quinta-feira, outubro 16
Estudantes dão um clamoroso tiro no pé
Li no Público de ontem (14/10/03):
“Os estudantes da Universidade do Porto (UP) protagonizaram ontem mais uma invasão de uma reunião do senado, em protesto contra a fixação da propina máxima (852 euros), a atingir no ano lectivo de 2005/06. O assunto não constava da ordem de trabalhos, mas os representantes dos alunos pretendiam apresentar uma moção pedindo que o senado voltasse atrás e optasse por não fixar qualquer valor. A proposta não venceu e os estudantes invadiram a sala, impedindo a continuação dos trabalhos.”
No Diário de Coimbra de ontem, lia-se num artigo de João Gabriel Silva:
“Na reunião do senado da Universidade de Coimbra de 7 de Outubro passado senti-me esbulhado dos meus direitos democráticos. Uma mão cheia de estudantes, ao sentir que talvez o senado aprovasse uma proposta sobre as propinas que não correspondia à opinião que tinham sobre o assunto, invadiram a sala e impediram-me de exprimir a minha opinião, ao impossibilitar que a votação se realizasse. Na reunião da semana anterior já tinham tido uma atitude semelhante, ao saírem da sala em bloco para fazer desaparecer o quorum. Como desta vez essa saída não teria o mesmo efeito, pois os representantes dos docentes e funcionários estavam presentes em número suficiente para só por si garantir o quorum, optaram por impedir fisicamente a votação. O Reitor terminou de imediato a reunião [...]
Na sua cegueira, os estudantes invasores e boicotantes, entre eles o presidente da direcção geral da AAC, não percebem que com esta atitude a única coisa que verdadeiramente conseguem é perder o respeito e o apoio que poderiam recolher junto dos outros membros da comunidade universitária, e do povo português em geral. [...]
O presidente da AAC dizia triunfante às televisões, após a invasão, que toda a Academia de Coimbra mostrava assim que estava contra as propinas e o Governo. Fiquei sem fôlego. Primeiro cala-me, depois fala em meu nome. Insuportável violência.”
Eu poderia tecer muitos comentários sobre este assunto e sobre aquilo que penso ser a democracia, mas não vale a pena. Se depois de ler estas citações não concorda com o título deste post, então não sei o que lhe diga... Sugiro-lhe apenas que pense mais no assunto. Deixo uma última dica, tirada do mesmo artigo do DC:
“Senti-me transportado a outros tempos, em que a liberdade de expressão não existia, em que com violência se calava os desalinhados. Com enorme descaramento, os estudantes que nos calavam entravam na sala com uma mordaça na boca. Só depois percebi: aquela fita adesiva não significava que eles se sentiam impedidos de falar, mas sim que eles não estavam ali para dialogar, apenas para impor a sua posição.”
“Os estudantes da Universidade do Porto (UP) protagonizaram ontem mais uma invasão de uma reunião do senado, em protesto contra a fixação da propina máxima (852 euros), a atingir no ano lectivo de 2005/06. O assunto não constava da ordem de trabalhos, mas os representantes dos alunos pretendiam apresentar uma moção pedindo que o senado voltasse atrás e optasse por não fixar qualquer valor. A proposta não venceu e os estudantes invadiram a sala, impedindo a continuação dos trabalhos.”
No Diário de Coimbra de ontem, lia-se num artigo de João Gabriel Silva:
“Na reunião do senado da Universidade de Coimbra de 7 de Outubro passado senti-me esbulhado dos meus direitos democráticos. Uma mão cheia de estudantes, ao sentir que talvez o senado aprovasse uma proposta sobre as propinas que não correspondia à opinião que tinham sobre o assunto, invadiram a sala e impediram-me de exprimir a minha opinião, ao impossibilitar que a votação se realizasse. Na reunião da semana anterior já tinham tido uma atitude semelhante, ao saírem da sala em bloco para fazer desaparecer o quorum. Como desta vez essa saída não teria o mesmo efeito, pois os representantes dos docentes e funcionários estavam presentes em número suficiente para só por si garantir o quorum, optaram por impedir fisicamente a votação. O Reitor terminou de imediato a reunião [...]
Na sua cegueira, os estudantes invasores e boicotantes, entre eles o presidente da direcção geral da AAC, não percebem que com esta atitude a única coisa que verdadeiramente conseguem é perder o respeito e o apoio que poderiam recolher junto dos outros membros da comunidade universitária, e do povo português em geral. [...]
O presidente da AAC dizia triunfante às televisões, após a invasão, que toda a Academia de Coimbra mostrava assim que estava contra as propinas e o Governo. Fiquei sem fôlego. Primeiro cala-me, depois fala em meu nome. Insuportável violência.”
Eu poderia tecer muitos comentários sobre este assunto e sobre aquilo que penso ser a democracia, mas não vale a pena. Se depois de ler estas citações não concorda com o título deste post, então não sei o que lhe diga... Sugiro-lhe apenas que pense mais no assunto. Deixo uma última dica, tirada do mesmo artigo do DC:
“Senti-me transportado a outros tempos, em que a liberdade de expressão não existia, em que com violência se calava os desalinhados. Com enorme descaramento, os estudantes que nos calavam entravam na sala com uma mordaça na boca. Só depois percebi: aquela fita adesiva não significava que eles se sentiam impedidos de falar, mas sim que eles não estavam ali para dialogar, apenas para impor a sua posição.”
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