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domingo, janeiro 25

Finalmente! 

É uma boa notícia. Excelente, mesmo: a Brigada de Trânsito (BT) vai investigar acidentes a partir de Junho. No entanto, é uma notícia que, infelizmente, confirma algo que nos devia envergonhar a todos: os acidentes rodoviários não são estudados cientificamente em Portugal. Isto apesar da calamidade das estradas, da vergonha das nossas estatísticas, dos milhares de mortes, estropiados e famílias desfeitas e apesar da comunidade científica estar receptiva a ajudar nessa tarefa. Apenas discutimos, em conversas de café e num ou noutro debate nos media, se as causas da sinistralidade são o excesso de velocidade, as más estradas, a falta de civismo, de destreza, ou outra coisa qualquer. Já todos fizemos isto, repetidamente. Um acha isto, outro aquilo, com base numa paupérrima informação estatística. Quantos estudos científicos foram feitos nos últimos anos em Portugal sobre a sinistralidade rodoviária, com o fim de compreender as causas e assim se poder determinar a melhor forma de agir? Quantos poderiam ter sido feitos, quantas mortes seriam evitadas e quantos euros poupados, se tivesse havido vontade e se se tivesse pedido a colaboração da comunidade científica e da população em geral?

Saliento o seguinte da notícia:

"Trata-se de uma iniciativa inédita na investigação criminal de acidentes, dado que não existe nenhuma força policial com uma estrutura própria do género", diz fonte da BT, adiantando que, "nos tempos que vão correndo, somos o único país da Europa onde isso ainda acontece". [...]

"Na prática, as equipas vão funcionar como as de investigação criminal da Polícia Judiciária quando chegam ao local onde ocorreu um homicídio. Podem recolher informações tão específicas como a dos rastos de travagem ou a qualidade dos pneus dos carros envolvidos no acidente.
Actualmente, segundo a BT, "não há um trabalho científico" nesta área. Quando os agentes são chamados ao local de um acidente recolhem elementos para o Boletim Estatístico de Acidentes de Viação e, no caso de haver mortos ou queixa por parte de feridos graves, elaboram um auto de notícia para o tribunal." [...]

"
Para atacar os efeitos [da sinistralidade] é preciso saber quais as causas." Claro, obviamente. Cura sem diagnóstico só mesmo por sorte. E só em Junho é que vamos começar a agir em conformidade, passados tantos anos?!

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