terça-feira, maio 4
Células Estaminais (Stem Cells)
Em breve nascerá o meu terceiro filho. Desta vez a somar a todas as dúvidas/decisões que se têm/têm que tomar nestas alturas surge uma outra e, talvez não menos angustiante, recolher ou não recolher as células do cordão umbilical. Dúvida que só agora surge porque, embora as potencialidades das células estaminais já há muito sejam conhecidas, só há pouco tempo surgiu em Portugal uma empresa que permite a recolha destas células a partir do sangue do cordão umbilical e a sua posterior criopreservação num laboratório algures na Europa. Essas células estarão depois disponíveis por um período de 20 anos para serem utilizadas pelo dador (o bebé) ou por um familiar, em terapia celular.
Há alguns anos assisti a uma série de conferências sobre “Stem Cells” , onde foram divulgados trabalhos pioneiros e promissores na utilização deste tipo de células, nomeadamente na Doença de Parkinson. Células estaminais recolhidas de embriões tinham sido utilizadas com sucesso no karolinska Institut de Estocolmo no tratamento de uma forma de Doença de Parkinson desenvolvida por uns jovens americanos após o consumo de doses de heroína contaminadas com uma determinada substância tóxica. Nessa altura dos maiores obstáculos que se punham a estes tipos de terapia eram problemas éticos, por se tratar de células embrionárias (embora que obtidas a partir de embriões “excedentários” de fertilizações in vitro). Com a agravante de para apenas um transplante serem necessárias células de vários embriões.
Células Estaminais são células indiferenciadas que se podem replicar por divisão durante largos períodos de tempo e que, mediante determinadas condições fisiológicas ou experimentais, podem adquirir determinadas funções características das células de um órgão ou tecido, ou seja, podem diferenciar-se em células da pele, do músculo cardíaco, células produtoras de insulina, células sanguíneas etc. Pode-se então imaginar as inúmeras possibilidades terapêuticas destas células.
A possibilidade de agora se recolherem as células do cordão umbilical não oferece qualquer problema de ordem ética, já que são obtidas da criança que hipoteticamente as irá utilizar e a partir de um tecido cujo destino é o lixo (o cordão umbilical). Mas, e valerá a pena? Para além do mais é ainda um processo muito dispendioso. Dizem-me que as hipóteses de uma criança desenvolver uma doença em que elas lhe poderão vir a ser úteis é de 1/1000 ou ainda menor (não há números exactos, ao que sei). Oxalá nunca sejam necessárias mas, e se um dia o são e temos que carregar com a terrível culpa de, tendo tido essa oportunidade, não as termos recolhido? E daqui a 10 -15 anos serão ainda a terapia de escolha?
Como escreveu Bernard Shaw “Science is always wrong, it never solves a problem without creating ten more”.
Há alguns anos assisti a uma série de conferências sobre “Stem Cells” , onde foram divulgados trabalhos pioneiros e promissores na utilização deste tipo de células, nomeadamente na Doença de Parkinson. Células estaminais recolhidas de embriões tinham sido utilizadas com sucesso no karolinska Institut de Estocolmo no tratamento de uma forma de Doença de Parkinson desenvolvida por uns jovens americanos após o consumo de doses de heroína contaminadas com uma determinada substância tóxica. Nessa altura dos maiores obstáculos que se punham a estes tipos de terapia eram problemas éticos, por se tratar de células embrionárias (embora que obtidas a partir de embriões “excedentários” de fertilizações in vitro). Com a agravante de para apenas um transplante serem necessárias células de vários embriões.
Células Estaminais são células indiferenciadas que se podem replicar por divisão durante largos períodos de tempo e que, mediante determinadas condições fisiológicas ou experimentais, podem adquirir determinadas funções características das células de um órgão ou tecido, ou seja, podem diferenciar-se em células da pele, do músculo cardíaco, células produtoras de insulina, células sanguíneas etc. Pode-se então imaginar as inúmeras possibilidades terapêuticas destas células.
A possibilidade de agora se recolherem as células do cordão umbilical não oferece qualquer problema de ordem ética, já que são obtidas da criança que hipoteticamente as irá utilizar e a partir de um tecido cujo destino é o lixo (o cordão umbilical). Mas, e valerá a pena? Para além do mais é ainda um processo muito dispendioso. Dizem-me que as hipóteses de uma criança desenvolver uma doença em que elas lhe poderão vir a ser úteis é de 1/1000 ou ainda menor (não há números exactos, ao que sei). Oxalá nunca sejam necessárias mas, e se um dia o são e temos que carregar com a terrível culpa de, tendo tido essa oportunidade, não as termos recolhido? E daqui a 10 -15 anos serão ainda a terapia de escolha?
Como escreveu Bernard Shaw “Science is always wrong, it never solves a problem without creating ten more”.
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