<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, novembro 11

O sono separador 

Sei de uma senhora muito caridosa que gosta muito de gatos. Gosta tanto que, apesar deles andarem em liberdade pelos quintais das redondezas e de serem bastante independentes, a senhora praticamente não vai de férias com receio de que morram à fome. A gataria vadia sabe que a horas certas têm uma refeição esmerada à sua espera e aparece às catadupas vindos de todos os lados. Não é para menos: carne e peixe comprado e preparado expressamente para eles, nada de enlatados, tudo fresquinho.

Mas tudo tem um fim. Ultimamente já havia gatos a mais e, com a idade também a pesar, a senhora tinha de cortar nas doses. E assim, ajudada por um familiar veterinário, preparou o plano: deita-se um soporífero na comida, eles dormem, levam-se para longe e resolve-se o problema.

Dito e feito. Repasto preparado e adocicado com o calmante, a gataria amontoou-se como de costume no quintal, comeram à fartazana e pouco depois caíram para o lado. "Zzzzzzzzzzzzzzzzz"... (ou seria antes "ron-ron-ron-ron"?) Quem chegasse de fora teria uma espantosa visão: vinte e tal gatos de Schrödinger esparramados no chão, talvez mortos, talvez vivos.

Mas não. No último instante, como nos filmes, a senhora não teve coragem, não quis que os levassem. E assim, quando os gatos acordaram, foram à sua vida como se nada tivesse acontecido, atordoados à procura de tordos. A viagem para o outro lugar, ficou para outra vez, talvez para outra vida de gato.

Uma segunda tentativa de separação está já em preparação. I’ll keep you posted...

Comments: Enviar um comentário
This page is powered by Blogger. Isn't yours? Weblog Commenting by HaloScan.com