sábado, abril 17
"As coisas dos homens"
Escrevi neste post a frase "Os computadores ultrapassaram os humanos em tarefas mentais como jogar xadrez", que levou a que o Cláudio do Meia Livraria se indignasse comigo neste post.
Se é um facto inegável que os computadores já ultrapassaram os melhores humanos em torneios ao mais alto nível (Kasparov vs. Deep Blue, 1997), pode ser neste momento prematuro generalizar e dizer que os computadores já ultrapassaram os humanos na tarefa mental que é jogar Xadrez. Pode já ter acontecido ou não. Talvez o mais correcto seja dizer que neste momento eles encontram-se empatados, como o Cláudio refere, embora eu concorde com Kasparov, quando diz que "it is probably only a matter of time before a computer will prevail in the game of chess". Para quem quiser aprofundar o tema, deixo links para um artigo interessante, em cinco partes: 1, 2, 3, 4, 5.
Em todo o caso, a discussão sobre se os humanos serão ultrapassados no Xadrez é totalmente irrelevante para o que era discutido no meu post inicial e penso que o Cláudio se excedeu nas suas críticas, mas isto é só uma opinião.
O Cláudio refere que "existe no Xadrez um conjunto de valores que nunca se poderão reduzir ao aspecto desportivo, ao resultado da partida. No Xadrez há coragem e medo, há sabedoria e ignorância, há técnica e imaginação, há petulância e cobardia, há Vida e há combate. São coisas de homens, caro Nuno, não de algoritmos.". Caro Cláudio, esses valores são coisas de homens, não do Xadrez. Leia-se também o interessante post de CMF No Mundo.
Quanto ao restante, digo simplesmente que foi de propósito que não quis generalizar aquilo que disse sobre o processo de criação musical a artes como a escrita e que concordo com Kasparov quando diz (no mesmo artigo que referi acima):
"I believe that Deep Blue's involvement in chess could give us valuable information and show at what point, at what depth of calculation, a machine's decision-making process could produce the same result as human creativity and intuition. I am a supporter of the view that artificial intelligence should not be presented in the form, similar to the way our brain is working. We should rather judge by the net result, and if at the end of the day the machine comes up with the same conclusion using 5% of judgement and 95% of calculations, versus our 95% of judgement and 5% of calculations, I think it's absolutely fine. It proves, in my opinion, that we were witnessing some sort of a weird form of artificial intelligence. Some of you in this room will agree and some will strongly disagree, but this view has a lot of common sense. I think, that's what chess could contribute to the computer science field, because only in chess do you have this very thin and subtle balance between creativity and calculation. In literature you have a misbalance on one side and in mathematics a similar misbalance on another side that is why chess is really ideal field for this form of comparison."
Se é um facto inegável que os computadores já ultrapassaram os melhores humanos em torneios ao mais alto nível (Kasparov vs. Deep Blue, 1997), pode ser neste momento prematuro generalizar e dizer que os computadores já ultrapassaram os humanos na tarefa mental que é jogar Xadrez. Pode já ter acontecido ou não. Talvez o mais correcto seja dizer que neste momento eles encontram-se empatados, como o Cláudio refere, embora eu concorde com Kasparov, quando diz que "it is probably only a matter of time before a computer will prevail in the game of chess". Para quem quiser aprofundar o tema, deixo links para um artigo interessante, em cinco partes: 1, 2, 3, 4, 5.
Em todo o caso, a discussão sobre se os humanos serão ultrapassados no Xadrez é totalmente irrelevante para o que era discutido no meu post inicial e penso que o Cláudio se excedeu nas suas críticas, mas isto é só uma opinião.
O Cláudio refere que "existe no Xadrez um conjunto de valores que nunca se poderão reduzir ao aspecto desportivo, ao resultado da partida. No Xadrez há coragem e medo, há sabedoria e ignorância, há técnica e imaginação, há petulância e cobardia, há Vida e há combate. São coisas de homens, caro Nuno, não de algoritmos.". Caro Cláudio, esses valores são coisas de homens, não do Xadrez. Leia-se também o interessante post de CMF No Mundo.
Quanto ao restante, digo simplesmente que foi de propósito que não quis generalizar aquilo que disse sobre o processo de criação musical a artes como a escrita e que concordo com Kasparov quando diz (no mesmo artigo que referi acima):
"I believe that Deep Blue's involvement in chess could give us valuable information and show at what point, at what depth of calculation, a machine's decision-making process could produce the same result as human creativity and intuition. I am a supporter of the view that artificial intelligence should not be presented in the form, similar to the way our brain is working. We should rather judge by the net result, and if at the end of the day the machine comes up with the same conclusion using 5% of judgement and 95% of calculations, versus our 95% of judgement and 5% of calculations, I think it's absolutely fine. It proves, in my opinion, that we were witnessing some sort of a weird form of artificial intelligence. Some of you in this room will agree and some will strongly disagree, but this view has a lot of common sense. I think, that's what chess could contribute to the computer science field, because only in chess do you have this very thin and subtle balance between creativity and calculation. In literature you have a misbalance on one side and in mathematics a similar misbalance on another side that is why chess is really ideal field for this form of comparison."
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