domingo, dezembro 28
Sinistralidade: baralhemos as ideias e tornemos a dar.
1. Esqueçamos por momentos os chavões usados pelos média para as causas da sinistralidade: excessos de velocidade, embriaguez, manobra perigosa, etc. Pensemos antes que o que causa o acidente é o imprevisto: há acidentes porque os condutores, que não estão interessados em tê-los, não foram capazes de os impedir. O imprevisto surge por exemplo porque o carro da frente seguiu uma trajectória esquisita com que não contávamos, ou porque o buraco apareceu de repente, vimo-lo mas não previmos a nossa incapacidade de o contornar, ou porque estávamos perdidos de bêbados e fomos surpreendidos pela posição da árvore, etc. Se pudéssemos prever a tempo o acidente, tudo teríamos feito para o evitar, certo?
2. Esqueçamos o nosso caso particular. Pensemos antes em todos os carros que circulam neste momento em Portugal, na imensidão dos grandes números: uns milhares de pessoas a conduzir enquanto falam ao telemóvel, uns largos milhares de peões a andar pelo meio da estrada porque não têm passeios enquanto incontáveis condutores guiam a velocidades 30 km/h acima da máxima, etc. Não pensemos na pequena probabilidade de uma criança aparecer neste momento à frente do nosso carro: pensemos antes nas dezenas ou centenas que aparecem todos os dias em frente de todos os automobilistas de Portugal. Os grandes números dão-nos quase certezas: prevejo que teremos mais de 1000 mortos nas estradas em Portugal no próximo ano e infelizmente quase de certeza é o que vai acontecer. Na Holanda, a velocidade média baixou de 111 km/h para 104 km/h em certas vias quando se aumentou a fiscalização, levando a que 80 milhões de litros de combustível fossem poupados [ref.]. Por cada bocadinho ínfimo que a velocidade média de condução baixa em Portugal, é de esperar que a gravidade média dos acidentes diminua, assim como o seu número.
3. Esqueçamos que estamos em movimento quando estamos a conduzir. Mudemos de perspectiva: nós estamos parados no carro, tudo o resto se move à nossa volta. Árvores, postes, rails. Quanto mais pisamos no acelerador, mais depressa estes objectos se movem contra nós. O objectivo é não chocar contra nada. Temos de ir pelo asfalto, que está mais desimpedido... a não ser que haja veículos à nossa frente, peões ou animais a atravessar.
Os peões movem-se quase à mesma velocidade dos postes com a diferença que andam também de lado e são muito mais imprevisíveis. Os veículos, altamente imprevisíveis, estão parados à nossa frente se forem à nossa velocidade. É a situação ideal: dá-nos tempo de sobra para reagir, sobretudo se estivermos longe deles. Se formos mais devagar do que eles, até se afastam, mas assim aproximam-se os que vêm atrás de nós, não serve. O ideal mesmo é irmos todos à mesma velocidade (parados uns em relação aos outros), a uma distância confortável, e todos a baixa velocidade!
2. Esqueçamos o nosso caso particular. Pensemos antes em todos os carros que circulam neste momento em Portugal, na imensidão dos grandes números: uns milhares de pessoas a conduzir enquanto falam ao telemóvel, uns largos milhares de peões a andar pelo meio da estrada porque não têm passeios enquanto incontáveis condutores guiam a velocidades 30 km/h acima da máxima, etc. Não pensemos na pequena probabilidade de uma criança aparecer neste momento à frente do nosso carro: pensemos antes nas dezenas ou centenas que aparecem todos os dias em frente de todos os automobilistas de Portugal. Os grandes números dão-nos quase certezas: prevejo que teremos mais de 1000 mortos nas estradas em Portugal no próximo ano e infelizmente quase de certeza é o que vai acontecer. Na Holanda, a velocidade média baixou de 111 km/h para 104 km/h em certas vias quando se aumentou a fiscalização, levando a que 80 milhões de litros de combustível fossem poupados [ref.]. Por cada bocadinho ínfimo que a velocidade média de condução baixa em Portugal, é de esperar que a gravidade média dos acidentes diminua, assim como o seu número.
3. Esqueçamos que estamos em movimento quando estamos a conduzir. Mudemos de perspectiva: nós estamos parados no carro, tudo o resto se move à nossa volta. Árvores, postes, rails. Quanto mais pisamos no acelerador, mais depressa estes objectos se movem contra nós. O objectivo é não chocar contra nada. Temos de ir pelo asfalto, que está mais desimpedido... a não ser que haja veículos à nossa frente, peões ou animais a atravessar.
Os peões movem-se quase à mesma velocidade dos postes com a diferença que andam também de lado e são muito mais imprevisíveis. Os veículos, altamente imprevisíveis, estão parados à nossa frente se forem à nossa velocidade. É a situação ideal: dá-nos tempo de sobra para reagir, sobretudo se estivermos longe deles. Se formos mais devagar do que eles, até se afastam, mas assim aproximam-se os que vêm atrás de nós, não serve. O ideal mesmo é irmos todos à mesma velocidade (parados uns em relação aos outros), a uma distância confortável, e todos a baixa velocidade!
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