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sexta-feira, junho 27

Ética Prática 

Muito há para dizer sobre este livro. Eu já o li e refleti (um pouco) sobre ele. O autor é muito inteligente e muito convincente mas isso não chega. É preciso ler outros livros e refletir também sobre eles.O livro foi alvo de muita contestação porque leva (quase) até às últimas consequências lógicas um utilitarismo radical no que concerne à eutanásia, aborto e ao especismo (considerar que os animais são nossos inferiores). No caso do uso de animais na alimentação não discordo muito do que Singer escreveu. Singer explicita várias falácias do tipo "se eles se comem uns aos outros porque não o fazemos nós", refere o desperdício de recursos que é alimentar vacas com cereiais para produzir hamburgers, etc.

Refira-se que no utilitarismo se tenta maximizar o bem comum e minimizar o sofrimento do conjunto, o que Singer estende aos animais que têm uma visão biográfica da sua vida ou que pelo menos tenham memória. Assim segundo Singer só devemos comer animais peixes. Mas eu também gosto de um bom bife...

O utilitarismo aceita que uns poucos inocentes sejam sacrificados em nome do bem comum. Eu não posso aceitar isso no que concerne aos humanos. Nesse ponto estou mais com os deontologistas. A justiça (no sentido geral) não pode ser apenas a maximalização do bem comum tem de ser sobretudo "a vontade constante e perpétua de dar a cada um o que lhe pertence" (Agostinho, Hobbes, Espinosa, Kant, etc.). No que concerne aos animais penso que devem ser tratados com compaixão e delicadeza mas não como iguais. De resto a inocência é um conceito humano. Se achamos um cordeiro ou um cão mais dignos do que as pulgas, as baratas, os peixes, as galinhas, ou até uma vaca, também não estamos a ser lógicos, mesmo com a ressalva biográfica de Singer. Isto é bem dificil...

Acho que agora consegui ser eu próprio em vez de um pseudónimo acidental.

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