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quarta-feira, novembro 26

Deus e a Ciência: reflexões pessoais 

A ciência tem substituído Deus, mas Este parece continuar presente na nossa perplexidade. Na Idade Média dizia-se que os desígnios de Deus estavam para lá da nossa compreensão. Agora dizemos, de forma para mim análoga, que o entendimento do universo está para lá da nossa experiência quotidiana. Na Idade Média concebia-se uma calota com astros colados. Séculos antes, Atlas segurava o céu. Agora, descobrimos que é a gravidade que nos segura e temos tecnologia que nos permite analisar as galáxias mais remotas. Mas quem segura a gravidade? Por que é ela assim?

Deus não é necessário para as nossas equações e teorias, é certo. Mas estas só nos parecem dar o como e parecem incapazes de nos dar o porquê. Acreditar que a ciência acabará por explicar tudo é também uma forma de Fé como a religião do ateu cujo credo é a inexistência de Deus. E assim entramos no domínio da retórica e da metafísica, no qual as figuras de estilo, as metáforas, os paradoxos, as perguntas que não conseguimos formular para as respostas que não temos, são parte importante da nossa visão do mundo.

Deus está para além da ciência, a Fé não é redutível a experiências às quais se possa aplicar o método científico. Porque a ciência é um método de análise, interpretação e modificação da realidade que tem como base a experiência. O magnífico início do capítulo 11 da carta aos Hebreu S. Paulo parece dizer tudo: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem."

Infelizmente, tanto com a Ciência como com a Fé, as angústias mais profundas do Homem continuam sem solução satisfatória. Provavelmente a angústia e a insatisfação são intrínsecas à nossa natureza. Mas isto é, claro, retórica pessimista.

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