segunda-feira, dezembro 15
As bombas realmente inteligentes
São as pessoas. Aquelas que se amarram a bombas ou que guiam carros cheios de explosivos ou que chocam aviões contra prédios.
As bombas realmente inteligentes são, infelizmente para nós, a tecnologia de guerra mais avançada que existe à face da Terra. São incomensuravelmente mais sofisticadas do que as bombas inteligentes dos americanos, por exemplo. Conseguem levar o explosivo precisamente até ao ponto de impacto desejado, de uma forma invisível, imprevisível até aos últimos segundos, como nenhuma outra arma. Não é possível proteger todos os possíveis alvos de terrorismo contra pessoas que, de sua livre e espontânea vontade, decidem morrer por uma causa, por muito absurda que seja. Não temos técnicas que possam estar em todo o lado que permitam saber se um carro ou uma pessoa em movimento vai carregado de explosivos. E mesmo que tivéssemos, seria extremamente improvável conseguir agir a tempo de impedir o pior.
O 11 de Setembro mostrou que as armas realmente inteligentes conseguem atacar de forma devastadora tanto no centro do poder económico internacional como no coração dos serviços secretos da maior potência mundial. A guerra do Iraque demostrou que as armas realmente inteligentes resistem, na realidade até se multiplicam, quando são confrontadas com os mais avançados exércitos do mundo. E sempre soubemos que não adianta muito desenvolvermos novas armas, pois elas podem ser sempre voltadas contra nós.
As armas realmente inteligentes pensam. São praticamente indistinguíveis do cidadão comum. São capazes de transformar uma pessoa numa bomba realmente inteligente. Usam as ideias para isso. Por isso o que é necessário é lutar contra essas ideias. Como, não sei. Mas sei que não é com ideias de plástico, com desinformação, com aparências, com enganos e com erros.
Não sei de nada que se possa usar que possa vencer as armas realmente inteligentes. Talvez só mesmo a opressão, a perda de privacidade, o blackout informativo total (*), tudo armas felizmente inacessíveis em sociedades livres e democráticas.
É óptimo que Saddam tenha sido apanhado. Mas não nos enganemos, o problema mantém-se: não temos solução para as bombas realmente inteligentes.
[ Adenda, em 15-12-03, para clarificar este ponto (*). Se fosse possível haver um blackout informativo que impedisse que fossem noticiados os atentados, mais tarde ou mais cedo eles acabariam. Os atentados existem para chamar a atenção do público para as causas dos terroristas. O objectivo é ser-se noticiado. As mortes são o meio mais eficaz de se atingir esse objectivo.]
As bombas realmente inteligentes são, infelizmente para nós, a tecnologia de guerra mais avançada que existe à face da Terra. São incomensuravelmente mais sofisticadas do que as bombas inteligentes dos americanos, por exemplo. Conseguem levar o explosivo precisamente até ao ponto de impacto desejado, de uma forma invisível, imprevisível até aos últimos segundos, como nenhuma outra arma. Não é possível proteger todos os possíveis alvos de terrorismo contra pessoas que, de sua livre e espontânea vontade, decidem morrer por uma causa, por muito absurda que seja. Não temos técnicas que possam estar em todo o lado que permitam saber se um carro ou uma pessoa em movimento vai carregado de explosivos. E mesmo que tivéssemos, seria extremamente improvável conseguir agir a tempo de impedir o pior.
O 11 de Setembro mostrou que as armas realmente inteligentes conseguem atacar de forma devastadora tanto no centro do poder económico internacional como no coração dos serviços secretos da maior potência mundial. A guerra do Iraque demostrou que as armas realmente inteligentes resistem, na realidade até se multiplicam, quando são confrontadas com os mais avançados exércitos do mundo. E sempre soubemos que não adianta muito desenvolvermos novas armas, pois elas podem ser sempre voltadas contra nós.
As armas realmente inteligentes pensam. São praticamente indistinguíveis do cidadão comum. São capazes de transformar uma pessoa numa bomba realmente inteligente. Usam as ideias para isso. Por isso o que é necessário é lutar contra essas ideias. Como, não sei. Mas sei que não é com ideias de plástico, com desinformação, com aparências, com enganos e com erros.
Não sei de nada que se possa usar que possa vencer as armas realmente inteligentes. Talvez só mesmo a opressão, a perda de privacidade, o blackout informativo total (*), tudo armas felizmente inacessíveis em sociedades livres e democráticas.
É óptimo que Saddam tenha sido apanhado. Mas não nos enganemos, o problema mantém-se: não temos solução para as bombas realmente inteligentes.
[ Adenda, em 15-12-03, para clarificar este ponto (*). Se fosse possível haver um blackout informativo que impedisse que fossem noticiados os atentados, mais tarde ou mais cedo eles acabariam. Os atentados existem para chamar a atenção do público para as causas dos terroristas. O objectivo é ser-se noticiado. As mortes são o meio mais eficaz de se atingir esse objectivo.]
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