domingo, julho 13
A incerteza do rumo
Vejo este blogue como um espaço onde se move um conjunto de peixes. Esses peixes têm diferentes perspectivas, por se encontrarem em diferentes posições neste mundo n-dimensional formado pelas 3 dimensões do espaço, pela dimensão temporal e por n-4 dimensões provenientes das nossas diferentes e variadas vivências. Essas múltiplas perspectivas fazem com que cada um de nós se aperceba do complexo mundo que nos rodeia de forma diferente. A soma dessas percepções permite-nos conhecê-lo melhor do que se estivéssemos sós.
Num dia os peixes podem estar cada um para seu lado, noutro dia podem formar um cardume compacto. Cada peixe é um indivíduo, faz o que quer.
Quando os peixes estão isolados, o grupo explora uma porção maior de espaço, adquirindo em princípio mais conhecimento. Contudo, se não houver comunicação interindivíduos esse conhecimento-soma perde-se, fica disperso, limitado a cada indivíduo. Cada peixe fica com uma visão muito limitada da realidade.
Se todos peixes tivessem a mesma perspectiva do mundo que os rodeia, ou seja, se todos os peixes olhassem na mesma direcção a partir do mesmo ponto e pensassem da mesma maneira, não haveria vantagem em estar num cardume. As vantagens decorrem do facto de cada um olhar para sítios diferentes de forma diferente, permitindo a um de nós ver algo que os outros não viram e assim alertar o grupo para um petisco ou para um perigo. Um só elemento do cardume pode fazer o cardume mover-se numa dada direcção ou dispersar-se, de forma espontânea. A direcção do cardume, essa, é incerta e vai variando em função das descobertas que o grupo faz.
Nos grupos de pessoas, os raciocínios são mais elaborados, as interacções entre indivíduos mais complexas e acontece por vezes alguns quererem deliberadamente levar o grupo numa dada direcção. Paradoxalmente, nas sociedades humanas supostamente livres, vivemos bastante atados. Somos constantemente solicitados para nos movermos para ali, fazermos isto, comprarmos aquilo. Há sempre alguém ou algo que quer que façamos qualquer coisa, limitando-nos os movimentos. Felizmente, há uma rede, também chamada teia, que paradoxalmente nos liberta. E há um espaço, infinitamente pequeno nesta gigantesca rede, onde o princípio da incerteza de Heisenberg se aplica e onde é impossível termos certas certezas, por mais que queiramos.
Para mim, a incerteza do rumo deste blogue é um dos seus prazeres. Cada indivíduo tem absoluta liberdade para falar do que lhe apetece. Não me interessa saber para onde vamos, basta-me saber que nos movemos livremente e que nos divertimos na viagem.
Des-aba-r? Não: des-aba-far. Que este blogue seja o princípio da incerteza e da liberdade para muitos de nós.
E para aumentar a incerteza, não estavam à espera que depois deste paleio vos fosse falar dos boids, pois não? Que maluqueira meu, estragaste tudo. Que é isso dos boids?
Num dia os peixes podem estar cada um para seu lado, noutro dia podem formar um cardume compacto. Cada peixe é um indivíduo, faz o que quer.
Quando os peixes estão isolados, o grupo explora uma porção maior de espaço, adquirindo em princípio mais conhecimento. Contudo, se não houver comunicação interindivíduos esse conhecimento-soma perde-se, fica disperso, limitado a cada indivíduo. Cada peixe fica com uma visão muito limitada da realidade.
Se todos peixes tivessem a mesma perspectiva do mundo que os rodeia, ou seja, se todos os peixes olhassem na mesma direcção a partir do mesmo ponto e pensassem da mesma maneira, não haveria vantagem em estar num cardume. As vantagens decorrem do facto de cada um olhar para sítios diferentes de forma diferente, permitindo a um de nós ver algo que os outros não viram e assim alertar o grupo para um petisco ou para um perigo. Um só elemento do cardume pode fazer o cardume mover-se numa dada direcção ou dispersar-se, de forma espontânea. A direcção do cardume, essa, é incerta e vai variando em função das descobertas que o grupo faz.
Nos grupos de pessoas, os raciocínios são mais elaborados, as interacções entre indivíduos mais complexas e acontece por vezes alguns quererem deliberadamente levar o grupo numa dada direcção. Paradoxalmente, nas sociedades humanas supostamente livres, vivemos bastante atados. Somos constantemente solicitados para nos movermos para ali, fazermos isto, comprarmos aquilo. Há sempre alguém ou algo que quer que façamos qualquer coisa, limitando-nos os movimentos. Felizmente, há uma rede, também chamada teia, que paradoxalmente nos liberta. E há um espaço, infinitamente pequeno nesta gigantesca rede, onde o princípio da incerteza de Heisenberg se aplica e onde é impossível termos certas certezas, por mais que queiramos.
Para mim, a incerteza do rumo deste blogue é um dos seus prazeres. Cada indivíduo tem absoluta liberdade para falar do que lhe apetece. Não me interessa saber para onde vamos, basta-me saber que nos movemos livremente e que nos divertimos na viagem.
Des-aba-r? Não: des-aba-far. Que este blogue seja o princípio da incerteza e da liberdade para muitos de nós.
E para aumentar a incerteza, não estavam à espera que depois deste paleio vos fosse falar dos boids, pois não? Que maluqueira meu, estragaste tudo. Que é isso dos boids?
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