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terça-feira, novembro 25

terei medo do escuro 

Sou acordado por um desperta-rádio, quando saio de casa não o desligo, contemporizo-o. No carro o rádio liga com o motor e esqueci qual é o botão fim. Não acho de mais música e ler, música e escrever, música e adormecer. Na altura dos discos pedidos sei que cada música tem uma cor na palete das emoções. As caixas dos CDs têm espaço para um mundo de coisas, tenho-as com um cheiro dentro, um filme, um amigo, uma dança —a menina dança—, um beijo pequeno que apanhou ao acaso uma testa, algumas têm todas essas coisas ao mesmo tempo, outras estão vazias e esperam ou não. Nalgumas caixinhas, coloridas, cabe um castelo inteiro, um castelo fantasma que aparece e desaparece, do mapa para a geometria do terreno. Noutras cabe um mundo só imaginado percorrido em liberdade, corrido em liberdade fotografado em tons de cinzento negativo e que nunca, nunca se podem impressionar em prova de contacto. Será a isto que se chama banda sonora. Terei medo do escuro.

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