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quarta-feira, maio 19

Pseudo-ciência ou charlatanice 

No último número da XIS aparece um artigo assinado por Sofia Manso com o título “O poder verde da clorofila”. Qualquer aluno do liceu sabe que a clorofila é um pigmento, que dá a côr verde às folhas das plantas e sem a qual estas não poderiam realizar a fotossíntese. Qualquer aluno dos primeiros anos de um curso de Química ou Bioquímica sabe que a molécula de clorofila é constituída por um anel porfirínico tendo coordenado um ião magnésio. E basta!
A clorofila não é, portanto, um néctar cem por cento natural, não é nenhum alimento (as plantas que a contêm é que poderão sê-lo), não contem alto teor de oxigénio (e se tivesse de que nos serviria? o oxigénio de que precisamos para viver vem do ar que respiramos), se é uma molécula não contém aminoácidos (que são outras moléculas), nem enzimas, nem vitaminas, nem ferro (contém magnésio, como já referi).
E os disparates continuam sem cessar: sódio necessário à digestão!!!!; “Entre as proteínas contam-se a valina.... a treonina ....”. A Valina, a Treonina; a Lisina ...etc. não são proteínas, são aminoácidos (aprende-se no liceu)!
Acho que nem vale a pena continuar.
Todo o artigo poderia ser considerado uma daquelas anedotas que os professores coleccionam sobre respostas absurdas em exames de estudantes cábulas. Mas não, é muito mais grave que isso. Porque muito português crédulo vai correr às ervanárias (ou onde se venda o apregoado produto) na esperança de que se o consumir vai sentir-se muito melhor, e vai comprar caldo de bróculos, ou sumo de couve lombarda (ou lá o que o sangue verde seja, porque até ao fim do artigo não se consegue perceber) a preços de elixir da longa vida – e isso é charlatanice.


PS Deste texto mandei uma cópia à "Querida Laurinda" e ao Sr. J. Fernandes.

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