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terça-feira, agosto 5

O que nos move? 

Pegando na frase d'a formiga de Langton como mote, "Dumb parts, properly connected into a swarm, yield smart results" (Kevin Kelly), faço uma pergunta que há algum tempo me faz comichão e que é talvez tão desconcertante quanto importante: o que nos move?

Descodificando, estou a perguntar o que nos leva a agir, ou a não agir. Porque fazemos o que fazemos? Porque reagimos de um dado modo à informação que recebemos pelos sentidos? Eu sei que praticamente tudo nos move (ou nos pára): o amor, o dinheiro, o medo, o vôo de uma borboleta, o esquecimento, os sentimentos, a beleza, o som do mar, a curiosidade, a inveja, o orgulho, a rebeldia, os princípios, os sonhos, um pôr do sol, enfim, tudo. Não é a isso que me refiro.

O que eu pergunto é: o que é que, no fundo, nos faz mover? Haverá algo de mais profundo, um algoritmo se assim se puder chamar, que nos impele a agir de um dado modo em função de um dado estímulo? (Note-se que mesmo que conhecessemos esse algoritmo, não conheceríamos necessariamente o seu resultado: continuaríamos imprevisíveis - ou previsíveis - como sempre).

Deixo o assunto para discussão (não garanto que possa contribuir muito - ando cá e lá, em férias). E deixo uma sugestão de leigo: será que o que no fundo nos move são "simples" análises custo/benefício, mesmo que inconscientes? Será que não é isso o que o nosso cérebro faz, incessantemente? Análises onde o custo é calculado a partir do conhecimento adquirido e onde o benefício é "quantificado" (por assim dizer) pela satisfação, pelo prazer?

E será que tudo o que fazemos pode ser descrito como resultando de análises custo/benefício? Posso evidentemente estar a generalizar demasiado... Por exemplo, como é que entram aqui os princípios e a cultura, que modelam o nosso modo de agir? Bem, deixo uma provocação: será que essas regras sociais não resultam elas próprias de um conhecimento social adquirido com base (inconsciente, espontânea) em análises custo/benefício?

Isto pode ser tudo um grande disparate. Felizmente estamos na silly season.

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