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sexta-feira, outubro 3

A ciência e os media - 1º Episódio 

Estive fora de Portugal durante 2 semanas e por isso a leitura dos jornais portugueses ficou um tanto deficitária. Assim, só agora me chegou à mão uma reportagem da revista do Expresso sobre bolseiros de doutoramento. Longe vai o tempo em que a revista do Expresso era uma referência. Hoje, até o nome mudou e quanto ao conteúdo, salvo honrosas excepções (a coluna da Clara Ferreira Alves e pouco mais), é uma revista “about nothing”. E com a ligeireza com que tudo é tratado assim foi tratada a ciência. Nada a que não estejamos já habituados na comunicação social em geral.
Para quem não leu traçava-se nesse artigo o perfil de quatro jovens doutorandos portugueses de diversas áreas científicas. A abordagem que foi feita só me faz lembrar os tempos em que eu dava aulas de química a adolescentes, e em que a pergunta sacramental da primeira aula era “setôra, vamos aprender a fazer bombas?”.
A ideia de cientista que ainda se tem em Portugal, e que passa no referido artigo, é a de uma espécie de Professor Pardal, uns seres mais ou menos excêntricos, alheados deste mundo. E para o retrato estar completo se forem químicos devem estar rodeados de uns frascos cheios de líquidos coloridos e de preferência com uns fumos a sair (não estou a brincar, um dos jovens aparece assim mesmo caracterizado na foto) e se forem biólogos devem ter ao lado um microscópio e se forem astrofísicos um astro. Um quadro cheio de números por detrás também fica bem.
E é por isso que até está a passar uma novela na TVI, em que um médico decide, não sei porque razão, deixar de ser médico e claro, fica-lhe lindamente dedicar-se à investigação científica. E oiro sobre azul, à biotecnologia!
São novelas da TVI, dir-me-ão. E então, e o artigo do Expresso?

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