sábado, janeiro 27
A mão humana no aquecimento global
Este artigo (cujo link vi no Real Climate) é precioso, vale a pena divulgá-lo o mais possível. Está em inglês e é relativamente longo, mas é excelente leitura para quem quer perceber o que está em causa no aquecimento global. (Sugestão aos leitores sem tempo, como eu: imprimam e leiam o artigo aos poucos, nos tempos mortos - e aos jornais: traduzam e publiquem, seria serviço público.) É raro encontrar um artigo que explique de uma forma tão simples e clara as bases físicas do aquecimento global, a complexidade do problema, as certezas e incertezas sobre o futuro do clima e a influência humana no problema. O autor, Kerry Emanuel, é professor de meteorologia no MIT, foi considerado pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes em 2006 e é autor de um livro sobre a ciência e história dos furacões.
terça-feira, janeiro 23
O ártico sem gelo, brevemente, rapidamente...
"The more important message from models is that all but a few outliers predict enourmous sea ice retreat this century."
Uma excelente discussão sobre os cenários possíveis e as suas incertezas. Tudo pode acontecer muito mais rapidamente do que julgávamos.
Uma excelente discussão sobre os cenários possíveis e as suas incertezas. Tudo pode acontecer muito mais rapidamente do que julgávamos.
domingo, janeiro 21
Ser cientista
Nunca tinha pensado nas coisas deste modo mas, parece-me bem...
O que eu mais gramava de ser cientista era o discurso orgulhoso do sector primário: Sim, porque eu não sou um middle man, eu cá produzo um bem, o conhecimento.
O que eu mais gramava de ser cientista era o discurso orgulhoso do sector primário: Sim, porque eu não sou um middle man, eu cá produzo um bem, o conhecimento.
O Museu da Ciência da UC
post com quase dois meses de atraso
O edifício, pertencente ao antigo colégio de Jesus, é magnífico e o restauro devolveu-lhe toda a sua elegância.
Marquês de Pombal depois de ter expulso, de Coimbra e de Portugal, os Jesuítas entendeu que após obras profundas, ali haveria de morar o conhecimento científico. Nos planos das obras do que seria, e ainda é, o anfiteatro, pode ler-se: para fer executado no Refeitório que foi dos Proscritos e Perpetuamente extraminados Jezuitas.
E para primeiro director foi chamado o sábio italiano Domingos Vandelli que perante tamanha honra confidenciou:
Nunca me vejo ao pensamento, que eu devesse ser o primeiro que em esta illustre universidade houvesse de insinar a Sciencia Chimica, a qual eu tão somente me tenho aplicado pª investigar os segredos da Natureza corpórea, quanto pela experiência se pode alcançar;…
Vandelli viria ainda a ser responsável por uma vasta obra de criação, do Jardim Botânico ao Observatório Astronómico. E por encaminhar o Laboratório, com o apoio do iluminado Marquês, no sentido de uma ciência moderna e experimental, ali se deveriam divulgar e por em prática as ideias de Galileu e de Newton “conforme à philosophia do incomparavel cavalhero Isaac Newton” Jacob de Castro Sarmento, 1787.
Neste edifício pleno de ciência, de história e de estórias (logo na entrada encontra-se um gigantesco almofariz de pedra onde se preparou a pólvora que deveria espantar os invasores franceses) pode, por agora, visitar-se uma exposição de cerca de 200 instrumentos e objectos de ciência (uma ínfima parte do imenso espólio científico da Universidade), organizados em torno da luz e matéria.
Citações retiradas do catálogo do Museu/Exposiçao
segunda-feira, janeiro 15
Menoridade
Durante este fim de semana, ouvi/li o Vicente Jorge Silva e o Nuno Brederode Santos dizerem uma coisa que há muito me parecia óbvia, falavam do Paulo Macedo, mas (quanto a mim) podiam falar de qualquer outro líder, que raio não há ninguém insubstituível e será que os que lhe estiveram mais próximos, certamente também modelos de competência, não aprenderam nada durante estes anos de modo a agora o poderem por em prática? Não estamos a falar de poderes ocultos ou de artes mágicas. Ou estamos perante um país de gente menor?
