quinta-feira, julho 22
Distrações e diabolizações
Há muito a criticar quando temos o "estilo Santana" à frente do governo, mas há que não diabolizar o homem, que diabo! Pela simples razão de que ele não é Satanás e parecerá sempre bonzinho na comparação. E não tenhamos dúvidas: Santana Lopes irá tomar algumas medidas muito boas, pois não é burro nenhum e irá pôr muita gente a achar que afinal ele não é tão mau quanto diziam, isto lá para a altura das eleições (sobretudo face à alternativa PS...). Lembremo-nos, por exemplo, que ele acabou com o imbróglio da extracção de areias no areal da Figueira da Foz, que durava à anos, através de uma simples alteração do trânsito na zona, que passou a impedir a passagem dos camiões pesados que iam para a praia...
Quando estive em França, pude apreciar como alguém como Le Pen (que é muito diferente de Santana) consegue manter tais taxas de popularidade. Havia muitas razões para isso, não as vou detalhar, mas uma delas era a crítica cerrada a que estava sistematicamente sujeito pela esquerda, crítica essa exagerada e desproporcionada, perdendo-se por vezes em pormenores e esquecendo o essencial. Não me lembro de exemplos concretos, mas sei que bastava Le Pen abrir a boca para a esquerda em peso cair em cima dele como o Carmo e a Trindade, o que servia sistematicamente para amplificar gratuitamente o discurso de Le Pen junto da direita mais receptiva.
Santana Lopes tem uma capacidade infinita de nos distrair e entreter, deixando-nos a olhar para o lado errado e impedindo-nos de ver o importante. Como ninguém, põe-nos a discutir as ideias mais tolas, como a deslocalização dos ministérios, ou a criticar o nada, ao estilo das revistas cor-de-rosa (por falar nisso, repararam, há uns dias atrás, na gravata cor-de-rosa que ele trazia ao sair da audiência com o presidente, quando deu aquela conferência de imprensa... oh, lá estou eu, percebem o que quero dizer?).
Na Figueira da Foz, pôs todos a falar das palmeiras e exibia já uma visível obsessão por cartazes, ao mesmo tempo que conseguia com que ninguém reparasse no atraso de sempre nas aldeias em redor ou sequer nos quilómetros de sinalização da auto-estrada escandalosamente apagados mesmo à saída da cidade, durante anos. Enquanto lá esteve na câmara, tentou construir campos de golfe em zonas protegidas, levou o caos da urbanização (ver fotos na Klepsydra) a locais nunca antes imaginados, e daí talvez sim, como a orla da Serra da Boa-Viagem, deixou as finanças da câmara numa confusão, como agora em Lisboa, etc.
No fundo, a regra não podia ser mais simples: enquanto estamos a olhar para um lado, não olhamos para o outro, não é verdade?
Quando estive em França, pude apreciar como alguém como Le Pen (que é muito diferente de Santana) consegue manter tais taxas de popularidade. Havia muitas razões para isso, não as vou detalhar, mas uma delas era a crítica cerrada a que estava sistematicamente sujeito pela esquerda, crítica essa exagerada e desproporcionada, perdendo-se por vezes em pormenores e esquecendo o essencial. Não me lembro de exemplos concretos, mas sei que bastava Le Pen abrir a boca para a esquerda em peso cair em cima dele como o Carmo e a Trindade, o que servia sistematicamente para amplificar gratuitamente o discurso de Le Pen junto da direita mais receptiva.
Santana Lopes tem uma capacidade infinita de nos distrair e entreter, deixando-nos a olhar para o lado errado e impedindo-nos de ver o importante. Como ninguém, põe-nos a discutir as ideias mais tolas, como a deslocalização dos ministérios, ou a criticar o nada, ao estilo das revistas cor-de-rosa (por falar nisso, repararam, há uns dias atrás, na gravata cor-de-rosa que ele trazia ao sair da audiência com o presidente, quando deu aquela conferência de imprensa... oh, lá estou eu, percebem o que quero dizer?).
Na Figueira da Foz, pôs todos a falar das palmeiras e exibia já uma visível obsessão por cartazes, ao mesmo tempo que conseguia com que ninguém reparasse no atraso de sempre nas aldeias em redor ou sequer nos quilómetros de sinalização da auto-estrada escandalosamente apagados mesmo à saída da cidade, durante anos. Enquanto lá esteve na câmara, tentou construir campos de golfe em zonas protegidas, levou o caos da urbanização (ver fotos na Klepsydra) a locais nunca antes imaginados, e daí talvez sim, como a orla da Serra da Boa-Viagem, deixou as finanças da câmara numa confusão, como agora em Lisboa, etc.
No fundo, a regra não podia ser mais simples: enquanto estamos a olhar para um lado, não olhamos para o outro, não é verdade?
Comments:
Enviar um comentário