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quarta-feira, julho 9

Sismo 

Num profundo silêncio, como se do nada se tratasse, todos esperamos. A desordem
browniana que nos associa, parece, de longe, um suspiro. Sob os nossos pés, no
mais nobre lugar, por vales ou montes, bosques ou desertos, mares ou horizontes,
o dia acaba sempre por chegar. Nesse momento a terra pode tremer com fragor, as
águas arrasar com espasmos de viscosidade, as lamas correr como
dragões. No céu a cor é agnóstica. E então, cavamos de novo as vinhas, limpamos
as oliveiras e com sorte podemos esfregar alecrim nas nossas mãos.
Rui Pena dos Reis

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