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sexta-feira, dezembro 5

A Alta 

Há, e em todas as situações, duas formas fundamentais de se verem as coisas, de fora (por fora) ou por dentro (e a partir de dentro).
Sou a feliz proprietária de uma varanda para a cidade. Da minha varanda abarco toda a colina da Alta e da Universidade de Coimbra e é sempre lindo o que vejo, é lindo com nevoeiro e com sol, é lindo com as luzes da noite mas também ao amanhecer. A distância e a minha miopia permitem que nada venha perturbar essa beleza.
Regresso frequentemente às Ruas da Alta, onde vivi durante meia-dúzia de anos. Encontro os velhotes que me vêem agora respeitável mãe de filhos e “lembro-me de si, vivia na Rua do Loureiro não era? Era muito malandra não era?”... e eles na mesma, arrastando o reumático de casas húmidas e com pouca luz, algumas delas que de janelas só conhecem a porta para a rua. No tempo em que eu vivia na Alta havia até quem não tivesse luz eléctrica em casa.
A Alta é linda, passear por aquelas ruas é puro encanto... mas, se queremos ser sérios, não podemos deixar que a poesia nos turve a vista.

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