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quarta-feira, fevereiro 23

A vida segundo Joe Gould 

“Sou a maior autoridade dos Estados Unidos”, diz ele [Joe Gould], “em matéria de viver sem nada”. Diz às pessoas que vive de “ar, amor próprio, beatas de cigarros, café de cowboy, sanduíches de ovo, e ketchup”.
... Quando come uma sanduíche , costuma esvaziar uma ou duas garrafas de ketchup no prato e come-o às colheradas. .... “Não é que goste especialmente desta porcaria”, diz ele, “mas tenho por norma comer tudo o que venha à mão. Que eu saiba, é a única coisa que se pode comer à borla.”


O Segredo de Joe Gould , de Joseph Mitchell, é um livro maravilhoso, hilariante e comovente, e não sou só eu que o digo. Os seus admiradores vão desde Amtónio Lobo Antunes, que faz o prefácio da edição da D. Quixote, a Salmon Rushie ou Ian McEwan.


Joe Gould, um sem-abrigo licenciado em Harvard possui toda a dignidade e sabedoria do mundo:

“Se o Sr. Chrysler quisesse dar-me de presente o Edifício Chrysler”, diz ele, “punha-me logo a milhas nem que tivesse que partir o pescoço. Não era eu a possuí-lo; ele é que me possuía a mim. Lá para os meus lados, em Massachusetts haviam de me chamar um velho ianque chanfrado. Aqui chamam-me boémio. Terei seis de um, meia dúzia de outro.”

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