da Joana Vasconcelos