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sexta-feira, julho 11

bom bordo 

Os sentidos aguçam o ser, há um precipício no devir que apela ao voo. Dizer no ermo, no silêncio, o sentido das emoções, sabe a cascatas no olhar. O horizonte enevoado prolonga-se por fim para lá da música. Nas ondas sem rumo defino a estrela, como se por caminhos nos fins de tarde outonais. Nas sombras dos matagais, julgo ver personagens com memória. A luz refecte-se nos contornos dos montes e corta como o frio. A vida essa, paira no esvoaçar dos tordos que se afastam em bandos para leste. O tempo estende então o manto lilás sobre a existência. Vagamente e de contornos incertos reconheço pétalas no sobressalto da vigília.
Rui Pena dos Reis


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