segunda-feira, novembro 13
De como se desacreditam nobres causas
Ontem, no Notícias Magazine, suplemento dominical do DN e JN, um senhor Tomás de Montemor, que ali escreve semanalmente sobre temas ambientais, discorria sobre as vantagens da utilização da energia solar. O que me parece louvável e até consensual. Só que o senhor, cuja formação académica, ou outra, desconheço, caiu, não sei se propositadamente, num discurso que de científico e rigoroso tem muito pouco. De energias renováveis sei quase nada, o que vou ouvindo aqui e ali, e por isso vou discutir mais o método que T. de M. utilizou para levar o leitor a concluir como ele. O método de T. de M. chama-se maniqueísmo, que neste caso se pode traduzir sem abuso do seguinte modo, para que uma coisa seja boa temos que a comparar com outra que tem que ser necessariamente má: no caso a coisa boa, o aproveitamento da energia solar comparou-se com a coisa má, o aproveitamento da energia eólica. Os parques eólicos alteram a paisagem, sobretudo quando instalados em zonas que deveriam ser ambientalmente protegidas. O mesmo podemos dizer dos painéis solares, estão a imaginar os telhados da Ribeira no Porto (ou de outros Patrimónios da Humanidade) cobertinhos de painéis solares!? Os parques eólicos não resolvem os problemas energéticos do país…e digo eu, infelizmente não me parece que a energia solar (mesmo num país cheio de sol, como Portugal) o faça. Segundo T. de M. para garantir o consumo energético de uma habitação são necessários 70 m2 de painel solar/pessoa, o que faz, para uma casa com quatro habitantes, 280 m2!!! Penso no meu prédio de 5 andares e digo, impossível. .. A tecnologia associada aos parques eólicos é poluente… digo eu, os paneis solares, cuja vida é finita, e que têm na sua composição cádmio e outros metais, também o são certamente. E T. de M. continua neste tom até ao fim do artigo.
De certeza que muito se pode evoluir na utilização destas duas formas de energia, mas o que quis aqui realçar é que, não é com estes raciocínios simplistas (simplórios) que se conquistam adeptos para as causas, só os mais distraídos.
De certeza que muito se pode evoluir na utilização destas duas formas de energia, mas o que quis aqui realçar é que, não é com estes raciocínios simplistas (simplórios) que se conquistam adeptos para as causas, só os mais distraídos.
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