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quinta-feira, dezembro 4

Ah, se eu lhe chamasse Idalina, Rui... 

Contou-me que se queimou no braço com água quente, o tom era calmo, talvez já só dorido. Dias mais tarde suspirava por uma perna que ela esfolara ao escorregar. Depois confessou-me que tinha febre, os suspiros confundindo-se com os da gripe. Todos os dias ela pára para me contar o que há hoje ou então pergunta-me. Eu só penso no nome, o nome não está certo. No outro dia declarou-se adoentada, mas que ainda bem porque ía de férias. Prefere estar de férias quando se sente adoentada. Desapareceu uns dias como dissera e eu fiquei a pensar no nome. Quando voltou afinal tinha aproveitado para ir a casa do pai que deslocara um osso no tractor. Apesar de tudo vinha com melhor cara, e sorriu. Já me esquecia, ela sempre pára e sorri antes de falar, eu só penso no nome. Disse que se soubesse tinha trazido de casa do pai para me dar, ela que mal me olha nos olhos, que não ousa, respeita. Já se queixou que ganha mal, tem de trabalhar muitas horas, está difícil, é a vida, não é? Hoje disse que não se sentia bem, ía ter gripe outra vez, era só a aura que a desconsolava já. Queria poder dar-lhe uma melhor arte, se eu soubesse o nome certo, a arte suprema.

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