terça-feira, janeiro 13
Dar o benefício da dúvida
Num ano, o número de mortos na estrada diminuiu de 20% em França. Passaram de 7 242 em 2002 para 5 732 em 2003. 1510 vidas foram salvas. Esta impressionante redução acentuou fortemente a tendência dos últimos anos de reduzir a sinistralidade (em 2002 tinha havido menos 500 mortos e no longínquo ano de 1972 mais de 16000 pessoas tinham morrido nas estradas francesas).
As causas apontadas para tão drástica redução? O "medo da polícia", com a colocação de radares automáticos, reforço do controlo da velocidade e da alcoolemia, aumento de repressão:
La peur du gendarme, avec la mise en place de radars automatiques sur les routes début novembre 2003, a eu un effet dissuasif. Elle a conduit les Français à réduire sensiblement leur vitesse et en conséquence à faire baisser le nombre des accidents.
(Le Monde, 12 Jan 2004)
Em Portugal, onde a sinistralidade rodoviária é cerca do dobro da da comunidade europeia, o plano rodoviário tem como objectivo reduzir em 50% o número de mortes até 2010. Em face dos números franceses, pergunto-me se o plano é assim tão ambicioso: se atingirmos o objectivo, apenas chegaremos à média europeia (de 2003) em 2010. Até lá, de quanto terá diminuído a média europeia?
As pessoas têm de mudar o seu comportamento na estrada. Reduzir a velocidade, beber menos, etc etc. E as autoridades têm de apertar a fiscalização (que condiciona os comportamentos) e tornar as estradas mais seguras (um objectivo ao nosso alcance, haja vontade - não queiramos comparar as nossas estradas às francesas!).
Que diabo, o objectivo prioritário do governo não poderia ser o de reduzir drasticamente o número de mortes na estrada? E nós, os nossos objectivos pessoais, as nossas resoluções para este ano, não poderiam incluir o respeito pela lei quando estamos ao volante, refreeando a sede de velocidade e evitando andar sempre atrasados? E os que não acreditam que a velocidade excessiva é uma causa importante de acidentes, não poderiam ter a humildade de dar o benefício da dúvida e fazer a experiência de durante este ano conduzir à mesma velocidade dos restantes, sem pressas e abaixo dos limites? É uma seca, eu sei, mas se no final do ano houvesse uma redução de 20% do número de mortes isso não seria uma recompensa mais do que suficiente?
As causas apontadas para tão drástica redução? O "medo da polícia", com a colocação de radares automáticos, reforço do controlo da velocidade e da alcoolemia, aumento de repressão:
La peur du gendarme, avec la mise en place de radars automatiques sur les routes début novembre 2003, a eu un effet dissuasif. Elle a conduit les Français à réduire sensiblement leur vitesse et en conséquence à faire baisser le nombre des accidents.
(Le Monde, 12 Jan 2004)
Em Portugal, onde a sinistralidade rodoviária é cerca do dobro da da comunidade europeia, o plano rodoviário tem como objectivo reduzir em 50% o número de mortes até 2010. Em face dos números franceses, pergunto-me se o plano é assim tão ambicioso: se atingirmos o objectivo, apenas chegaremos à média europeia (de 2003) em 2010. Até lá, de quanto terá diminuído a média europeia?
As pessoas têm de mudar o seu comportamento na estrada. Reduzir a velocidade, beber menos, etc etc. E as autoridades têm de apertar a fiscalização (que condiciona os comportamentos) e tornar as estradas mais seguras (um objectivo ao nosso alcance, haja vontade - não queiramos comparar as nossas estradas às francesas!).
Que diabo, o objectivo prioritário do governo não poderia ser o de reduzir drasticamente o número de mortes na estrada? E nós, os nossos objectivos pessoais, as nossas resoluções para este ano, não poderiam incluir o respeito pela lei quando estamos ao volante, refreeando a sede de velocidade e evitando andar sempre atrasados? E os que não acreditam que a velocidade excessiva é uma causa importante de acidentes, não poderiam ter a humildade de dar o benefício da dúvida e fazer a experiência de durante este ano conduzir à mesma velocidade dos restantes, sem pressas e abaixo dos limites? É uma seca, eu sei, mas se no final do ano houvesse uma redução de 20% do número de mortes isso não seria uma recompensa mais do que suficiente?
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