terça-feira, setembro 16
Algumas reflexões sobre as desigualdades entre os homens
Para mim, Hobbes estava absolutamente certo quando escreveu que não há nada de tão diferente entre os homens que permita a alguns aspirar a ter mais privilégios que os outros. E mesmo admitindo diferenças entre os homens, a natureza já concedeu aos mais dotados isso mesmo: serem mais dotados. Porque, ou nasceram com o privilégio de serem mais inteligentes, ou desenvolveram a sua inteligência, aumentando assim o seu privilégio, e terão por isso melhores estratégias de sobrevivência.
Poderíamos ficar por aqui, não fosse o mundo tão assimétrico em termos da distribuição material e temporal das oportunidades. A origem é uma hipoteca quase impossível de pagar e só os verdadeiramente dotados a conseguem ultrapassar. E mesmo esses só com muito trabalho e sofrimento como o herói do filme "Padre Padroni." Não estou a falar, claro, dos "campeões" ou das "estrelas" que vêm do nada e que, com eles, as massas sentem que vencem por procuração, parecendo que o mundo é justo. Estou a falar de adquirir influência no mundo da política, e na sociedade de forma justa, com trabalho e dedicação. Mesmo que se tenha talento natural é melhor ter um nome.
Os "pobres" entretêm-se com os gadgets do Lidl ou do Continente enquanto os "ricos" se entretêm com os seus iates. Os primeiros aspiram a obter um canudo, ter um lugar na administração pública, talvez de professor. Quando muito a sua influência na política e na sociedade será local. Os segundos sabem que depois do MBA nos Estados Unidos terão um lugar na adminstração das empresas da família ou uma posição importante no Estado. Conhecem pessoalmente os políticos e a sociedade. Há barreiras invisíveis que poucos têm talento ou até preserverança para atravessar. E uma vez atravessadas ainda alguém se lembrará que o neófito não sabe pegar nos talheres com elegância.
É por tudo isto que penso que as sociedades democráticas devem combater o elistismo na política e no poder. E que a forma mais fácil de o fazer talvez fosse começar por usar o método grego de eleger os governantes: o sorteio.
Poderíamos ficar por aqui, não fosse o mundo tão assimétrico em termos da distribuição material e temporal das oportunidades. A origem é uma hipoteca quase impossível de pagar e só os verdadeiramente dotados a conseguem ultrapassar. E mesmo esses só com muito trabalho e sofrimento como o herói do filme "Padre Padroni." Não estou a falar, claro, dos "campeões" ou das "estrelas" que vêm do nada e que, com eles, as massas sentem que vencem por procuração, parecendo que o mundo é justo. Estou a falar de adquirir influência no mundo da política, e na sociedade de forma justa, com trabalho e dedicação. Mesmo que se tenha talento natural é melhor ter um nome.
Os "pobres" entretêm-se com os gadgets do Lidl ou do Continente enquanto os "ricos" se entretêm com os seus iates. Os primeiros aspiram a obter um canudo, ter um lugar na administração pública, talvez de professor. Quando muito a sua influência na política e na sociedade será local. Os segundos sabem que depois do MBA nos Estados Unidos terão um lugar na adminstração das empresas da família ou uma posição importante no Estado. Conhecem pessoalmente os políticos e a sociedade. Há barreiras invisíveis que poucos têm talento ou até preserverança para atravessar. E uma vez atravessadas ainda alguém se lembrará que o neófito não sabe pegar nos talheres com elegância.
É por tudo isto que penso que as sociedades democráticas devem combater o elistismo na política e no poder. E que a forma mais fácil de o fazer talvez fosse começar por usar o método grego de eleger os governantes: o sorteio.
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