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quarta-feira, julho 2

“Follow the leader” 

Os seres humanos são seguidores por natureza. Quando não sabem muito bem como proceder, como por exemplo numa cerimónia onde desconhecem o protocolo, olham para o que os outros fazem e imitam-nos, para não fazerem asneira. É normal. É mesmo uma forma inteligente de agir: optimiza-se o tempo de tomada de decisões, aproveita-se o raciocínio lógico de alguém que teve de pensar no mesmo assunto. Também seguimos e imitamos os nossos pais e irmãos desde que nascemos. É mais seguro, aprendemos seguindo os bons exemplos e evitando os erros.

Muitos animais são seguidores por natureza. Agrupam-se em cardumes, rebanhos, bandos, enxames. Quando um indivíduo está só, tem de pensar em tudo e sentir tudo, para poder pressentir, prever, decidir, agir. Quando está num grupo, tudo é mais fácil: os sensores dos outros perscrutam todo o espaço e o indivíduo só tem de controlar uma pequena parte. Os outros reagem em face do perigo e alertam-nos. Os grupos e sociedades onde os indivíduos se entreajudam funcionam bem e predominam na natureza.

A publicidade conhece a nossa natureza, cada vez melhor. Sabe que os nossos gostos controlam os nossos comportamentos, dominam as nossas decisões. Os nossos gostos são como isco num anzol. E a publicidade sabe que tendemos a seguir quem nos serve de referência, muitas vezes inconscientemente. E assim escolhemos o sabão Lux aconselhado pelas estrelas de cinema, o partido do apresentador de TV, o Banco do Rui Veloso, os Euros de Carlos Cruz, as opiniões do comentador do telejornal, as escolhas de Figo, a sesta de Newton.

Instintivamente, as pessoas movem-se em bandos, seguindo o líder, sem pensar: "Para onde vamos?", "O que quer realmente o líder?".

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