Em adenda a esta ideia acrescento outra, quando é que se começa a vulgarizar a prática de concursos públicos (e sempre que possível e aplicável internacionais) para cargos de chefia?
Em adenda a esta ideia acrescento outra, quando é que se começa a vulgarizar a prática de concursos públicos (e sempre que possível e aplicável internacionais) para cargos de chefia?
quarta-feira, janeiro 10
Outra vez a TLEBS (II)
Agora vou fazer de advogada do diabo. Sinceramente espanta-me a dimensão do movimento do “não à TLEBS”. Diria que quase atinge a do sim ou do não à despenalização do aborto, e sinceramente … relativizem, por favor. Vir falar de experiências com os nossos filhos, como se de qualquer manipulação genética se tratasse parece-me no mínimo um exagero. Eu por mim acho a TLEBS tão ridícula como o Dantas, a TLEBS cheira mal dos pés, mas acredito que os meus filhos, que estão a ser vítimas dessas experiências hão-de sobreviver à TLEBS tão bem como eu sobrevivi à gramática da altura, às figuras de estilo dos Lusíadas ou às linhas de caminho de ferro. A TLEBS vale (ou não vale) o que vale.
Sem desprimor do que já se disse sobre este assunto neste blog.
Sem desprimor do que já se disse sobre este assunto neste blog.
Dos números
Prometi a mim mesma que não falaria disto aqui, e só quebro a promessa para falar dos números, dos números em abstracto, mas que a campanha do não à despenalização do aborto tanto e tão abusivamente tem utilizado. E atirar com números é de uma eficiência absoluta, sobretudo num país em que a par da iliteracia impera a ausência de cultura científica e de espírito crítico… sobretudo quando se fala em números. Como diz a anedota, a estatística é como o biquini, o que revela é importante mas o que esconde é essencial. E quando a esse uso abusivo da estatística se associam relações causa-efeito que pura e simplesmente podem não existir …
terça-feira, janeiro 9
Outra vez a TLEBS
O FJV escreve sobre a TLEBS e sobre as declarações de um senhor director-geral da inovação e desenvolvimento curricular. Também li essa entrevista e tocou-me especialmente este raciocínio brilhante: “A totalidade dos programas de português tem uma forte componente de ensino de textos de literatura portuguesa e este tem sido o caminho; se estivesse correcto, não teríamos problemas de literacia.”
Para resolver o problema TOMA LÁ com a TLEBS!!! Alguém acredita nisto???
Para resolver o problema TOMA LÁ com a TLEBS!!! Alguém acredita nisto???
Que inverno?
Outro dia, no dia 2 de Janeiro para ser exacto, reparei que o trevo nos campos já estava em flor (aquelas flores amarelas, também chamadas "azedas"). Fiquei admirado: esperava os campos amarelos mais para meados-final de Janeiro. Por outro lado, no Choupal, há vários sinais de que a Primavera está a aparecer, ao mesmo tempo que está ainda presente o Outono, com várias árvores a perder as folhas.
Talvez todos os anos seja assim e eu é que nunca tinha reparado. Ou talvez não...
Será que as alterações climáticas estão a encurtar os invernos de um modo facilmente perceptível para nós, baralhando a natureza, ainda para mais em ano de El Niño, previsto como especialmente quente? Sou só eu que tenho esta impressão? Que outros indícios se poderão observar em Portugal?
Talvez todos os anos seja assim e eu é que nunca tinha reparado. Ou talvez não...
Será que as alterações climáticas estão a encurtar os invernos de um modo facilmente perceptível para nós, baralhando a natureza, ainda para mais em ano de El Niño, previsto como especialmente quente? Sou só eu que tenho esta impressão? Que outros indícios se poderão observar em Portugal?
Etiquetas: Aquecimento global, estações do ano